Secretaria Municipal da Saúde
Seminário em comemoração aos três anos do Mais Médicos apresenta resultados e discute futuro do Programa
Por Beatriz Prado
A Faculdade de Saúde Pública da USP sediou, nesta terça-feira (2), o seminário em comemoração aos três anos da implantação do Programa Mais Médicos no Brasil. Participaram profissionais do Programa em atuação nos municípios brasileiros, o secretário municipal da saúde de São Paulo Alexandre Padilha, o ex-ministro da Saúde Alexandre Chioro, representantes da Organização Pan-Americana da Saúde, do Conselho Nacional e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado São Paulo. A programação contou com a apresentação de experiências, lançamento de três livros, e debates sobre os desafios e o futuro do Sistema Único de Saúde (SUS).
A implantação do Mais Médicos completa três anos. Neste período, atuaram no Programa 18.240 profissionais médicos na Atenção Básica em 4.058 municípios brasileiros. Parte das estratégias do Governo Federal para ampliar o acesso à saúde na periferia das grandes cidades e regiões de do interior do país, o Programa ofertou vagas para médicos brasileiros e estrangeiros como forma de compor equipes de Estratégia de Saúde da Família.
“O Mais médicos é mais do que um programa para prover médicos. É um esforço para a consolidação da Atenção Básica no Brasil. A iniciativa propôs um novo paradigma do profissional médico, com a necessidade de uma mudança de postura para o respeito ao paciente e às entidades representantes dos profissionais, com foco no fim da desospitalização”, disse Padilha, à frente do Ministério da Saúde (MS) durante a implementação do programa.
Pesquisa
No início da implantação do Programa Mais Médicos, em 2013 o IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - divulgou pesquisa feita com usuários do SUS. Resultado: a preocupação de 58% dos pacientes com a falta de médico nas unidades de saúde. Para sanar o quadro, o MS também atuou com o Ministério da Educação. A parceria resultou na criação da especialização em saúde da família. Também foram criados cursos de medicina em regiões prioritárias, com a exigência de formação em ginecologia, clínica médica, medicina da família e medicina da família e comunidade.
“Depois de 28 anos da criação do SUS, o Brasil vive o momento de experimentar a plenitude do sistema e a Atenção Básica tem um papel fundamental na organização da estrutura. Até 2013 os municípios vivenciavam uma dificuldade tremenda de manter equipes de saúde da família. A falta de profissionais era proporcional à dificuldade de financiamento. O Mais Médicos é uma política ousada e inovadora. Permite o registre do antes e depois do Programa na saúde pública do país”, afirmou Chioro, que é professor especialista em saúde coletiva.
A troca de experiências e de cultura entre profissionais médicos e pacientes de periferias urbanas, aldeias indígenas e assentamentos rurais está registrada nas publicações lançadas durante o seminário. Com textos do escritor Antônio Lino e imagens captadas pelo fotógrafo Araquém Alcântara, “A Colônia”, “Além Mar” e “O médico e a rezadeira” os livros serão comercializados. O valor arrecadado com direitos de uso comercial será revertido para ações da Rede Unida, Fiocruz e OPAS.
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