Secretaria Municipal da Saúde
Nascer na cidade – Série Especial "A Construção do Querer"
Por Ana Clara Ferrari / Equipe Redes Sociais
Muitas histórias e debates estão por trás desses números. Ao longo da semana passada, de 08 a 12 de maio de 2017 publicamos essa série especial, com séries históricas, mapa, ranking e dados para adentrar esse tema sobre a cultura do nascer na cidade e os avanços e desafios para mães e profissionais de saúde.
Thaís Jorge da Silva, 31, deu a luz há quatro dias no Hospital Tide Setúbal, segundo lugar no ranking de partos normais da cidade. “Eu queria o parto normal e falei que cesárea só em último caso e isso foi oferecido aqui pra mim no Tide Setúbal”, relata a mãe da Helena que relata ter sido muito bem atendida no SUS.
Dos 70 hospitais públicos e privados da capital, os cinco hospitais que mais realizam partos normais são públicos e ficam na Zona Leste: Hospital Geral de São Mateus (77%), Hospital Municipal Tide Setúbal (76,7%), Hospital Cidade Tiradentes (75,9%), Hospital Santa Marcelina Itaim Paulista (73,5%) e Hospital Geral de Guaianases (72,8%). Estão excluídas dessa lista as Casas de Parto que atendem apenas partos normais e estabelecimentos que realizam menos de 54 partos por ano.
O hospital privado com maior índice de parto normal é o SacreCoeur com 34,4% de taxa de parto normal e ocupa o 38º lugar no total de estabelecimentos.
Em 2015, a OMS publicou uma declaração que reforça a importância dos países se concentrarem em garantir que cesáreas sejam feitas apenas nos casos em que são necessárias. Nesse estudo, a organização esclarece que, ao nível populacional, taxas de cesárea maiores que 10% não estão associadas com redução de mortalidade materna e neonatal; e a cesárea pode causar complicações significativas e às vezes permanentes, assim como sequelas ou morte.
Na capital paulista, o SUS visa oferecer às mães a possibilidade de ter o parto mais adequado às condições clínicas da mulher com iniciativas que visam humanizar esse momento, torná-lo menos assustador e atuar na cultura da construção do querer, de modo que as mães estejam bem informadas e seguras dos procedimentos.
“Fiz o acompanhamento pré natal pelo posto de saúde próximo da minha casa, porém meu hospital de referência seria outro. Só que, devido ao atendimento que eu tive aqui [Hospital Tide Setúbal], eu optei por vir pra cá. Vim e ganhei a Helena”, relata Thaís, mãe de parto normal.
Ranking
Em São Paulo, dos 70 hospitais públicos e privados da cidade, os cinco hospitais que mais realizam partos normais são públicos e ficam na Zona Leste: Hospital Geral de São Mateus (77%), Hospital Municipal Tide Setúbal (76,7%), Hospital Cidade Tiradentes (75,9%), Hospital Santa Marcelina Itaim Paulista (73,5%) e Hospital Geral de Guaianases (72,8%). Estão excluídas dessa lista as Casas de Parto que atendem apenas partos normais e estabelecimentos que realizam menos de 54 partos por ano.
“O atendimento [no Hospital Tide Setúbal] não tem o que falar... pelo contrário, são todos extremamente atenciosos tanto comigo quanto com a minha filha, com a minha mãe que é minha acompanhante. Então, está sendo tudo super tranquilo... até mais do que eu esperava”, Thaís, mãe da Helena, que deu a luz há quatro dias.
O hospital privado com maior índice de parto normal é o SacreCoeur com 34,4% de taxa de parto normal. Ele ocupa o 38º lugar no total de estabelecimentos.
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Mapa de Partos
Ao analisar a distribuição geográfica, é possível verificar que as extremidades da cidade, onde o acesso ao SUS é mais requisitado, possuem taxas de partos normais acima de 50%, índice mais próximo do ideal da OMS. Destaca-se o Pari, no Centro da cidade, com forte presença de imigrantes latino americanos cuja cultura de parto natural é um dos fatores que podem contribuir para o alto índice dessa região.
Qualidade do Nascimento
A escala de Apgar é um índice que avalia de forma clara e eficaz as condições de vitalidade do recém nascido nos primeiros 5 minutos de vida. É um indicador utilizado tanto na rede pública quanto privada. Em 2016, a taxa de Apgar maior igual ou a 7 - índice adequado do parto - está acima dos 98% tanto na rede pública, quanto na privada. Ou seja, a qualidade do nascimento e da assistência ao parto é semelhante tanto no SUS, com taxa de 35% de cesárias, quanto nos hospitais privados, com índice de 80% de cesárias. Vale lembrar que o SUS é o que mais se aproxima do índice ideal recomendado pela OMS de 15% de cesárea.
Criada pela anestesista inglesa Dra. Virginia Apgar, a escala de Apgar leva em conta alguns pontos para gerar a média de qualidade no momento do nascimento. São eles:
Frequência cardíaca: verifica a presença ou não dos batimentos cardíacos e se estão acima ou abaixo de 100 por minuto.
Esforço respiratório: checa se o choro está forte, fraco ou ausente.
Tônus muscular: observa se o bebê tem boa flexão dos membros ou se está flácido.
Cor da pele: observa se a pele está rosada ou azulada, parcial ou totalmente.
Irritabilidade reflexiva: verifica se o bebê reage ou não a estímulos, com choro forte.
Para cada fator de qualidade do nascimento, é dada uma nota que de 0 a 10 e gerada uma média geral. Quanto maior a nota, melhor a
vitalidade do bebê no momento do parto.
Políticas Permanentes
A Prefeitura de São Paulo adota iniciativas permanentes para humanizar a assistência no momento do parto com uma estrutura que possibilita a gestante escolher o procedimento mais adequado para o nascimento de seu filho.
Além dos mais de 10 hospitais com maternidade, a rede também conta com dois espaços especializados no parto humanizado, parceria com a Casa Ângela e Casa de Parto Sapopemba.
Em São Paulo, existe a Lei 380/2014, promulgada ano passado, que garante às gestantes o acompanhamento por uma doula em hospitais públicos da cidade. De acordo com o texto, fica permitida a presença dessa profissional durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto, bem como nas consultas e exames de pré-natal nas maternidades, nos hospitais e demais equipamentos da rede municipal de saúde –ou unidades privadas contratados pelo município–, sempre que houver solicitação da parturiente.
Além da doula, a gestante ainda poderá ter a presença de um acompanhante durante o parto, conforme já previsto na lei federal 11.108/2005.
Assim que deixa a maternidade, as mães contam também com o apoio do programa Alô Mãe Paulistana, canal de comunicação 24h, destinado para orientação e confirmação de consultas agendadas na rede municipal.
Outro ponto importante é com relação à episiotomia –incisão realizada para ampliar o canal de parto e que pode gerar complicações à mulher. Em 2013, 40% das mulheres que estavam na primeira gravidez realizaram o procedimento. Naquele ano, ele foi feito em apenas 14% das mulheres.
A formação permanente em parto humanizado para profissionais de saúde da rede pública que atuam nesse momento também contribui para que a violência obstétrica diminua e seja erradicada da rede SUS.
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