Prefeitura de São Paulo

Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) entregou oficialmente, nessa quarta-feira (18), os serviços prestados pelo Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) tipo II Campo Limpo (zona Sul). A entrega coincide com as celebrações do Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A unidade está em funcionamento desde 2014 e tem 428 crianças cadastradas.

O secretário municipal da Saúde Alexandre Padilha falou sobre a importância da data. Ele destacou ainda a necessidade de agradecer aos trabalhadores da saúde e às famílias que acreditaram, confiaram e não desistiram de lutar. “Estamos ampliando os espaços dos CAPS. Todos os hospitais gerais que o prefeito Fernando Haddad está construindo, obrigatoriamente, têm que ter leitos de saúde mental”, disse o secretário.

O CAPS II Infantil Campo Limpo é um serviço especializado em saúde mental infanto-juvenil, responsável pelo acompanhamento de crianças e adolescentes (0 a 18 anos) em sofrimento psíquico, e que apresentam dificuldades em manter ou estabelecer laços sociais implicando um possível prejuízo no desenvolvimento.

‘Novo modelo de cuidar dos problemas mentais’

Padilha destacou a importância desse tipo de serviço nos territórios. “O CAPS institui nos bairros e nas comunidades, nas regiões onde as pessoas vivem, trabalham e estudam um novo modelo de cuidar dos problemas mentais, respeitando as crianças e os jovens, incluindo cada vez mais para construir novos projetos de vida. Os usuários contam com o cuidado de psiquiatras e psicólogos. Com isso, é possível reduzir o preconceito, desmistificar as doenças de transtorno mental, reforçar o envolvimento das famílias e preparar para essas crianças e adolescentes um cuidado, um projeto terapêutico, mais adequado à sua realidade. Logo, isso permite que elas possam enfrentar com mais condições, mais empoderadas os desafios da vida”, afirmou o secretário.

O CAPS II Infantil Campo Limpo pertence à Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRS Sul) e está localizado na Supervisão Técnica de Saúde (STS) Campo Limpo. É referência para 28 Unidades Básicas de Saúde (UBS), cinco Serviço de Acolhimento Institucional da Criança (Saica) e um Conselho Tutelar.

Estrutura

A unidade conta com uma sala de acolhimento, dois consultórios, duas salas de grupos, duas salas de oficinas, um posto de enfermagem/observação, uma farmácia, uma sala de TV/convivência, uma recepção, uma sala de espera. Há ainda uma sala de equipe e uma área de recreação externa, além de outras dependências como cozinha, banheiros, vestiários e demais salas administrativas.

A coordenadora da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Sul Tânia Zogbi Sahyoun abordou a questão da luta antimanicomial. “Temos que saudar muito esse trabalho que todos fazem no município e no Brasil. Há muitos municípios que acompanham as diretrizes do Ministério da Saúde. Além do Campo Limpo, nós temos feito um trabalho intenso para expandir a rede de CAPS, os serviços de residências terapêuticas e as unidades de acolhimento para que a gente possa, efetivamente, acabar comos manicômios, com os moradores de hospitais psiquiátricos. Essa é a nossa luta. Essa é luta dos trabalhadores que estão nesse serviço e em todos os outros. É muito significativo a gente fazer esse evento nesse dia”, disse Tânia.

Os atendimentos realizados são divididos da seguinte forma: 134 são atendimentos individuais compartilhados (médico + profissional de referência); 80 atendimentos familiares (profissionais de referência); 76 acolhimentos iniciais; e sete acompanhados ao longo do mês em atendimento à crise e hospitalidade diurna.

Vários olhares

Soraia Souza Cruz Ferreira, coordenadora do CAPS, falou sobre o trabalho desenvolvido pela equipe multidisciplinar. “A partir de vários olhares, cada saber contribui de um jeito. A pessoa da farmácia, pode dar uma informação sobre medicamentos; a da enfermagem, pode dar uma informação sobre cuidados de saúde, assim como os profissionais da psicologia, do artesanato, a moça da copa, entre outros. Passando por todos esses espaços, a gente tem mais olhares que ajudam a entender melhor como agem as crianças e os adolescentes. Assim, a gente pode orientar a família a continuar o tratamento que a gente faz aqui, em casa”, disse Soraia.

Estiveram presentes no evento a supervisora técnica de saúde de Campo Limpo Laina Ramos Dell’Aquila Gonçalves, conselheiros gestores e o subprefeito de Campo Limpo Antônio Carlos Ganem, entre outras autoridades.