Secretaria Municipal da Saúde

Terça-feira, 4 de Julho de 2017 | Horário: 15:29
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Bullying traz sérias consequências negativas para a formação e o desenvolvimento das pessoas

Reforçar a luta contra o bullying, principalmente nas escolas, tem sido uma das alternativas para ajudar a acabar com essa atitude destrutiva

Por Aline Oliveira

O bullying (“prática de atos violentos, intencionais e repetidos, contra uma pessoa indefesa, que pode causar danos físicos e psicológico às vítimas”) tem sido um sério problema enfrentado por crianças e adolescentes em todo o planeta. Saber como identificar e ajudar a criança ou o adolescente que está sofrendo bullying são uns dos objetivos da Lei 14.957/2009, do Município de São Paulo, que dispõe sobre a inclusão de medidas de conscientização ao bullying escolar, “visando à recuperação da autoestima, o pleno desenvolvimento e a convivência harmônica no ambiente escolar”.

O Programa Saúde na Escola (PSE), uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação, é desenvolvido pelo município de São Paulo através das Unidades Básicas de Saúde (UBS), que também realizam trabalho nas escolas da região norte. Muitas ações têm como foco promover a saúde dos alunos das escolas públicas e abordar a Cultura de Paz e a Prevenção da Violência com jovens, adolescentes e crianças. As UBSs Básicas levam essas propostas para os estudantes por meio de palestras educativas, atividades lúdicas e peças teatrais.

A UBS Parque Novo Mundo I, da Coordenadoria Regional de Saúde Norte, tem um grupo de teatro que se apresenta nas escolas chamada “Agente tem talento”. Formada por Agentes Comunitários de Saúde, a equipe procura conscientizar e sensibilizar os adolescentes sobre assuntos de saúde, incluindo o bullying.

“Este é um problema com o qual temos que nos preocupar, pois o bullying ocorre com muita frequência. Existem pessoas que sofrem caladas, sem ter para quem reclamar, por isso precisamos pensar em medidas de conscientização e prevenção para que elas se sintam acolhidas e não achem natural serem agredidas verbal e fisicamente”, diz a interlocutora do PSE na região Norte, Marília Müller.

Segundo Marília, em muitos casos a pessoa agredida se sente culpada pelas ofensas que sofre e acaba aceitando aquilo para si. “Quem comete bullying se aproveita de alguma ‘diferença’ do outro para agredir verbal e até fisicamente a vítima. Às vezes só por alguém ser bastante inteligente acaba se tornando um alvo: temos que fazer o agressor enxergar a violência que está cometendo para que ele mude suas atitudes”, propõe ela.

Do lado psicológico o bullying pode trazer problemas graves. “Insegurança, problemas de relacionamento, de socialização, autoestima baixa, desempenho escolar prejudicado, entre outras consequências”, adverte o psiquiatra, Edmundo Dias Maia.

Os pais devem sempre estar atentos aos sinais de que seus filhos podem estar sofrendo bullying: não querer ir à escola, sempre inventar algum tipo de desculpa para ficar em casa, isolamento, ataques de fúria, impulsividade, entre outros.
“Procurar um local especializado para dar suporte psicoemocional à criança faz toda a diferença, pois assim ela irá conseguir estabilidade emocional para enfrentar todo tipo de medo e insegurança que a afeta. Além disso, as escolas devem trabalhar e orientar para que essas situações não se repitam”, finaliza o psiquiatra.

As unidades de saúde oferecem atendimento pediátrico para as crianças e clínico para os mais velhos, para encaminhar, se necessário, ao tratamento específico que possa ajudar o paciente a enfrentar esse tipo de problema.

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