Prefeitura de São Paulo

Por Rosângela Rosendo

Na tarde desta segunda-feira (19), o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, visitou as futuras instalações do Espaço Heliópolis, que deve abrigar vários serviços de saúde no distrito Sacomã, região que pertence à Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste (CRS Sudeste).

O espaço fica na avenida Almirante Dellamare, na Vila Nova Heliópolis. Participaram da visita a coordenadora da CRS Sudeste, Karina Calife; o engenheiro da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Cassiano Ricardo Elias Pesce; representantes técnicos da Supervisão Técnica de Saúde Ipiranga e da Organização Social de Saúde (OSS) SPDM.

O Espaço Heliópolis será implantado no antigo prédio da Unidade de Atendimento ao Dependente (UNAD), que atendia adolescentes usuários de drogas. O equipamento está sendo reformado para receber novos serviços de saúde, com destaque para a Unidade Básica de Saúde (UBS) Heliópolis, com três equipes de Estratégia Saúde da Família e uma equipe de Saúde Bucal. A unidade abrigará ainda um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas III e um CAPS Infantil III 24 horas, além de um Centro de Convivência e Cooperativa (Cecco) e uma Unidade de Acolhimento (hotel) com 77 acomodações.

O complexo preconiza a construção de uma rede com forte atuação no território, que apoie a comunidade no processo de enfrentamento aos problemas de vulnerabilidade social e de adoecimento psíquico.

Além disso, deve auxiliar no cuidado com a saúde do paciente, de modo a priorizar ações para o fortalecimento do seu processo de emancipação. A previsão é que essa meta seja atingida a partir da formação de um ambiente humanizado, afetivo e com proposta de projetos terapêuticos individuais e coletivos.

“A implantação do Espaço Heliópolis é uma retomada simbólica do ponto de vista de conceito de cuidado com a pessoa, pois vem a favor da reforma psiquiátrica de luta antimanicomial, em um espaço antes destinado a adolescentes dependentes, que perderam seus direitos e que eram tratados de forma inadequada do que a gente acredita que as pessoas devem ser tratadas”, afirma Karina.

Acolhimento

A supervisora técnica de saúde do Ipiranga, Sandra Tavares, relata que a proposta de requalificar o equipamento teve início em 2013, para modificar o tipo de atendimento antes prestado aos adolescentes usuários daquela unidade.

“Desde junho de 2013, começamos a pensar em uma forma de transformar o local e implantar serviços que dessem resposta no campo da Saúde Mental, mas que também atendesse à necessidade do território. Acreditamos que o impacto será bem grande para a população, pois sairemos de um ambiente fechado, como um hospital psiquiátrico, para um ambiente aberto e acolhedor. Um sonho que está se tornando realidade”, afirma.

Canil

A coordenadora acrescenta que o acolhimento dos usuários que procurarem o Espaço será tanto individual como em família ou em casal. “Além disso, há previsão de construção de um canil, pois muitos usuários têm vínculo afetivo com animais, e manter esse vínculo é importante para a saúde mental dessas pessoas e de uma retomada da cidadania”, diz Karina.

A proposta do Espaço também dá margem para o desenvolvimento de ações que promovam a economia solidária, bem como vinculação com unidade escolar, inclusive de educação de jovens adultos (EJA) do território. “A ideia é que o equipamento se comunique com o restante do território, que se articule em rede com outras ofertas de serviços locais, como o AME Barradas, que faz oferta de atenção especializada, ou o hospital Heliópolis, por exemplo, para que as pessoas tenham a oportunidade de crescer”, finaliza.