Secretaria Municipal da Saúde
Profissionais cubanos do Programa Mais Médicos são homenageados em São Paulo
Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama
Ocorreu na noite desta sexta-feira (17), na Câmara Municipal de São Paulo (região central), uma homenagem aos três anos de atuação dos profissionais cubanos no Programa Mais Médicos, organizada pelo Comitê Paulista de Solidariedade à Cuba. A cidade de São Paulo conta com 241 profissionais do Mais Médicos e com 18 do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab). O secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, participou do evento.
O Mais Médicos se somou a um conjunto de ações e iniciativas do governo para o fortalecimento da Atenção Básica do país. A Atenção Básica é a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS), que está presente em todos os municípios e próxima de todas as comunidades. É neste atendimento que 80% dos problemas de saúde são resolvidos.
“Os médicos do Programa Mais Médicos vieram para mostrar que não existe superioridade entre cuidador e a pessoa que está sendo cuidada. Isso ficou claro quando esses profissionais tiraram as mesas que separavam eles dos pacientes, para mostrar que estão no mesmo nível. Essa atitude pode construir interação. Esses profissionais provaram que podem se dedicar à atenção primária em saúde e mostrar que o médico da estratégia saúde da família pode resolver 80% dos problemas de saúde e não precisam ficar dependentes de uma tomografia, de uma ressonância magnética..”, disse Padilha.
Dos 241 profissionais do Programa Mais Médicos que atuam na cidade de São Paulo, 186 são cubanos, 26 brasileiros, 8 bolivianos, 5 venezuelanos, 4 argentinos, 3 haitianos, 2 uruguaios, 1 croata,1 espanhol, 1 francês, 1 mexicano, 1 paraguaio, 1 peruano e 1 dominicano. Esses profissionais atuam em Equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF). Os 18 profisisonais do Provab são brasileiros.
“A cidade de São Paulo tem hoje a menor taxa de mortalidade infantil que já teve em sua história. As duas regiões que mais reduziram as suas taxas são a zona Leste e a Sul, as duas maiores periferias do município. Os distritos onde há maior concentração de Mais Médicos, são os que apresentaram maior redução”, afirmou o secretário.
‘Eu me sinto muito feliz por ter trabalhado aqui e poderia continuar trabalhando por toda minha vida’
O médico cubano Tomás Perez Gonzalez, chegou ao Brasil em outubro de 2013. A primeira unidade em que trabalhou na cidade de São Paulo foi a UBS Nova América, localizada na periferia da zona Sul, no bairro de Parelheiros. Atualmente, Gonzalez trabalha na UBS Cocaia, também na zona Sul. O médico disse que foi muito bem acolhido aqui no Brasil e teve a mesma sensação de quando trabalhou na África, na Venezuela e em outros países.
“Estou trabalhando com pessoas muito carentes. Essas pessoas são as que mais agradecem o que a gente faz por elas. Eu me sinto muito feliz por ter trabalhado aqui e poderia continuar trabalhando por toda minha vida”, disse emocionado.
Gonzalez voltará a Cuba, pois está doente e precisa ser submetido a uma cirurgia. Mas, disse que quando se recuperar, pretende voltar a trabalhar no Brasil. “Eu amo trabalhar para quem necessita. Essa é minha meta. Essa homenagem é um grande prêmio para nós, saber que existe essa solidariedade com o nosso povo. Eu nem sabia que existia isso aqui, até chorei durante o ato”, finalizou o médico.
Compuseram a mesa de abertura a integrante do Movimento Paulista de Solidariedade à Cuba, Michele Dias; a vereadora Juliana Cardoso; e os vereadores Toninho Véspoli e Jamil Murad. A atração cultural ficou por conta da Cia Teatro dos Ventos.
Sobre o Programa Mais Médicos
Criado em 2013, o Mais Médicos ampliou a assistência na Atenção Básica fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. O programa conta com 18.240 médicos em 4.058 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), levando assistência para cerca de 63 milhões de pessoas. Somando com os residentes em Medicina de Família e Comunidade, esse número chega a 65 milhões de brasileiros beneficiados.
Além do provimento emergencial de médicos, a iniciativa prevê ações voltadas à infraestrutura e expansão da formação médica no país. No eixo de infraestrutura, o governo federal está investindo na expansão da rede de saúde. São mais de R$ 5 bilhões para o financiamento de construções, ampliações e reformas de 26 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Já as medidas relativas à expansão e reestruturação da formação médica no país, que compõem o terceiro eixo do programa, preveem a criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência médica para formação de especialistas com o foco na valorização da Atenção Básica e outras áreas prioritárias para o SUS. Destas, já foram autorizadas 5.849 vagas de graduação e 7.782 vagas de residência.
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