Secretaria Municipal da Saúde
Região Sul capacita profissionais para combater tabagismo
Por Tatiana Ferreira
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o tabaco mata no mundo 6 milhões de pessoas por ano. Como estratégia para reverter este cenário, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 571/13, que atualiza as diretrizes de cuidado à pessoa tabagista.
Segundo o documento, o tratamento desses pacientes deve ser realizado prioritariamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Sistema Único de Saúde (SUS). A responsabilidade pela capacitação dos profissionais de saúde fica a cargo da gestão municipal de cada localidade.
Dentro deste contexto, a Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRS Sul) iniciou, na última sexta-feira (16), a segunda turma do curso “Capacitação para cessação do tabagismo e da implantação do Programa na rede de Atenção à Saúde do SUS”.
A aula inaugural aconteceu na Escola Municipal de Saúde Regional Sul e reuniu 38 alunos, dos mais de 40 inscritos. Também estão presentes as condutoras da capacitação.
O curso foi idealizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no sentido de ampliar e consolidar o Programa de Combate ao Tabagismo na Atenção Básica. Na região Sul, a capacitação é uma parceria do Programa de Combate ao Tabagismo, da CRS Sul, do Programa na Rede de Atenção à Saúde do SUS – Educação à Distância (EAD) e da Escola Municipal de Saúde Regional Sul.
Como garantir o sucesso do grupo
Na abertura do evento, foi realizado um exercício aplicado de visualização de imagens. Nele, foi contatado pelos presentes que é possível ter diferentes visões diante de uma mesma imagem.
Na sequência, a médica Gisele Sugai, que trabalha na OS Santa Catarina, lembrou que, para trabalhar em grupo e facilitar o tratamento das pessoas tabagistas e proteger os não-fumantes, é importante que os profissionais saiam do automatismo. Segundo ela, eles devem estar preparados para desenvolver uma escuta qualificada e sempre motivados para conseguir aumentar a motivação do tabagista, que, por sua vez, precisa estar disposto a parar de fumar.
“A gente lida com mudança de comportamento e motivação. Por isso, mesmo vocês devem saber lidar como sentimentos, com a sensação de impotência quando o paciente não consegue parar e com o conceito de redução de danos. Às vezes, o usuário não vai conseguir parar, mas se já conseguir diminuir o número de cigarro consumido, já valeu. Você tem noção da repercussão disto? A gente muda indicadores, une casais, diminuiu fatores de risco de uma série de doenças. Não é só fazer um grupinho, é muito mais grandioso que isto”, disse Gisele.
Natália Kiminami, enfermeira responsável técnica da UBS Integrada Parque Fernanda, é uma das alunas desta turma. Sua unidade já desenvolve ações do programa há mais de dois anos, mas a profissional ainda não tinha tido a oportunidade de participar da capacitação. Segundo ela, a partir do curso será possível qualificar as ações que já vem sendo realizadas e alinhar as atualizações, aumentando inclusive a divulgação do programa dentro da unidade. “Estou com uma expectativa muito boa. Não tenho vivência no grupo de tabagismo, mas, como foi falado aqui, a gente tem que ter a pró-atividade, a vontade de aprender e, se a gente acreditar que vai dar certo, consegue multiplicar isso para os pacientes e para a equipe”, afirmou.
Metodologia
O curso tem carga horária total de 42 horas e intercala 12 horas de encontros presenciais com 30 horas de Ensino à distância (EAD), utilizando a plataforma MOODLE.
Luciana Schuler, da Escola Municipal de Saúde Regional Sul explicou que no ambiente virtual eles terão à disposição todo o material didático necessário: textos, apresentações em power point, vídeos das aulas, bibliografias e as avaliações obrigatórias para garantir a certificação do aluno. No mesmo ambiente, serão promovidos dois fóruns para discussão das dúvidas, trocas de experiências e sugestões dos participantes.
Já os momentos presenciais serão divididos em três datas (16/09, 21/10 e 25/11), sempre com a realização de Rodas de Conversas. Neste momento serão discutidas estratégias para que o aluno possa fazer a implantação ou acompanhamento das atividades do Programa na unidade de saúde onde atua.
Silvia Akemi Odo, Interlocutora da Assistência Farmacêutica da CRS Sul, explicou que para receber o certificado, o aluno precisa concluir os seis módulos do curso na plataforma virtual. Deve também obter nota 7 para as avaliações e tirar conceito satisfatório para o Plano Individual. “O Plano Individual é como se fosse um trabalho de conclusão de curso, mas ele apresenta a proposta daquele profissional para implantar ou acompanhar das ações do Programa de Controle do Tabagismo. Por isso, pedimos a participação do gerente e da equipe responsável pelo Programa em cada unidade de saúde envolvida”, afirmou Silvia.
Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT)
As diretrizes do programa orientam a reconhecer o tabagismo como fator de risco para diversas doenças crônicas, acolher o tabagista nos pontos de atenção, garantir acesso ao apoio cognitivo comportamental e terapêutico, se necessário, garantir formação profissional e educação permanente dos profissionais de saúde e proteção ao não fumante.
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