Secretaria Municipal da Saúde
Primeiro ingresso forçado em terreno particular abandonado é realizado na zona Leste
Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama
A luta contra o Aedes aegypti continua. A manhã desse sábado (19) foi marcada pela aplicação da Lei 16.273 (2/10/2015) - regulamentada pelos decretos 56.851 (4/3/2016) e 56.668 (1/12/2015) que garante a entrada forçada de profissionais da prefeitura em imóveis com possíveis focos de larva do mosquito. O primeiro ingresso forçado ocorreu em um terreno na Vila Curuçá (zona Leste). Autoridades sanitárias encontraram quatro focos no local. Há um caso confirmado de dengue na mesma rua e mais cinco casos suspeitos no quarteirão. De acordo com o último balanço da dengue, em fevereiro de 2016 havia 10.613 imóveis nos quais não foi possível contato com o proprietário, sendo que 109 estavam abandonados, 1.007 desocupados e 9.497 fechados.
Antes da ação dessa manhã foi realizada, na quinta-feira (17), uma tentativa de inspeção pelos agentes, data na qual o imóvel estava fechado. O proprietário foi notificado segundo a Lei, houve publicação no Diário Oficial do Município, além de afixação de cartaz na porta com telefone para esclarecimentos, mas não houve contato por parte do dono.
De acordo com a secretária-adjunta municipal de Saúde, Célia Cristina Bortoletto, trata-se de mais uma das diversas ações que o município de São Paulo está fazendo para combater o Aedes aegypti. “Por meio de uma estratégia que é o voo do drone, pudemos observar que esse terreno tinha possíveis focos do mosquito e criadouros. A subprefeitura tentou localizar o proprietário e não conseguiu. Por isso, usamos outra estratégia prevista na legislação que é o ingresso forçado para que os agentes pudessem fiscalizar e eliminar os criadouros”, disse.
Para adentrar o terreno foi necessária a contratação de um chaveiro para abrir o cadeado. No terreno havia 18 carcaças de carros com vidros quebrados e com água parada nos assoalhos, consoles e em outros compartimentos, além de entulho e vegetação. Desse total de veículos, quatro estavam com focos do mosquito. Os agentes da subprefeitura do Itaim Paulista limparam o local para que os agentes de endemias e as biólogas da Supervisão de Vigilância em Saúde (Suvis) de Itaim Paulista pudessem trabalhar na busca dos focos. Depois desses procedimentos, houve a aplicação do larvicida BTI. A ação também teve o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e dos agentes da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Leste.
Infração
Segundo a bióloga da Suvis do Itaim Paulista, Cinthya Nunes de Sousa, a Vigilância em Saúde tomará as providências cabíveis ao proprietário do terreno. “A gente estabelece o auto de infração e a partir dele, a gente vai estabelecer todo o processo até chegar à decisão das medidas que serão aplicadas a ele, como multas, por exemplo”, disse.
O supervisor da Suvis da vigilância sanitária da CRS Leste, Ricardo Dias Erguelles, informou que na Rua Grapira, onde está localizado o terreno, já foi confirmado um caso de dengue e há outros cinco suspeitos no quarteirão. “Com o voo do drone ficamos sabendo que havia veículos dentro desse terreno. Fizemos todo o procedimento: tentamos contato com o proprietário, colocamos cartaz por causa do risco à saúde pública, demos o prazo de 48 horas etc. Como o proprietário não entrou em contato fizemos o ingresso forçado. Há outras Suvis da CRS Leste que estão em andamento para fazer esse ingresso forçado”, afirmou o supervisor.
‘Acho boa essa iniciativa da prefeitura’
Damião Coelho de Souza, de 78 anos mora na região há mais de 30 anos, conhece uma pessoa que já teve dengue e, por isso, demonstrou apoio a ação da prefeitura de fiscalizar o terreno abandonado. “Essa ação é muito boa. Muito boa mesmo. Acho que a prefeitura está certa em entrar nesses terrenos abandonados. Acho a ação muito positiva”, comentou o morador.
Já Carla Izabel de Souza, de 38 anos, moradora da região há 12 anos, relatou que os membros da sua família tiveram sintomas brandos de dengue como vermelhidão no corpo e cansaço. “Fazemos a nossa parte. Limpamos, colocamos cloro uma vez por semana nos ralos, eliminamos toda a água parada, limpamos a laje, colocamos cloro no tonel de água, enfim, fazemos a nossa parte. O ingresso nesse terreno é uma maneira positiva de prevenção. Acho boa essa iniciativa da prefeitura”, afirmou Carla.
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