Secretaria Municipal da Saúde
Prêmio do CIEE tem como um dos finalistas estagiário da CRS Oeste
Por Marizete Oliveira
A Coordenadoria Regional de Saúde Oeste tem um representante entre os finalistas da 8ª edição do Prêmio “As Melhores Práticas de Estágio na Prefeitura”. Lucas Monteiro, estagiário de psicologia, concorre na categoria individual com a temática “Integrando ações para aumentar o impacto”, com o título: “Projeto Piloto Com a Metodologia do Emprego Apoiado na Zona Oeste, Possibilitando o Desenvolvimento de Novas Potencialidades”.
O prêmio será concedido aos estagiários vinculados ao Sistema de Estágio da Prefeitura do Município de São Paulo, por meio de concurso realizado pela Coordenação Geral de Estágios (CGE), e pela Coordenadoria de Gestão de Pessoas (COGEP), em parceria com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). As apresentações dos trabalhos finalistas serão realizadas no I Congresso de Estágios da PMSP, na próxima quarta-feira (27), das 9h às 16h30, no Espaço Sociocultural-Teatro CIEE.
Para representar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Monteiro pensou em realizar um projeto que tivesse como proposta atuar com usuários da rede de Saúde Mental da zona Oeste, que são egressos do sistema manicomial, ou seja, moradores das residências terapêuticas e portadores de transtornos mentais. Porém, segundo ele, é preciso considerar a institucionalização, por meio de longo período de internação psiquiátrica, que produz a perda das características que formam a identidade dos sujeitos e inviabilizam o desenvolvimento de suas potencialidades.
“É importante entender a necessidade humana do trabalho, levando em conta que é um meio de alcançar potenciais humanos que foram impossíveis de obter em outras épocas, já que a progressão do conhecimento adquirido por diversos meios foi possível por variáveis históricas e tecnológicas aprimoradas no decorrer do tempo. Segundo Marx, o trabalho é uma forma de causar transformações no mundo e de atingir novas formas de relação entre o homem e a natureza, visualizando este conceito de trabalho ontologicamente”, disse Monteiro.
Em sua temática, o estudante de psicologia diz que o isolamento, proveniente do tratamento imposto pelo saber psiquiátrico, não permitiu que a autonomia e a inclusão social fossem preservadas, após a saída da instituição total. Segundo Bader Sawaia, professora de Psicologia da PUC-SP, “a exclusão é um processo complexo e multifacetado, que produz uma forma de representação social em que o próprio excluído se conforma com sua condição de exclusão”, explica o estagiário.
Sendo as relações de trabalho uma forma de exercício da intersubjetividade, os movimentos provenientes das ações que ocorrem na inclusão via Emprego Apoiado são transformadores e possibilitam novas potencialidades, tanto pessoal quanto em nível macrossocial, vide experiências ocorridas em países como Espanha e Canadá (onde Monteiro conseguiu contatos para se apropriar do tema), em que essa metodologia faz parte de políticas públicas.
O Emprego Apoiado pretende preparar esses sujeitos para um posto de trabalho, com um intermediário que viabilizará, mediante assistência pessoal, construir projetos de vida, com análises situacionais minuciosas que facilitam o processo de preparação, colocação, pós-colocação e monitoramento do usuário.
Segundo o texto da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) se pode abarcar a metodologia; de acordo com a Portaria Ministerial n°. 3088/2011, no artigo 4, os objetivos específicos constam no item IV – “promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária”; como também o artigo 5, item VI, que pontua “estratégias de desinstitucionalização, formada pelo seguinte ponto de atenção, os Serviços Residenciais Terapêuticos; e VII - reabilitação psicossocial”.
Para Monteiro, o Emprego Apoiado precisa ser mais um serviço de inserção de pessoas excluídas do mercado de trabalho formal, já que as legislações supracitadas lhes garantem esse direito. “No entanto”, diz o estagiário, “essa metodologia não deve se sobrepor a outras lógicas de trabalho existentes, de extrema importância, como os pontos de Economia Solidária, por exemplo, que têm outro tipo de funcionamento, e precisam ser cada vez mais fortalecidos”, finaliza o estagiário.
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