Secretaria Municipal da Saúde
Grupo de Tabagismo faz sucesso na UBS São Jorge
Tratamento tem sido uma válvula de escape para muitas pessoas que convivem com o vício, seja de forma moderada ou até mesmo com o nível de dependência elevada
Por Karina Mendes
Foto: USP Imagens
“Comecei a fumar ainda criança, acendendo cigarros para a minha mãe. Assim, fiquei fumando durante quarenta anos até começar com uma tosse. Foi quando vim parar aqui”. Esse é o depoimento da auxiliar de enfermagem Vera Lucia, de 62 anos. Após quarenta anos presa ao cigarro, ela passou a sentir uma tosse incessante e chegou à conclusão de que precisava de ajuda. Procurou então o Grupo de Tabagismo da Unidade Básica de Saúde São Jorge (UBS São Jorge), que há dois anos está ajudando pacientes que, como ela, querem parar de fumar.
A unidade promove grupos com até quinze pessoas. Os interessados devem preencher uma ficha na recepção da UBS São Jorge. O próximo grupo começará entre março/abril. Na UBS São Jorge são realizados seis encontros semanais conduzidos por médicos, farmacêuticos, educadores físicos, nutricionistas e psicólogos. A cada semana novas atividades são discutidas, desde informações sobre substâncias contidas no cigarro até cálculos para que os fumantes saibam quanto gastaram com o vício durante o tempo de uso. Atividades físicas também estão no tratamento.
Em casos de grau de dependência maior, são receitados medicamentos aos usuários. Mas os profissionais deixam claro que é preciso, primeiramente, que haja força de vontade e mudanças no comportamento. “O tratamento não basta. Tem que haver mudanças na rotina. Exige esforço da parte do paciente, porque a vontade de fumar vem mesmo no período de tratamento e com o medicamento”, afirma a farmacêutica Priscila Xavier. O grupo demonstra sucesso nos resultados. Há pacientes que cessaram totalmente com o vício. De 77 inscritos durante 2015, pelo menos 52 não abandonaram os encontros. Desses, 42 deixaram de fumar – um êxito de 54%.
‘O cigarro não entrou mais na minha boca’
Vera Lucia realizou os seis encontros e, antes mesmo da última reunião, não fumava mais. “O inicio foi difícil. Eu chegava aqui e ouvia as pessoas falarem que tinham parado, mas eu não conseguia. Com a ajuda do grupo, o cigarro não entrou mais na minha boca”, disse. Hoje, seis meses depois de ter se libertado do vício, a auxiliar de enfermagem sente-se orgulhosa. “Me sinto mais inteligente, com mais visão. Antes eu era muito fechada, não via as coisas, só queria fumar. Hoje me sinto limpa”, diz.
O tratamento tem sido uma válvula de escape para muitas pessoas que convivem com o vício, seja de forma moderada ou até mesmo com o nível de dependência elevada. “Para quem realmente quer parar de fumar e está disposto, o grupo tem ajudado muito”, afirma Renata Mendes, assessora técnica da Coordenadoria Regional de Saúde Oeste (CRS Oeste).
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