Secretaria Municipal da Saúde
Riacho do Sapé recebe mutirão de limpeza pelo terceiro ano consecutivo
Por Karina Mendes
O Riacho do Sapé localizado na região do Rio Pequeno recebeu na quinta-feira (8) um mutirão de limpeza que reuniu diversas ferramentas da saúde e do meio ambiente. O Sapé, que já foi um esgoto a céu aberto, há três anos voltou a dispor de água limpa e canalizada, em função de obras realizadas pela Sabesp.
A conservação do riacho ocorre através de um trabalho intersetorial denominado “Micro Rede do Sapé”, que é conduzida pela Unidade Básica de Saúde Malta Cardoso (UBS Malta Cardoso) e pela SOS Mata Atlântica, com apoio da comunidade e de outros órgãos públicos. Também as escolas municipais de Ensino Fundamental (EMEF) Roberto Mange e Brasil-Japão ajudam a cuidar do Sapé.
Apesar da água cristalina e do trabalho realizado durante esses três anos, a comunidade e o riacho ainda sofrem com o grande problema de descarte de lixo. Entre as ações do dia do mutirão, destacam-se o recolhimento de resíduos descartados no riacho, a poda do mato do entorno e a medição da qualidade da água – um trabalho que é feito regularmente pela SOS Mata Atlântica. Desde a canalização do rio a qualidade da água segue no nível regular.
“A parte mais importante é sensibilizar os moradores a respeito de um espaço que é deles. Também mostrar que não tendo lixo no córrego, não vai ter rato e nem doenças. Isso gerará qualidade de vida. A presença das crianças é fundamental nessa questão; acho que estou plantando uma semente, pois elas chamam a atenção dos pais para que não joguem lixo dentro do rio”, diz Cleide Alves dos Santos, Agente de Promoção Ambiental da UBS Malta Cardoso.
Para Cesar Pegoraro, educador ambiental do projeto Observando Rios, da SOS Mata Atlântica, que acompanha o progresso do Sapé desde sua canalização, o problema do resíduo é uma questão social. “As pessoas não enxergam o potencial degradador do seu lixo no ambiente, então é um problema social. Uma garrafa pet jogada no lugar errado, vai durar mais tempo no planeta, na natureza (entre 300 e 400 anos) do que o cidadão que a descartou. Esse é o grande desafio: sensibilizar e educar as pessoas e o poder público para a questão. E se quisermos de fato viver com qualidade, temos de participar ativamente das ações, e ser parte daquilo que a gente deseja. Mahatma Gandhi já dizia, ‘Seja a mudança que você quer ver no mundo’, rememora Cesar.
O educador ambiental destaca que apesar dos problemas enfrentados pela comunidade, ele acredita na melhora do riacho e na conscientização da população. “Diminuiu a quantidade de vandalização das mudas de plantas e a quantidade de lixo no leito do córrego, e temos mantido a qualidade da água também. Mas ainda assim queremos que a qualidade do rio continue melhorando, de modo que a gente possa quem sabe num futuro breve ter uma relação de lazer, de uso, de contato com o Sapé, como acontece com moradores de várias cidades brasileiras com seus rios. Por que não voltar a nadar e a brincar no Sapé num dia de calor? Por que não tê-lo como um espaço de contemplação e convívio? Por que não ser um lugar onde a molecada possa pescar? Tem mil coisas que a gente pode imaginar para um rio que está saudável e seguro para o contato humano”, questiona Cesar.
Maria Ilza, aposentada e moradora do Sapé, que sempre que pode ajuda na limpeza do riacho, destaca a importância da limpeza do rio para a comunidade. “Mudou muita coisa, agora não tem mais aquele mau cheiro, o lixo diminuiu bastante, as pessoas estão mais conscientes, já temos até peixinhos na água, é tudo de bom. Nós já fizemos várias limpezas aqui, mas isso precisa ser uma atitude e uma ação de todos. Uma andorinha só não faz verão”, convoca a moradora.
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