Secretaria Municipal da Saúde

Quarta-feira, 11 de Novembro de 2015 | Horário: 18:18
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Saúde mental amplia atendimentos nos Centros de Atenção Psicossocial

Aumento se deu em decorrência da ampliação e ordenação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do município

Por Mariana Bertolo

 

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ampliou o número de usuários atendidos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de 14.577 em junho de 2014, para 17.329 no mesmo período em 2015, um aumento de 19%. Os CAPS são a porta de entrada para a área de Saúde Mental dentro do município de São Paulo. As ações voltadas à saúde mental estão pautadas na redução de danos e na atenção à saúde integral de base territorial.

De acordo com a médica e coordenadora da área técnica de Saúde Mental da SMS, Myres Cavalcanti, esse aumento se deu em decorrência da ampliação e ordenação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do município, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Ministério da Saúde. “Com a política, toda a rede de saúde mental foi reestruturada, incluindo os CAPS e outros equipamentos. Agora, por exemplo, alguns CAPS possuem acolhimento noturno, ou seja, deixaram de ser da modalidade II para III. Além disso, também foram ampliados os recursos humanos nas unidades.”, afirmou.

O número de atendimentos individuais passou de 196.852 em junho de 2014 para 237.669 em junho de 2015 e o de acolhimento noturno (leito de hospitalidade) foi de 98.878 para 122.075 no mesmo período.

A cidade possui 81 CAPS, sendo que 17 deles funcionam em regime de 24 horas: 30 Adultos (seis deles 24 horas); 26 Infanto – Juvenis (um 24 horas); 25 Álcool e Drogas (11 deles 24 horas, que são CAPS AD III, com 76 leitos de hospitalidade noturna, destinados aos próprios pacientes do serviço, com a finalidade de evitar internações).

Em 2014, foram inauguradas duas unidades – CAPS AD III Campo Limpo e CAPS Infantil Campo Limpo – e quatro CAPS II foram transformados em CAPS AD III em Itaquera, São Mateus, Santo Amaro e Santana.

Os leitos de acolhimento nos CAPS constituem um tratamento substitutivo à internação hospitalar, que devem ser indicados apenas em situação de crise aguda do paciente até a estabilização.

São, no total, 109 leitos hospitalares em CAPS, sendo: 76 Álcool e Drogas (AD), 30 Adulto e três infanto-juvenis. Além disso, há 162 leitos em Hospital Geral, sendo 110 de saúde mental, 28 clínica médica de álcool e drogas e 24 infanto –juvenil.

O atendimento médico nos CAPS é apenas uma das possibilidades de tratamentos oferecidos, pois o centro dispõe de equipe multidisciplinar composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos. Nele, cada paciente possui um Projeto Terapêutico Singular (PTS), que é direcionado ao paciente e à sua família, em que são ofertadas várias modalidades de atenção psicoterápica e terapêutica, coordenadas por equipe multidisciplinar, além da medicação e consultas psiquiátricas.

“Também foram estruturadas as relações entre as equipes dos CAPSs com os hospitais gerais que possuem pacientes internados em leitos psiquiátricos. As unidades conversam e articulam a saída do paciente do hospital para outros equipamentos ou para o Serviço de Residência Terapêutica para a continuidade do tratamento nos CAPS e na Rede Psicossocial como um todo”, explicou Myres.

Serviço de Residência Terapêutica (SRT)

O atendimento em saúde mental não se restringe ao trabalho no CAPS, mas prevê uma rede de serviços que garanta a saúde integral dos indivíduos. Essa rede inclui o tratamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Consultórios na Rua, Centros de Convivência (CECCO), Unidades de Acolhimento (UA), leitos de internação hospitalares e no Serviço de Residência Terapêutica (SRT).

Os SRTs funcionam integralmente como uma residência que acolhe egressos de longas internações psiquiátricas, inclusive as de hospitais de custódia, permitindo sua autonomia e reintegração social.

“O processo de reabilitação é acompanhado pelo CAPS de referência dos moradores da residência, e ainda no que diz respeito a esse processo, os moradores, com o passar do tempo, vão abandonando os comportamentos inadequados adquiridos nas hospitalizações prolongadas e vão aprimorando o convívio social em função do ambiente afetivo e acolhedor das residências e também a reconstrução das referências familiares, quando for possível”, explicou Myres.

Os SRTs contam com equipe de apoio técnico permanente, que devem estar em consonância com a equipe técnica do CAPS e vinculada à rede de serviços de saúde.

A SMS desenvolve o trabalho de substituição de um modelo asilar de exclusão, centrado nos hospitais psiquiátricos, por um modelo comunitário de cuidado através da construção de uma rede de SRT e CAPS. Trata-se das principais vertentes da Rede de Atenção Psicossocial desenvolvido pela Área Técnica de Saúde Mental do Município.

O município já conta com 24 SRTs em todas as regiões da cidade e, a proposta é ampliar esse número para mais 30 unidades até 2016.

 

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