Secretaria Municipal da Saúde

Quarta-feira, 30 de Março de 2016 | Horário: 17:46
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São Miguel tem primeiro CAPS Infantojuvenil III da zona Leste

Espaço com seis leitos para internação noturna garante acolhimento humanizado para pacientes de até 18 anos em situação de crise e comportamento de risco

Por Beatriz Prado
Foto: Edson Hatakeyama

A Prefeitura de São Paulo inaugurou, nesta quarta-feira (30), o primeiro Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil III, com leitos para internação noturna na região Leste. O espaço, entregue à população pelo secretário Municipal da Saúde Alexandre Padilha, prestará atendimento 24 horas em São Miguel Paulista. O evento contou com a participação da Coordenadora Regional de Saúde Leste, da Supervisora Técnica de Saúde de São Miguel Paulista, do Subprefeito e representantes da Organização Social que administra a unidade.

O CAPS Infantojuvenil III foi reestruturado em parceria com a Organização Social de Saúde Casa de Isabel, com investimento de R$ 240 mil e repasse mensal de R$ 394,60 mil. Atende com equipe de médicos, enfermeiros, psiquiatras, neurologistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, farmacêuticos, educadores físicos e profissionais de apoio.

Preconceito

“Por muitos anos, a concepção que se tinha era a de que doenças psíquicas refletiam problemas espirituais ou pecado, e o preconceito sempre foi muito grande. Em um passado mais recente, os médicos entendiam que os pacientes com agravos mentais deviam ficar isolados, longe da família e internados em manicômios. A ideia era a de que, para lidar com uma criança com transtorno mental, a indicação era tirá-la do convívio em família”, disse Padilha.

O acolhimento humanizado do novo CAPS Infantojuvenil III se dá nos detalhes das instalações que lembram uma casa com paredes coloridas, brinquedos de madeira, árvores no quintal, quadra para a prática esportiva, coreto e salas multifuncionais. Com atendimento de portas abertas 24 horas por dia, o espaço é destinado para crianças e adolescentes de até 18 anos, com distúrbios mentais, psicoses, autismo, alterações de comportamento e uso de substâncias psicoativas.

O secretário afirmou que o CAPS Infantojuvenil III é a prova de que é possível e necessário oferecer para as crianças com autismo, déficit de atenção, hiperatividade e outros transtornos mentais a oportunidade de um desenvolvimento saudável: “A Prefeitura está construindo um caminho para as pessoas que mais precisam ao instalar equipamentos próximos das residências e locais de trabalho, além de ampliar campos de trabalho para os profissionais da saúde.”

Luciene Maria Teixeira, de 47 anos, é mãe de Victor, de 12, que frequenta o CAPS há seis anos. Ela declarou que toda a equipe é “nota 10” e que o novo espaço é maravilhoso. “Desde a gestação eu já sentia algo diferente, o Vitor era muito inquieto e mexia muito na minha barriga. Na escola os professores perceberam que tinha alguma coisa diferente. Depois de passar por consultas e exames, veio o diagnóstico de déficit de atenção e hiperatividade. Desde então, ele faz acompanhamento no CAPS com psiquiatra, neurologista e utiliza medicamentos controlados. É um comportamento difícil de lidar, porque ele tem dificuldade de prestar atenção, concluir tarefas e de obedecer, quando pedimos para parar”, disse.

‘Faço papel de pai e mãe’



A mãe de Victor também contou que o pré-adolescente já esteve internado duas vezes com crises de comportamento. Em uma das situações permaneceu seis dias em leito de enfermaria e derrubou duas enfermeiras do Hospital Tide Setubal. “Ao descobrir a gravidez, o pai do Victor não aceitou, então assumi a responsabilidade e faço o papel de pai e mãe. Vivo em função do meu filho. Todas as famílias têm dificuldades, mas como sou mãe solteira é difícil não ter com quem compartilhar a responsabilidade. Saber que posso contar com os profissionais do CAPS e ver o espaço decorado, com brinquedos e sem a aparência de hospital é bem melhor”, afirmou Luciene.

“O espaço foi idealizado com muito amor, pois entendemos que as crianças, adolescentes e as famílias que sofrem com pacientes com algum tipo de distúrbio mental merecem serem bem acolhidas”, declarou a gerente da unidade Maria Margarete Alves.

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