Secretaria Municipal da Saúde
Residência Terapêutica é inaugurada em Santo Amaro
Por Marie Serafim / Taynara do Carmo
Na tarde da última quinta-feira (21/12/2017), a Supervisão Técnica de Saúde de Santo Amaro/Cidade Ademar inaugurou, com o apoio da Organização Social Santa Catarina, mais um Serviço Residencial Terapêutico (SRT) tipo II no seu território. Essas casas terapêuticas acolhem pessoas que ficaram reclusas por muito tempo, seja por internações em manicômios ou em hospitais psiquiátricos. O principal objetivo do projeto é de dar a esses indivíduos uma nova oportunidade de reinserção na sociedade. “O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a inserção do usuário na rede de serviços, organizações e relações sociais da comunidade”, diz o Ministério da Saúde.
Bem espaçosa, a casa recém-inaugurada conta com cinco quartos, sala de estar ampla, sala de jantar, cozinha, área de serviço, banheiros adaptados e quintal. “A ideia é que seja uma casa normal, sem nenhuma característica de instituição, onde eles tenham seus quartos, e que nós, os profissionais e acompanhantes, sejamos capazes de ajudá-los em sua reumanização e ressocialização, tratando-os como cidadãos, pois muitos vieram sem documentos e sem uma história de vida, então, para eles é um renascimento. É o resgate da vida e cidadania deles”, diz o coordenador da SRT II, Rene Rogério Pereira.
Funcionando de segunda a segunda, na nova residência terapêutica moram sete homens e três mulheres. No total, oito acompanhantes se revezam no período de 24h – os grupos são divididos em regime de 12x36, ou seja, dois acompanhantes durante o dia, das 7h às 19h, e dois acompanhantes no período da noite, das 19h às 7h – para auxiliar na rotina da casa e na reintegração dos moradores.
Reciclando vidas
A residência é uma nova possibilidade dessas pessoas que foram abandonadas e esquecidas voltarem a ter uma vida, de construir uma história e de aprender – dentro de seus limites – a ter autonomia. E são os acompanhantes que terão a importante missão de ajudá-los a desenvolverem essas aptidões.
A enfermeira Edivânia dos Santos França está ansiosa e com grandes expectativas para o trabalho. “A gente vai ajudá-los a se reintegrarem à sociedade, dando ferramentas para que possam ir ‘se virando’ sozinhos, seja ensinando-os a cozinhar e a cuidar da roupa, seja a tomarem banho sem a ajuda de ninguém, enfim, a terem autonomia, aprendendo com eles e eles com a gente”, anseia Edivânia.
“Espero que eles sintam-se em casa, que tenham progresso no decorrer dos dias e que se adaptem bem à nova vida, pois para eles vai ser e é uma grande mudança. Iremos aprender juntos a cada dia”, completa a acompanhante Débora Barbosa de Souza.
Como funciona uma SRT?
Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) são casas que recebem pessoas com transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não, e visa atender as necessidades na questão de moradias. Os SRTs também são denominados de residência terapêutica ou moradia e ficam dentro da cidade para que o morador se reintegre a sociedade. O SRT é o começo de um profundo processo de reabilitação que tem o objetivo de incluir socialmente esse morador.
O número de moradores deve ser pequeno, o recomendável é de 8 a 10 pessoas e deverá ter o suporte de profissionais que supram as demandas e as necessidades de cada um. Esse suporte se encaixa no caráter interdisciplinar com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), equipe de atenção básica, entre outros e sempre visando à particularidade de cada morador e não só em ações e atividades embasadas no coletivo. O acompanhamento deve ser continuo mesmo que o paciente mude de casa ou que ele seja hospitalizado.
Saiba mais sobre as SRTs clicando no link: https://goo.gl/1ZGk1Q
Curso de Práticas de Atendimento Grupal em Saúde Mental
No mesmo dia da inauguração da SRT II também aconteceu a aula inaugural do Curso de Práticas de Atendimento Grupal em Saúde Mental do CEDEPS (Centro de Desenvolvimento, Ensino e Pesquisa em Saúde), juntamente com a Rede Sampa.
O evento aconteceu no auditório da UNIP Vergueiro e contou com a apresentação da grade curricular das aulas. Destinado aos profissionais da Rede de Saúde Mental, cerca de 250 pessoas poderão usufruir das aulas, que contará com duas modalidades e cargas horárias diferentes, de acordo com a disponibilidade do trabalhador.
Compareceram ao encontro, os interlocutores das áreas de Saúde Mental das Coordenadorias de Saúde da Capital e os representantes das instituições parceiras que oferecerão as aulas aos profissionais.
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