Secretaria Municipal da Saúde
Pés de diabéticos exigem cuidados especiais
Por Marie Serafim / Tatiana Ferreira
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), há hoje, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população. E este número vem crescendo, afirma a instituição.
O assunto é tão sério que o Brasil comemora em 26 de junho o Dia Nacional da Diabetes e o mundo celebra a data em 14 de novembro, para lembrar e conscientizar as pessoas sobre a doença e divulgar as formas e as ferramentas existentes para sua prevenção, cuidados e como conviver melhor com a doença. A data internacional foi criada em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) e pela Organização Mundial da Saúde – OMS.
No Dia Mundial da Saúde de 2016 (comemorado anualmente em 7 de abril), o tema da OMS foi “De olho no diabetes”, para “promover a importância do rastreamento, garantir o diagnóstico precoce, o tratamento e a redução do risco de complicações mais sérias – sobretudo em casos de diabetes tipo 2”.
Informação é saúde
Diabetes é caracterizada como uma doença crônica grave, que ocorre quando o pâncreas não produz insulina (hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue) ou quando não usa de forma eficaz a que produz.
Quando a taxa de glicemia é controlada e acompanhada de forma adequada, o risco de complicações com o diabetes é reduzido. Caso contrário, as altas taxas de glicose no sangue podem causar várias complicações, como problemas nos rins, pés e membros inferiores, nos olhos (glaucoma, catarata/retinopatia diabética, cegueira) e deixar a pele mais sensível e seca, propensa a coceiras e a infecções por fungos ou bactérias, pois “a glicose em excesso rouba a água do organismo”.
Também se deve ficar de olho no fato de o diabetes ser uma doença silenciosa, com diagnóstico muitas vezes tardio, o que favorece o aparecimento de complicações, como as que acometem os pés e os membros inferiores, por exemplo, o que, em sua forma mais grave, pode até levar a amputação do membro.
Assim, é imprescindível o diabético cuidar sempre da saúde, ficando atento ao que come, ao que bebe, ao nível de glicose em seu sangue, à medicação recomendada por seu médico, aos cuidados básicos com o seu corpo e sua mente, e, principalmente, com os seus pés.
Cuidando dos pés diabéticos
Quem é diabético precisa controlar tudo: da alimentação ao monitoramento da sua taxa glicêmica até tomar a medicação corretamente. Nesse roteiro de cuidados, a atenção com os pés ganha urgência e protagonismo, pois eles podem apresentar neuropatia periférica (dormência; redução da capacidade de sentir dor), com possibilidade de o diabético ferir os pés, sem sentir a lesão, que infecciona e não cicatriza, aumentando as chances de amputação.
"O importante é manter os pés hidratados, porque quando estão ressecados, eles acabam rachando. Somos 70% água, então a pele precisa estar hidratada, ainda mais agora no inverno, quando ela tende a sofrer mais rachaduras", adverte Silmara Alves dos Santos, assessora técnica de enfermagem da Coordenadoria Regional de Saúde Sul.
Cuidados básicos que os diabéticos precisam ter com seus pés:
• Lavar e secar os pés adequadamente;
• Manter as unhas aparadas e no formato quadrada para evitar unha encravada;
• Fazer inspeção rotineira nos pés para identificar possíveis lesões;
• Usar calçados adequados para não criar bolhas ou outros machucados;
• E, principalmente, e tão ou mais importante, o paciente e seus familiares e/ou cuidadores devem ser orientados quanto aos cuidados com o chamado ‘pé diabético’, para evitar futuras complicações.
Tipos de diabetes
O tipo 1 é quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. Geralmente surge na infância ou na adolescência, mas pode ser diagnosticado na fase adulta. Seu tratamento é sempre com insulina, medicamentos, alimentação regular e regrada, e exercícios físicos para auxiliar no controle do nível da glicose.
O tipo 2 aparece mais nos adultos, na faixa dos 40 anos, pois o pâncreas já não produz insulina na quantidade que o corpo necessita. O tratamento é feito com atividades físicas e uma alimentação regular, podendo ou não incluir insulina e medicação para controlar a glicose. "A dieta do diabético tem de ser pobre em açúcares e carboidratos ", recomenda Silmara Alves dos Santos.
O diabetes gestacional (aumento dos níveis de açúcar no sangue na gravidez) deve ser tratado para não causar risco à gestante e ao bebê. Caso a grávida não seja tratada, ela pode desenvolver o diabetes para o resto da vida. Por isso, é importante fazer o acompanhamento até o final da gestação.
No Brasil, a Lei Federal n° 11.347, de 27 de setembro de 2006, estabelece que os pacientes recebam do Sistema Único de Saúde (SUS), os medicamentos necessários para o tratamento. Para isso, é necessário que o paciente esteja inscrito em algum programa de educação especial em diabetes. Em caso de dúvida, procure sua Unidade Básica de Saúde (UBS).
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