Secretaria Municipal da Saúde
Crianças reforçam prevenção contra a dengue no Itaim Paulista
A passeata percorreu vias próximas da escola e visitou pelo menos 50 casas
Texto: Cecília Figueiredo (colaborou Vanessa Santos)
Fotos: Cecília Figueiredo e Magda Costa Ferreira / CRSL
Os alunos do ensino fundamental 2 da Emef Henrique Felipe da Costa foram a campo este mês, para sensibilizar a comunidade sobre os cuidados com a dengue. Com o alerta “Não deixe a Dengue te pegar. Elimine água parada”, 75 alunos entre 10 e 12 anos de idade uniram-se à equipe de 20 técnicos e agentes da Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS) Itaim Paulista, para reforçar a prevenção.
A passeata, que contou com apoio da SUVIS Leste (CRSL), CET e Polícia Militar, na organização do trânsito e da segurança dos estudantes, percorreu vias próximas da escola e visitou pelo menos 50 casas. A população aprovou a iniciativa, que reuniu também professores, coordenador pedagógico da unidade escolar e técnicos da SUVIS Leste e do Itaim Paulista.
Acompanhados por dois agentes de endemias, os alunos organizados em duplas ou trios pararam de porta em porta, para conversar com moradores, distribuir folhetos educativos sobre as doenças transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti e compartilhar lições aprendidas entre outubro e dezembro, no projeto “O perigo triplicou! A Escola contra a Dengue, Chikungunya e Zika Vírus”, desenvolvido pela SUVIS Itaim e educadores da Emef Henrique Felipe da Costa.
Pietra M. de Souza, de 10 anos, explicou numa das visitas sobre o cuidado que a moradora deve ter com o recipiente de água do animal doméstico. “É preciso trocar a água do cachorro todos os dias, porque o mosquito da Dengue pode botar seus ovinhos lá [água]”, orientou.
Incomodada ao ver tantas garrafas pet espalhadas pelo quintal da moradora, a estudante Rayane Vitória recomendou: “tem que limpar tudo, pra não ter mosquito”.
A iniciativa, parte do programa Saúde na Escola, visa reforçar a importância da prevenção de novos casos da doença. Durante o ano de 2015, dos 17.184 casos positivos de dengue registrados nos distritos da Coordenadoria Regional de Saúde Leste (CRSL), 794 foram no Itaim Paulista e 1.054 na Vila Curuçá, onde está localizada a escola municipal.
Segundo a bióloga da SUVIS Leste, Magda Costa Ferreira, que há dez anos realiza o combate à dengue, desmotiva o fato de retornar em territórios trabalhados e encontrar criadouros potenciais do mosquito Aedes aegypti. “Até há uma sensibilização, mas muitas vezes falta a mudança de hábito. Então, no segundo semestre desse ano, a SUVIS Leste e os técnicos das SUVIS elaboraram este projeto para intensificar ações de controle do mosquito transmissor”.
Houve capacitação dos professores e alunos a respeito da Dengue, Chikungunya, Zika Vírus e controle dos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus. Também foi realizada uma oficina com os pais das crianças dos ensinos fundamental 1 e 2 para orientação e sensibilização quanto à responsabilidade individual na eliminação de criadouros, o cuidado com os vasos de plantas, sugestão de plantio sem utilização de pratinhos que retêm água e distribuição de mudas de plantas ornamentais.
O processo, que ocorreu entre agosto e dezembro, culminou com a passeata e visita casa a casa no entorno da escola. A ação foi organizada pela SUVIS Itaim Paulista e EMEF Henrique Felipe da Costa - Henricão, com apoio da Guarda Civil Metropolitana, CET, Polícia Militar, Defesa Civil e agentes comunitárias de saúde (ACS), para organizar o trânsito e garantir a segurança dos alunos. Organizados em pequenos grupos, os alunos acompanhados pelos agentes de endemias e saúde, técnicos e ACS orientaram os munícipes no combate ao criadouro do mosquito Aedes aegypti, permitindo às mesmas reconhecer o território no qual estão inseridas e vivenciar a problemática da falta de conscientização de alguns munícipes.
A expectativa de Roberta Celestino, bióloga da SUVIS Itaim Paulista, com este trabalho é que a informação seja multiplicada na comunidade. “Após receber informações pertinentes sobre o tema, interagindo com os profissionais da saúde, a criança multiplica a informação em sua casa e na comunidade, facilitando o processo de mudança de comportamento da população”, avaliou.
No encerramento, todos voltaram para aula ou seus afazeres com novas reflexões. Para o coordenador pedagógico da Emef Henrique Felipe da Costa, Rubens Pierre Morales, trata-se de um alerta muito importante a toda comunidade da responsabilidade de todos no combate a Dengue, Zika vírus e Chikungunya.
A moradora Maria Aparecida concorda. “Achei muito bom, porque as crianças levam mais energia e alegria, e as pessoas acabam se abrindo mais pra isto [orientação]. Muitas pessoas não gostam de parar pra ouvir, mas o caso é sério”.
Segundo a dona de casa, na visita feita pelos agentes e a Pietra, ela aprendeu que fazer o combate à dengue é evitar água parada. “Aprendi também que quando tiver algum sintoma como febre ou dor no corpo, procurar imediatamente a UBS. Se cada um fizer a sua parte o Brasil muda”, concluiu.
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