Secretaria Municipal da Saúde

Terça-feira, 6 de Setembro de 2016 | Horário: 14:26
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Doença silenciosa, hipertensão acomete cerca de 30% da população brasileira

Na capital, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão aptas a diagnosticar e tratar a doença

Por Keyla Santos

 

A pressão arterial (PA) alta, também conhecida como hipertensão arterial sistêmica (HAS), acomete cerca de 30% da população adulta brasileira. Chega a mais de 50% na terceira idade e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). A doença é caracterizada pelo aumento dos níveis tensionais dentro das artérias e é considerada alta quando está maior ou igual a 140/90 mmHg. Na rede municipal de saúde de São Paulo, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão aptas a diagnosticar e tratar a hipertensão arterial.

Os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede privada podem retirar medicamentos anti-hipertensivos nas farmácias das unidades, desde que munidos de receita médica. A rede pública oferece gratuitamente, para distribuição, 12 tipos de medicamentos (veja lista nesta página). Em 2015, o SUS municipal entregou medicamentos de pressão alta para 2.813.958 pacientes. Até agosto de 2016 foram registrados 2.549.620 pacientes atendidos.

Consequências da hipertensão

De acordo com Luciene de Almeida, médica da UBS Paraisópolis II, o aumento da pressão dentro dos vasos sanguíneos pode acometer alguns órgãos e desencadear lesões irreversíveis. “No coração, pode causar insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio; no cérebro, acidente vascular cerebral (AVC); nos rins, insuficiência renal crônica; nos olhos, lesão na retina e, consequentemente, cegueira. Já nos homens, poderá ocorrer problemas de ereção”, informou.

Devido à multiplicidade de consequências, a hipertensão está na origem de muitas doenças crônicas não transmissíveis, caracterizando-se como uma das causas de redução da expectativa e da qualidade de vida dos indivíduos. São baixas as taxas de controle da hipertensão. Em contrapartida, sua prevalência é alta.

Segundo Marcia Massironi, coordenadora da área técnica da Saúde da Pessoa com Doença Crônica Não Transmissível, a mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com a elevação da pressão. Mesmo com redução significativa nos últimos anos, as doenças cardiovasculares têm sido a principal causa de morte no Brasil.

Entre 1996 e 2007, a mortalidade por doença cardíaca isquêmica e cerebrovascular diminuiu 26% e 32%, respectivamente. Já a mortalidade por doença cardíaca hipertensiva cresceu 11%, fazendo aumentar para 13% o total de mortes atribuíveis a doenças cardiovasculares em 2007.

Sintomas

A hipertensão é considerada uma doença silenciosa, pois, em alguns casos, não apresentas sintomas. “Um dos grandes problemas da hipertensão arterial é que pode ser totalmente assintomática durante longos períodos da vida. Assim sendo, não se espera fazer o diagnóstico por sintomas, mas sim pela aferição da pressão”, explicou Marcia.

Quando os sintomas ocorrem, podem se apresentar como cefaleia (dor de cabeça), alterações visuais, sensação de “batedeira” no coração, déficit neurológico, dor no peito, dispneia (dificuldade de respirar), tonturas, zumbido no ouvido e fraqueza.

Fatores de risco

Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), além do sedentarismo, estresse, maus hábitos alimentares, excesso de peso e idade são fatores de risco para a hipertensão, que tem estimativa de acometer 5% a 10% da população com até 18 anos, ou seja, sete milhões de crianças e adolescentes e cerca de 30% da população adulta, chegando a mais de 50% na terceira idade. Já o estresse está associado diretamente às doenças do coração e à hipertensão arterial – só no Brasil, 70% da população economicamente ativa sofre deste mal. Nas crianças e adolescentes a hipertensão já está francamente associada ao excesso de peso e sedentarismo.

Hereditariedade

Em relação à hereditariedade, a médica da UBS Paraisópolis, Luciene de Almeida, esclarece que 90% dos casos de hipertensão são hereditários. “Existe uma probabilidade maior dos filhos e netos de hipertensos apresentem o quadro. No entanto, 10% dos casos têm origem em alguma doença como distúrbios da tireoide, da suprarrenal ou dos rins”, disse.

Tratamento

A hipertensão não tem cura. Segundo Marcia, o indivíduo pode adotar hábitos saudáveis de vida e, assim, manter os níveis de pressão regulados, mas será hipertenso por toda a vida. “Se abandonar as recomendações, a pressão se elevará novamente”, afirmou a coordenadora. Além da mudança de hábito, é necessário tomar medicação anti-hipertensiva prescrita pelo médico.

Confira mudanças que podem ajudar a controlar os níveis da pressão:

- Diminuição do consumo de bebidas alcoólicas e cigarros;

- Perda de peso e manutenção de peso adequado;

- Redução do consumo de sódio e gorduras;

- Prática de atividades físicas;

- Controle do diabetes e comorbidades.

Você sabia?

Muita gente pensa que a pressão costuma aumentar nos dias quentes, mas isso não é verdade. Segundo Luciene, nos dias frios, por causa da vasoconstrição (vasos se estreitam), há tendência de aumento da pressão arterial. “É no inverno que a incidência de infarto e AVC é maior”, disse a médica.

Importante destacar

Todo indivíduo a partir dos 18 anos deve aferir a pressão arterial, pelo menos, a cada dois anos (maior grau de evidência possível). Assim, diagnosticará o mais rápido possível e evitará complicações associadas à hipertensão arterial.

Medicamentos ofertados nas UBS

Anlodipino Besilato 10 mg (comprimido);

Anlodipino Besilato 5 mg (comprimido);

Atenolol 50 mg (comprimido);

Captopril 25 mg (comprimido);

Enalapril Maleato 20 mg (comprimido);

Enalapril Maleato 5 mg (comprimido);

Furosemida 40 mg (comprimido);

Hidroclorotiazida 25 mg (comprimido);

Losartana Potássica 50 mg (comprimido);

Metildopa 250 mg (comprimido);

Nifedipino 20 mg (comprimido liberação prolongada);

Propanolol Cloridrato 40 mg (comprimido).

 

 

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