Prefeitura de São Paulo

 Por Felipe Aires

Os pacientes com perdas funcionais, dificuldades graves de saúde e/ou em situação pós-cirúrgica encontram dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) a garantia de assistência por meio das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD). Até agosto deste ano, a EMAD Cidade Ademar tinha um total de 142 pacientes.

A unidade de Cidade Ademar existe desde 2009 e funciona no subsolo da UBS Vila Império 2, na zona Sul. Ela é responsável por realizar visitas multidisciplinares ou procedimentos periódicos, de acordo com a necessidade de cada paciente, em seu domicílio, como alternativa ao atendimento ambulatorial aos pacientes que necessitem, após triagem, de cuidados domiciliares.

Para dar conta destas tarefas, as equipes são compostas por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais e fonoaudiólogos, psicólogo, dentista e auxiliares de enfermagem. São esses profissionais que promovem: treinamento do paciente ou do seu cuidador para que o usuário possa se adaptar a sua nova necessidade; acompanhar o usuário conforme plano de assistência traçado pela equipe e família; solicitar avaliação da equipe de apoio após a discussão dos casos, fornecer esclarecimentos e orientações à família, orientar a família sobre sinais de gravidade e condutas a serem tomadas, fazem parte de algumas atribuições desta equipe de saúde no domicílio.

A periodicidade das visitas é determinada pelo profissional visitador da equipe levando-se em conta a complexidade de cada caso e a necessidade de cada paciente matriculado.

Pacientes cadastrados

Os 142 pacientes atendidos cadastrados até agosto pela EMAD Cidade Ademar têm perfis diversificados, com sequela de acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer, fratura de fêmur, doença de Parkinson, com úlceras por pressão, sondas nasoenterais, colostomia, em oxigenoterapia domiciliar prolongada, entre outros.

Nívio Bertolazzi Souza, gerente da Atenção Domiciliar – EMAD Cidade Ademar - explica que a eficiência do programa depende de continuidade e acompanhamento. “Temos o objetivo de reestabelecer o paciente e garantir uma melhor qualidade de vida para ele. Neste programa isso é feito da seguinte forma: temos uma equipe que será responsável por acompanhar e treinar, seja o próprio paciente ou seu cuidador, até a sua possibilidade de alta. Alta que, por sua vez, se dá pela continuidade do tratamento na sua Unidade Básica de Saúde de referência. Ensinamos procedimentos básicos como, por exemplo, troca de curativos, orientação na estimulação e ajuda na alimentação, fazer mudança de decúbito e massagem de conforto, administrar as medicações exclusivamente por via oral conforme prescrição médica”, afirma.

Além destes cuidados, Souza afirma que o cuidador do paciente e a rede de saúde desempenham um papel importante neste processo. “Para que todas estas orientações sejam seguidas necessitamos que este cuidador seja o elo entre o usuário, a família e a equipe de saúde. Entretanto, para que o trabalho em equipe e o cuidado em atenção domiciliar sejam eficazes e eficientes, a articulação e a inter-relação em rede dos diversos serviços de saúde que a compõem são pressupostos indispensáveis”.

Triagem

Para que o paciente possa fazer parte do Programa de Assistência Domiciliar é preciso que ele atenda os critérios estabelecidos pelo programa.
As solicitações de matrícula podem vir da Unidade de Saúde, do Hospital, da Supervisão de Saúde, da Coordenadoria de Saúde e por meio de processo judicial, menos do próprio usuário. Na sequência, o paciente receberá a visita presencial da assistente social e do enfermeiro, que validará este pedido de acordo com os critérios estabelecidos pelo programa Melhor em Casa.

“Esta triagem nos possibilita avaliar se o paciente possui ou não os critérios elegíveis para receber o atendimento domiciliar. Exemplificando: os usuários que estiverem com seus problemas de saúde controlados/compensados, com algum grau de dependência para as atividades de vida diária (não podendo se deslocar até a unidade), ou que moram sozinhos, não se enquadrariam neste momento, nesta modalidade de atendimento. Porém, se houver necessidade, uma nova avaliação poderá ser feita a qualquer momento”, afirmou Souza.

Programa Melhor em Casa

O Melhor em Casa é um programa criado pelo Governo Federal. Seu objetivo é ampliar o atendimento domiciliar do SUA.

Os princípios da Atenção Domiciliar estão ligados a Abordagem Integral à Família, Consentimento da Família, Participação do Usuário e Existência do Cuidador, Trabalho em Equipe e Interdisciplinaridade, Estímulo a Redes de Solidariedade.

A atenção domiciliar é caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às redes de atenção à saúde. Para oferecer este atendimento, ela conta com as equipes multiprofissionais.