Secretaria Municipal da Saúde

Sexta-feira, 19 de Maio de 2017 | Horário: 14:53
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Meditação na UBS Arrastão ajuda a manter a saúde do corpo e da mente dos pacientes

Por meio da prática da meditação, a UBS Arrastão oferece aos usuários um tratamento não medicamentoso, em que ficar atento à própria respiração já é o bastante para começar a usufruir dos benefícios que a técnica ancestral proporciona à saúde do corpo e da mente

Por Marie Serafim
Edição Cármen Ludovice

Em uma sala grande com parades brancas, pisos quadriculados e cinza, pessoas com os braçoes erguidos estão sentadas em cadeiras de plástico marrom formando uma roda. Ao fundo, cadeiras empilhadas e janelas de vitrô.

Manhã de quarta-feira. Os integrantes do grupo da meditação da UBS Arrastão dão início à prática ancestral, em que basta apenas se sentar, respirar e “manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo” – como nos versos de Walter Franco –, para permitir que a mente se “dissolva”, se aquiete.

Após os exercícios de alongamento e relaxamento corporal, as luzes se apagam, os olhos se fecham, e um som harmônico e relaxante invade a atmosfera da sala. Aos poucos, a voz suave da médica Alina Cristina Mandalka, da UBS Campo Limpo - Dr. Francisco S. Sobrinho (Arrastão), se junta à música e se faz ouvir ao longe, orientando os meditadores: “cada um de vocês deve prestar bastante atenção em sua própria respiração, e perceber como ela preenche e esvazia seus pulmões...”

Nessa técnica milenar de autoconhecimento a respiração é um dos tópicos mais importantes do processo de aquietar a mente, controlar os pensamentos e se acalmar.

Para atingir um estado meditativo nessa prática essencial para a higiene mental, vale se concentrar na própria respiração, numa imagem, num som, num quadro, num mantra – sons sagrados formados pela repetição de frases, palavras, sílabas, etc. Quem conseguiu relata já ter experimentado a sensação de estar voando e pousando no pico de uma montanha; outros se viram caminhando por estradas de terras, bosques; enfim, quem pratica a meditação pode, sim, experimentar a sensação de que sua mente e seu corpo estão sendo transportados para lugares inimagináveis, de paz.

“... Lentamente, lentamente, a meditação se transforma na sua iluminação... Você dançará por razão nenhuma, você cantará por razão nenhuma, canções que não compôs, danças que não aprendeu. Elas estão simplesmente borbulhando espontaneamente em sua consciência. Isso é iluminação, mas não a torne um objetivo. Meditação é o suficiente. Tudo o mais segue por si só”. (Osho, guru indiano falecido em 1990, mestre da arte da meditação).

Meditar é preciso e faz parte das PICs do SUS

A meditação faz parte das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza em algumas Unidades Básicas de Saúde.

Na região Sul da cidade de São Paulo, a UBS Arrastão oferece essa técnica aos seus usuários mediante consulta médica com a doutora Alina Cristina Mandalka, que encaminha o paciente, caso necessário, ao grupo de meditação. Formado por pacientes de várias faixas etárias, as reuniões acontecem todas as quartas-feiras, sempre às 8h30.


No mesmo encontro, os pacientes podem ainda participar de sessões de acupuntura e auriculoterapia – ambas originárias da medicina tradicional chinesa – que, além de amplificarem os benefícios da meditação, também fazem parte das PICs.


Os benefícios da meditação

Os benefícios oferecidos pela meditação são inúmeros: ajuda a disciplinar e acalmar a mente; traz conforto emocional; aumenta a capacidade de concentração; reduz o estresse e a ansiedade; ajuda a reduzir a insônia, a depressão, a pressão arterial e as dores de cabeça; aumenta a autoestima; ajuda a largar o vício de cigarros, álcool e drogas; estimula o bem-estar, a criatividade, a inteligência, a memória e a harmonia no ambiente de trabalho; fortalece o sistema nervoso e imunológico, entre tantos outros.

O antes e o depois da meditação

As dores são queixas recorrentes entre os pacientes que procuram a meditação na UBS Arrastão, como é o caso de Maria Muniz, de 71 anos, que já faz parte do grupo há dois anos: “Antes de começar a meditar, eu tinha dores na articulação do meu joelho. Ficava até paralisada, não tinha condições de andar. Para descer escadas, então, era horrível”, recorda-se ela.

Segundo Maria, um dos maiores benefícios que obteve com a prática foi o de parar de tomar remédios, além de ter melhorado da depressão que teve após o falecimento da sua mãe.

“Sempre gostei de meditar. Mas há dois anos resolvi parar com tudo, porque achava que isso não estava me beneficiando em nada. Aí, quando tive fissura no ombro, encontrei, de novo, essa abertura para voltar para a meditação”, diz o usuário Ariovaldo Mathias, de 57 anos, participante do grupo por quase um ano.

Já Viviana Araújo de Souza, de 26 anos, que está no grupo há um mês, afirma já sentir mudanças positivas em sua vida. “Antes de começar a meditar, eu sentia muita dor de cabeça e tontura, todos os dias; até chorava de dor. Nunca gostei de tomar remédio, mas havia dias em que era obrigada a tomar”. Após entrar para o grupo foi a mesma coisa que tirar as dores com as mãos; estou me sentindo muito bem. Além do alívio da dor, o outro benefício foi ter um pouco mais de paciência em casa com minha filha e meu marido. Hoje, consigo me controlar mais”, comemora ela.

Apesar de também estar há pouco tempo no grupo, Joana Ferreira do Nascimento, 74 anos, conta que já se sente melhor, mais calma e menos depressiva. “Agora, só tomo metade do remédio para dormir e minha meta é parar de tomá-lo de vez”, torce dona Joana.

Para mais informações sobre essas e outras Práticas Integrativas e Complementares oferecidas pela rede pública de saúde, procure uma Unidade Básica de Saúde.

Serviço

UBS Campo Limpo - Dr. Francisco S. Sobrinho (Arrastão)

Endereço: Rua Dr. Joviano Pacheco de Aguirre, 255 – Campo Limpo.

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