Secretaria Municipal da Saúde
Unidades da zona Sul multiplicam frentes contra tuberculose
A enfermeira Manuela da UBS Jardim Souza é a responsável pelo acompanhamento dos casos de tuberculose
Texto e foto por Patricia Torres
Todo dia 24 de março é celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. As unidades de saúde da região Sul investem em várias frentes para combater a doença: palestras, trabalhos de prevenção, conscientização, capacitação de pacientes, projetos de valorização da Atenção Básica e busca ativa de pacientes, entre outros.
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O Dia Mundial de Combate à Tuberculose foi criado em 1982, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para alertar sobre a doença que é infecciosa e transmissível. De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano são notificados pelo menos 70 mil novos casos no Brasil.
Segundo Manuela Pinheiro Rocha, enfermeira da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Souza, localizada em M’ Boi Mirim e responsável pelos casos de tuberculose da unidade, a doença é um problema de saúde pública. Atualmente, 11 pacientes estão em tratamento na unidade.
Pensando em prevenir casos, a enfermeira e agentes comunitários de saúde (ACS) visitaram a Escola Estadual Antônio Aggio no dia 4 de março. Lá, informaram as crianças sobre os sintomas da doença, que afeta prioritariamente os pulmões e, principalmente, que o tratamento existe e pode ser realizado gratuitamente no SUS. “Foi muito bom, pois as crianças não têm ideia do que é a doença. Sabendo disso, elas repassam o que aprenderam para os pais e familiares, criando esse ciclo de informação”, explica Manuela.
‘Fiz exame e descobri a tuberculose’
Ângelo Cardoso Guimarães descobriu há cerca de um mês que estava com a doença. Desempregado, o desespero bateu mais forte. “Eu já tinha tosse constante, porém, não procurei a UBS. Quando não deu mais, procurei e fiz um exame de raio-X que mostrou a alteração no pulmão. Depois de dois dias, descobri a tuberculose e já iniciei o tratamento”, diz Cardoso.
Comportamentos semelhantes ao de Cardoso são comuns. A população, em geral, reluta muito para procurar a unidade de saúde e quando decidem ir até a UBS, já estão transmitindo a doença para, pelo menos, 15 pessoas. A automedicação também pode agravar os sintomas da doença ou mascará-la. Aos primeiros sintomas de tosse e perca de peso, o ideal é procurar a UBS mais próxima da residência.
Foi o que fez a estudante Geovana Lays Santos da Silva ao descobrir que estava com a doença, em dezembro. “Foi difícil pra mim, eu nem sabia o que era tuberculose. Iniciei o tratamento imediato e já me acostumei”, conta Geovana.
Para a dona de casa Cibele Pereira Dino, a doença veio de forma avassaladora. Seu marido Maison teve diagnóstico da doença há cerca de um ano. Iniciou o tratamento e hoje está livre da tuberculose. O problema foi que, nesse período, sua filha recém-nascida também começou com os sintomas da doença. Quando realizou o exame, já estava infectada. Em janeiro último, a pequena Vitória já estava livre. A bactéria também infeccionou sua filha mais velha, Manuelly, que hoje faz uso de medicações para se livrar da doença.
Ação para conscientizar
Para participar do “Desafio Mais Saúde na Cidade” - que visa estimular, mobilizar, identificar, reconhecer , valorizar e incentivar projetos na Atenção Básica de Saúde na cidade - a AMA/UBS Vila Prel identificou os principais pontos que poderia melhorar na unidade. Decidiram investir na captação de pacientes sintomáticos respiratórios, ou seja, pacientes de tuberculose seriam o foco deste ano. Na própria UBS ou AMA, os pacientes são abordados e, se, indicarem sintomas da doença, são encaminhados para realização do exame de escarro.
Não somente dentro da unidade, mas nos arredores, a equipe tem se voltado para abordar esses possíveis pacientes. A enfermeira sênior da unidade Viviane Scandiucci Mota ressalta a importância do engajamento na prevenção da doença. “São importantes as ações de captação de pacientes. Em uma feira de rua, a ideia é distribuir panfletos informativos. Em uma praça próxima à unidade, onde sabemos que ficam moradores de rua, que a abordagem é mais difícil, também tentar essa aproximação”, afirma a enfermeira. Atualmente, seis pacientes estão em tratamento na unidade.
Nesta quinta-feira (24), durante o dia todo, a pneumologista Cláudia de Cássia Tanoue Hasegawa, do parceiro Hospital Israelita Albert Einstein, fará palestra para os pacientes na sala de espera tanto da AMA quanto da UBS sobre os sintomas da doença, tratamento e sensibilização dos pacientes para evitar a resistência de procurar a unidade de saúde.
Campanha de busca ativa em M’Boi Mirim
Ao longo da primeira quinzena do mês de março, a Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS) M’Boi Mirim realizou busca ativa de pacientes e atividades em unidades de saúde e escolas para ampliar a procura por sintomáticos respiratório. No total, as equipes interrogaram 76.471 pessoas.
Sintomas e tratamento
A doença começa com uma tosse há pelo menos três semanas, febre no período da tarde, perca de peso e cansaço fácil. Lugares fechados e úmidos também são propícios para a proliferação da bactéria. A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotículas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivíduo.
Caso apresente um destes sintomas, procure a unidade de saúde mais próxima. O tratamento é supervisionado e o paciente toma a medicação diariamente, por pelo menos seis meses, podendo perdurar até nove meses. Depois de 15 dias do início do tratamento, o paciente já evita uma cadeia de transmissão da doença.
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