Secretaria Municipal da Saúde
Tratamento precoce é fundamental contra deficiência auditiva
Por Maria Lúcia do Nascimento
Nesta segunda-feira (21), quando se comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, um dado chama a atenção: o número de deficientes auditivos no Brasil. Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, a deficiência auditiva atinge cerca de 9,7 milhões de brasileiros - 5,1% da população. Deste total, 7,5 milhões apresentam algum problema auditivo, 1,7 milhões têm grande dificuldade para ouvir, 2 milhões possuem a deficiência auditiva severa e 344,2 mil são surdos. O tratamento precoce é fundamental. Por isso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realiza um programa de triagem auditiva neonatal.
A audição é essencial para o desenvolvimento social e da linguagem oral. Suas alterações interferem significativamente na vida das pessoas, comprometendo o processo de aprendizado e a interação com o meio ambiente. Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, no que se refere à idade aproximadamente 1 milhão de deficientes auditivos são crianças e jovens até 19 anos. O maior número de deficientes auditivos, estimado em 6,7 milhões, está concentrado nas áreas urbanas.
De acordo com a fonoaudióloga Claudia Regina Taccolini Manzoni, da Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência do Município de São Paulo, só na cidade 516.663 pessoas se referiram a esta deficiência, sendo que 90.458 disseram ter grande dificuldade para ouvir. Já 396.003 revelaram problemas permanentes para ouvir e 30.202 declararam não conseguir ouvir.
A incidência de nascimento de deficiência auditiva é de 3 para cada 1000 nascidos, mas a perda da audição também pode ser adquirida. As causas da deficiência auditiva congênita não são definidas em cerca de metade das crianças, porém a consanguinidade, antecedentes familiares, infecções congênitas [citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes e toxoplasmose], meningite bacteriana, anomalias crâneo faciais, alcoolismo materno ou uso de drogas psicotrópicas, permanência na incubadora por mais de 7 dias, são alguns dos fatores de risco ao aparelho auditivo do bebê.
Pré-natal
A prevenção da deficiência auditiva começa no pré-natal, com a vacinação que a gestante precisa. No final do 6º mês da gestação o aparelho auditivo está formado e já é possível ouvir os sons corporais da mãe. Após o nascimento são recomendadas triagens auditivas neonatais, a fim de detectar as reações dos bebês aos barulhos externos.
Na infância, a realização do diagnóstico e tratamento precoce dos problemas de audição são fundamentais para evitar as limitações e os impactos associados à deficiência. Cláudia lembra que, em todos os países do mundo, a redução da idade de diagnóstico está associada à implantação de programas de triagem auditiva neonatal universal. “Na cidade, esse programa universal é realizado desde setembro de 2010 em todas as crianças nascidas nos hospitais municipais e sob gestão municipal”, informa a fonoaudióloga.
Para os adolescentes, as ações de prevenção devem enfocar o cuidado com a exposição prolongada a sons de forte intensidade, frequentemente associada á vida social e ao uso de dispositivos eletrônicos como MP3 e celulares. Entre adultos, a deficiência auditiva está frequentemente associada à exposição ao ruído nos ambientes de trabalho e às doenças crônicas. Ambientes e hábitos saudáveis são importantes fatores para prevenir a perda auditiva nesse grupo da população.
Dispositivos eletrônicos
As perdas auditivas podem ser transitórias ou permanentes e o tratamento dependerá da natureza do problema, variando desde o uso de medicamentos, cirurgias e uso de dispositivos eletrônicos como os aparelhos de amplificação sonora e os implantes cocleares. O SUS dá esse tipo de assistência e fornecimento de Aparelhos. O encaminhamento deve ser Realizado por triagem feita pelo Médico Especialista (Otorrinolaringologista), nos Ambulatórios de Especialidades - AMAs e AMEs.
O futuro da criança com deficiência auditiva depende do diagnóstico e conduta precoces. Quanto mais cedo a intervenção e a habilitação, melhor será o resultado na inclusão social. A perda da audição é irreversível; preveni-la é fundamental.
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