Prefeitura de São Paulo

Por Gabi Kopko, do Blog da Saúde

“Uma vez eu disse que achava que o programa ia acabar e eles ficaram muito tristes. Eles me perguntavam: Como a gente vai ficar?! A gente vai adoecer de novo?!”, conta o médico venezuelano Rodder Angel Marcano Salazar, de 29 anos. Rodder atua no Programa Mais Médicos há mais de 2 anos, em uma Unidade Básica de Saúde na cidade de Santos (SP). A preocupação dos pacientes do litoral paulista, atendidos por ele, era a preocupação de muitos outros brasileiros espalhados pelo país.

O programa foi lançado em 2013. Beneficiou nos últimos anos mais de 63 milhões de brasileiros que antes não tinham acesso a atendimento médico. Na última sexta-feira (29), durante cerimônia no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff assinou uma Medida Provisória que permite a prorrogação da permanência de médicos brasileiros formados no exterior e estrangeiros no Programa por mais três anos, assim como já acontece com os profissionais.

A vinda do médico ao Brasil, como ele mesmo diz, foi “por sorte”. Ele estava de férias no país e desconhecia que o governo estava tendo dificuldade para achar profissionais que gostariam de atender a população em lugares de difícil fixação de médicos. Acompanhando as notícias, soube da oportunidade e mesmo com uma programação de lazer definida para aqueles dias, buscou o máximo de informação possível para já voltar ao seu país com o novo objetivo. Na Venezuela, foi até consulado brasileiro para se informar. Em pouco tempo, Rodder estava pronto pra fazer parte da equipe de mais de 18 mil médicos que iria atender a população brasileira.

No mesmo ano que foi lançado o Mais Médicos, o número de profissionais por habitante no Brasil estava abaixo da média de países vizinhos, dos países com sistemas universais de saúde e dos 34 países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Evolução

“Quando eu cheguei em Santos, o povo estava curioso e cheio de necessidades para a gente atender. Pude observar a evolução desde a nossa vinda pra cá. A estratégia do Programa Mais Médicos aproxima tudo e faz com que o atendimento seja integral. O desenvolvimento dos vínculos com o lugar e com a população, faz com que você consiga chegar ao paciente”, explica Rodder. O médico ainda reforça que fazer parte da Estratégia Saúde da Família foi fundamental para conhecer a realidade das pessoas, o lugar onde vivem. Ele acredita que, com o crescimento profissional e a abordagem sugerida pelo Programa, o diagnóstico do paciente foi melhorando a cada ano e se tornou mais preciso.

O documento assinado pela presidenta garantirá a permanência de 7 mil médicos graduados fora do Brasil, que assim como Rodder, encerrariam o período de atuação em 2016. “Este programa você não acha em outros lugares ou em outros países, essas coisas não acontecem. Vocês brasileiros são privilegiados em ter esta atenção”, finaliza.