Secretaria Municipal da Saúde

Quarta-feira, 19 de Outubro de 2016 | Horário: 15:17
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Seminário discute transtorno por acumulação compulsiva

Trabalho intersetorial, premiados no Conasems, busca ampliar o olhar que se tem para o problema

Textos e fotos: Pablo Bruno (colaborou Cecília Figueiredo)

A atenção e o cuidado com o munícipe que sofre com transtorno de acumulação compulsiva estimulou um grupo formado por enfermeiros, veterinários, psicólogos, médicos, agentes de endemias e agentes comunitários de saúde (ACS), a iniciar em fevereiro de 2015 um trabalho intersetorial em São Miguel Paulista. Em pouco mais de um ano, a experiência de identificação e acompanhamento dos casos de acumuladores compulsivos, vem sensibilizando trabalhadores e foi premiada dentro e fora do estado.

Em junho, dentre as mais de 300 experiências em Saúde de todo o país expostas em Fortaleza (CE), na 13ª Mostra 'Brasil Aqui tem SUS', 'Um olhar sobre os acumuladores no território de São Miguel Paulista, no desafio de um trabalho multiprofissional intersetorial, visando à atenção integral' , foi um dos três paulistas premiados. O trabalho já havia ficado entre os 15 trabalhos do estado de São Paulo que conquistaram o VI Prêmio David Capistrano, na 30ª edição do Congresso do COSEMS/SP.

Atualmente, 20 pessoas são acompanhadas pela equipe intersetorial. O número é considerado expressivo pelos profissionais responsáveis. A equipe de profissionais que sai a campo frequentemente é constituída por 15 profissionais que atuam na Vigilância em Saúde (SUVIS), STS, CAPS, Assistência Social, Defesa Civil, Subprefeitura e Guarda Civil Metropolitana.

Sobre essa iniciativa, que vem tendo continuidade e agora mais observadores de outros municípios do país, a equipe realizou no final de setembro o II Seminário: Um olhar para além do acúmulo. Com mais de 100 profissionais da Saúde, Defesa Civil, Assistência Social e da Subprefeitura de São Miguel, o evento foi saudado pela secretária-adjunta da SMS, Célia Bortoletto, a coordenadora da CRSL, Claudia Afonso, a supervisora de São Miguel, Eliete Favaro, e o subprefeito de São Miguel, Adalberto Dias de Souza, numa programação que mesclou apresentações culturais e o debate sobre a importância do tratamento e acompanhamento das pessoas com a Síndrome de Diógenes (alteração comportamental que geralmente ocorre entre pessoas idosas, caracterizada pelo isolamento social, pela autonegligência, comportamento paranoico e pelo colecionismo).

Enfermeiros, veterinários, psicólogos, médicos, agentes de endemias e agentes comunitários de saúde, o seminário valorizou principalmente a importância do trabalho intersetorial.

Estruturado a partir do trabalho de conclusão de curso da agente de endemias Sueli Alcântara Ambrósio, que à época era aluna do Curso Técnico de Vigilância em Saúde, sobre os acumuladores. “Era um trabalho que já vinha sendo feito, porém, estava incompleto, faltava alguma coisa. Organizar tudo isso que já vínhamos realizando”, lembra Sueli.

Segundo a técnica, a proposta do trabalho é alertar e entender os casos, seja no acúmulo de materiais ou de animais. Durante o seminário foi abordado do diagnóstico ao tratamento, a assistência psicossocial e inspeções – rotina de trabalho da equipe intersetorial. Um dos temas de destaque foi o alto índice de munícipes que reincidem na acumulação de inservíveis após um longo período sem juntar nada.

Ana Carolina A. de Carvalho, psicóloga e representante do Centro de Controle de Zoonoses, acredita que o trabalho desenvolvido com pessoas que apresentam sinais de transtorno de acumulação deve ser desenvolvido de maneira gradual. “Muitas pessoas que sofrem deste tipo de problema não conseguem reconhecer que precisam de ajuda. Muitas vezes a família contraria a aproximação dos profissionais de saúde por julgar desnecessário o tratamento de quem sofre do distúrbio”, frisou.

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