Secretaria Municipal da Saúde

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Segunda-feira, 8 de Maio de 2017 | Horário: 16:18
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Plenária sobre Violência contra a Mulher discutiu estratégias para o combate à violência de gênero na cidade de São Paulo

Com a presença de representantes de todas as coordenadorias da capital e dos hospitais, a troca de experiências ajudou a traçar novas diretrizes para combater a violência contra a mulher

Por Taynara Carmo

Como atividade do curso de Aprimoramento para Implantação da Linha de Cuidado de Atenção à Saúde Integral da Pessoa em Situação de Violência na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde promoveu, no dia 26 de abril, no auditório da Universidade Paulista, no campus Vergueiro, uma Plenária sobre Violência contra a Mulher.

O encontro abordou as ações de combate à violência nos territórios da capital e discutiu diretrizes contra a violência de gênero.

A plenária contou com duas mesas de debates. A primeira tratou da Rede Primária de Saúde na Atenção Integral à Mulher em Situação de Violência. A palestrante Ana Flávia D’oliveira, médica e professora de Medicina Preventiva da USP, abordou a violência de gênero como questão de saúde pública, e apresentou os dados de sua pesquisa realizada nas unidades básicas da região Central da capital.
“A violência é um dispositivo que pode transformar o serviço de saúde porque ao nos preocuparmos com isso, nos preocupamos com diversas outras questões derivadas do preconceito que é dirigido a diferentes tipos de pessoas”, advertiu ela.

Na segunda mesa foi tratada a Rede Hospitalar para Atenção Integral à Mulher em Situação de Violência. Greice Chetta, coordenadora da Maternidade do Hospital Municipal do Campo Limpo, apresentou os serviços de Atenção Hospitalar às mulheres que buscam realizar o procedimento de aborto legal.
“Nós fazemos o acompanhamento com a enfermagem, a psicóloga, a assistente social e dois médicos de referência. Hoje, a equipe já inteiramente capacitada no assunto. No ano passado, a violência sexual aumentou em 20% no primeiro trimestre. Houve 38 atendimentos com treze gestações confirmadas com interrupção legal. Este ano já realizamos 27 atendimentos e dez casos com gestação confirmada”, enumerou Greice.

Para orientar os médicos iniciantes, foi elaborada uma cartilha e um kit de instruções sobre como tratar uma vítima de violência sexual. “É necessário firmarmos parcerias com escolas para conversar com os adolescentes sobre a questão e buscar combater a violência contra a mulher”, propôs a coordenadora.

“Esse encontro é muito importante. Aumentou muito o número da violência em todos os sentidos. A série 13 Reasons Why* (Os 13 Porquês) abre um leque para falarmos de todos os tipos de violência, e mostra que precisamos, sim, atuar nas escolas. Na prevenção à violência e à violência de gênero, o pessoal da rede precisa adentrar o mundo do ensino para mostrar que estamos à disposição para promover ações junto à coordenação escolar”, afirmou Greice.

Estiveram presentes integrantes da Escola Municipal de Saúde, todas as Coordenadorias de Saúde da Capital, Coordenadoria da Rede de Atenção Especializada Ambulatorial, Coordenação de Vigilância em Saúde, Coordenação de Epidemiologia e Informações, Autarquia Hospitalar e Coordenação Municipal de Urgência e Emergência.

(*)13 Reasons Why é uma série de televisão americana baseada no livro Thirteen Reasons Why, de Jay Asher, e adaptado por Brian Yorkey para a Netflix.

Linha de Cuidado Integral à Saúde da Pessoa em Situação de Violência da CRSSUL

A violência é um fenômeno social complexo e multifatorial: o panorama social caótico (desorientado e desorientador), em que vivemos é prova disso. Para que possamos enfrentar os problemas que continuam a alimentar a cultura da agressividade, que chegou ao limite do insuportável no país, é preciso promover uma articulação de diferentes setores da administração pública e da sociedade civil. Pois, como bem reconhece a OMS (Organização Mundial da Saúde), “a violência é um problema de saúde pública, pois afeta a integridade física e a saúde mental das pessoas”, e suas principais vítimas são as mulheres e as crianças.

Enfim, seu impacto na saúde da pessoa em situação de violência é muito grande. Diante disso, o território da Zona Sul criou estratégias para combater a violência contra a mulher e todos os tipos de violência.

Como os serviços de saúde são um espaço privilegiado para identificar, acolher e atender vítimas da violência, a Interlocutora da Saúde à Pessoa em Situação de Violência da região, Lucia Ferraz Correa, falou sobre a importância da rede hospitalar e da Atenção Básica atuarem juntas: “Hoje, tanto os hospitais estaduais quanto os municipais participam da nossa capacitação, com o trabalho de profilaxia acontecendo em praticamente todos eles. Atualmente, trabalhamos em rede, e isso foi uma conquista muito grande”.

Com uma parceria dos hospitais municipais e estaduais junto com as Unidades Básicas de Saúde, o serviço público de atenção a essas vítimas tem criados novos rumos no atendimento às mulheres.

Em 2012, foi construída a política para Atendimento da Pessoa em Situação de Violência, criando assim, um Documento Norteador, com um conjunto de princípios orientadores para o cuidado às pessoas em situação de violência, através do Núcleo de Prevenção à Violência.

O Plano Municipal de Saúde de 2014 a 2017, também contribuiu para a questão. Diversos avanços foram identificados após a implantação do Plano. Entre eles, empoderamento da equipe para diminuir o sentimento de insegurança, medo e isolamento; aumento do número de notificações e de unidades notificadoras; fortalecimento das redes de cuidado em saúde – hospitais municipais e estaduais; e cuidado às pessoas em situação de violência através do Projeto Terapêutico Singular.

 

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