Prefeitura de São Paulo

Por Beatriz Prado

Foto Daniela Avancini

Depois de 38 semanas na barriga da mamãe Vanessa, Lívia veio ao mundo na manhã ensolarada de quarta-feira (06) pesando 3.150 kg e passou as primeiras seis horas de vida no aconchego do colo materno. O stress do primeiro choro foi substituído pelo sono tranquilo estimulado pelo uso do top materno logo após o teste de Apgar, que avalia a cor da pele, a musculatura, a frequência cardíaca, a respiração, e os reflexos do bebê logo depois do nascimento. Adotado na rotina diária da maternidade do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) desde o fim de junho, a faixa de tecido facilita o contato pele a pele, a amamentação e garante a segurança do bebê no seio da mãe.

De portas abertas, a maternidade do Hospital do Servidor Público Municipal realiza em média cinco partos por dia. Da chegada à maternidade com os primeiros sintomas de início do trabalho de parto (contrações, dores na região lombar, rompimento da bolsa) até encostar o bebê no colo, a gestante passa por avaliação obstétrica, sessões de acupuntura para alívio das dores, exames de toque e a entrada no centro obstétrico, que durante o nascimento da Lívia estava harmonizado ao som de rock.

Mãe de Artur e Tainara, Vanessa, 33, chegou ao HSPM já em trabalho de parto e após avaliação e classificação de risco, vestiu o top materno e entrou no Centro Obstétrico. “O parto foi muito tranquilo e rápido, e é a primeira vez que utilizo o top. É bem confortável e seguro, e acaba com o medo de que o bebê possa cair do meu colo”, disse.

Assegurar o contato pele a pele da mãe com o recém-nascido imediato e contínuo é parte das diretrizes da atenção humanizada do Ministério da Saúde. Calor, conforto, carinho e leite materno de boas vindas. “O bebê sai do ventre materno, que é um ambiente em que ele está plenamente aconchegado e se sente só, pensando no que pode acontecer, e por isso o choro é intenso. O top materno devolve a sensação de segurança da barriga da mãe. E a mãe também se sente mais segura, porque a medicação pode causar sonolência e ela pode sentir dificuldades para segurar o bebê, e o top aumenta a sustentação e o risco de queda é completamente reduzido”, explicou a Coordenadora do setor materno-infantil do HSPM, a enfermeira Paula da Costa Silva.

A utilização do top materno é indicada tanto para nascidos de parto normal, como para cesarianas e a determinação para o uso ou não é o estado de saúde do bebê. Isa Paula é funcionária do HSPM e foi a primeira gestante a entrar no Centro Obstétrico já com o top materno. “O top auxilia a puérpera e fornece conforto e aconchego para o recém-nascido. Acredito que para o bebê a sensação de estar no colo da mãe é semelhante ao calor do útero.”

O tempo médio de permanência da puérpera no Hospital do Servidor Público Municipal é de 48 a 72 horas, na companhia do pai, com atenção integral à saúde materna e infantil. A indicação de contato imediato entre a mãe e o bebê é parte das diretrizes do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, com a observação em estudos que atestam a eficácia para a redução da mortalidade infantil, risco de anemia e hemorragia uterina para a mãe.