Secretaria Municipal da Saúde
Conheça a diferença entre as hepatites virais A, B e C
Por Thiago Pássaro
O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é celebrado em 28 de julho. Hepatite é a inflamação do fígado, causada por diversos fatores, como o uso de alguns remédios, álcool e outras drogas. Entre os agentes causadores estão também os vírus, responsáveis pelas chamadas hepatites virais, divididas em cinco tipos: A, B, C, D e E. No Brasil, as mais frequentes são as três primeiras.
“O contágio sexual na hepatite B é muito frequente e, por este motivo, é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Nas hepatites B e C, a transmissão ocorre por contato com sangue contaminado”, explica Celia Regina Cicolo da Silva, coordenadora do programa municipal de Hepatites Virais.
De janeiro de 2016 a 20 de julho deste ano, a cidade de São Paulo registrou 1.310 notificações de casos de hepatite B, de acordo com dados da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), órgão da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo. Desse total, em ao menos 30% foi possível identificar uma provável fonte de infecção e, destes, mais de 72% foi sexual. De acordo com a Covisa, o sexo desprotegido é a principal forma de transmissão da doença no município.
Já para o tipo C foram notificados 6.551 casos no mesmo período. Em quase 14% destes, foi possível apontar uma provável fonte. Deste recorte, a possível contaminação por via sexual se restringiu a 33%. A principal forma de transmissão da hepatite C é o contato com sangue contaminado pelo compartilhamento de materiais, principalmente no uso de drogas injetáveis, segundo a Covisa.
Diferentementes dos tipos B e C, a hepatite A é de transmissão fecal-oral, por meio do consumo de água ou alimentos contaminados ou, ainda, pelo contato entre pessoas. O que os agentes da Covisa têm observado é que há um crescimento no número de casos desta infecção transmitidos por meio da prática sexual oral-anal sem barreira de proteção.
“Após a penetração anal, seja com ou sem camisinha, há relatos de pessoas que fizeram sexo oral, podendo assim entrar em contato com vírus da hepatite A presente nas fezes de pessoas contaminadas. Além disso, há práticas de sexo oral no ânus, outra forma de proximidade”, explica Juny Kraiczyk, consultora técnica do programa municipal de DST/AIDS.
Para a dra. Célia, a situação “é preocupante". "Devemos juntar esforços para divulgar a situação e principalmente a prevenção”, completa.
Prevenção
Independentemente do tipo de hepatite, o que deve ser sempre feito é a prevenção para evitar as formas de contágio:
No caso da hepatite A, além dos cuidados clássicos de higiene, por exemplo – o consumo de água potável e a lavagem das mãos antes de preparar e consumir alimentos e após utilizar o banheiro – há também formas de prevenir a transmissão relacionada à prática sexual. “É recomendado uso de barreiras de látex durante o sexo oral e anal, como a camisinha adaptada e o filme PVC, uso de luvas de látex e a lavagem das mãos e da região genital e anal antes e depois do sexo”, aconselha a doutora Joselita Magalhães Caraciolo, médica e consultora técnica do programa de DST/AIDS.
Outra forma de prevenção é a vacinação. A vacina para hepatite A é aplicada em crianças de 1 a 2 anos de idade, portadores de HIV e doentes com hepatites B e C e outras hepatopatias. A vacina para hepatite B é indicada para crianças desde o nascimento e para adultos de todas as idades e ainda não vacinados. As doses estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. Basta comparecer no serviço com a carteira de vacinação e o cartão SUS e verificar com um profissional da saúde se há a indicação da aplicação.
É importante também fazer a testagem para hepatites B e C com frequência, para descobrir a doença. Os exames tradicionais de sangue para identificação estão disponíveis em quailquer UBS da cidade, nos Serviços de Assistência especializada (SAEs) e nos Centros de Referência (CRs), que fazem parte da rede municipal especializada (RME) em ISTs/ AIDS. Os endereços das unidades da RME você encontra em prefeitura.sp.gov.br/saude/dstaids.
Mais informações sobre as hepatites B e C, acesse o site da Covisa em: https://goo.gl/qrn5UV.
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