Secretaria Municipal da Saúde
Tuberculose é o principal tipo de coinfecção de pessoas vivendo com HIV/AIDS em São Paulo
Por Thiago Pássaro
Todo 24 de março, desde 1982, é marcado como um dia de luta contra a tuberculose. A data foi criada naquele ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em homenagem aos 100 anos do anúncio da descoberta bacilo causador da doença, ocorrida em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.
Pessoas vivendo com HIV/AIDS são mais expostas a adquirir uma nova infecção ou doença devido o vírus da imunodeficiência humana atingir o sistema imunológico, que tem a função de proteger o organismo desses agravos de saúde, ao diminuir a presença no corpo das células chamadas de CD4, que funcionam como os guardiões da nossa imunidade. Com menos defensores, mais risco de se infectar e ficar doente. Entre as coinfecções, a principal delas é a tuberculose. Um estudo realizado pelo PM DST/AIDS, entre setembro de 2015 e março de 2016, revelou que 35% dos óbitos com pessoas vivendo com AIDS estava associadas à doença respiratória.
“É preciso lembrar que ninguém morre por HIV ou por AIDS, mas, sim, de uma complicação de uma doença coadquirida”, explica Dr. Robinson Fernandes de Camargo, coordenador da área de assistência médica do Programa Municipal de DST/AIDS (PM DST/AIDS), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo. “Nós e a Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) atuamos juntos em um comitê para investigar as mortes relacionadas à AIDS, com o objetivo de observar pontos de falha e melhorar continuamente os fluxos de atendimento e assistência”, completa.
A pesquisa mostrou ainda que o índice de cura da tuberculose entre pessoas HIV negativas foi de 84% no período, enquanto para pessoas vivendo com o vírus foi de 55%. Quando observado o abandono do tratamento, o percentual chega a 20% em pessoas vivendo com o HIV, contra apenas 10% em indivíduos HIV negativos. “Por isso é tão importante o diagnóstico precoce da tuberculose”, ressalta Camargo.
Tratamento como prevenção
Com tratamento adequado, as pessoas que vivem com HIV/AIDS reduzem a carga viral (quantidade de vírus no corpo) a um patamar tão baixo, que chega a ser indetectável; isto é, quando o exame de sangue não consegue mais quantificar o número de vírus no organismo. Com menos vírus no corpo, mais células CD4 e, portanto, mais fortalecido o sistema imunológico. É por isso que o tratamento é tido como um método de prevenção.
“Pessoas que estão há pelo menos seis meses indetectáveis se tornam ainda intransmissíveis. É o chamado I=I, que significa carga viral indetectável igual a intransmissível ao HIV. É uma informação importante, que pode contribuir para a diminuição do preconceito e estigma”, diz o coordenador.
Pessoas vivendo com HIV/AIDS contam com tratamento gratuito no SUS. Na cidade de São Paulo, o acompanhamento médico é oferecido nos Serviços de Assistência Especializada (SAEs), que estão distribuídos por toda a capital. Os endereços podem ser conferidos em: prefeitura.sp.gov.br/dstaids/rme.
“Realizamos capacitação contínua com nossos profissionais para mantê-los atualizados sobre os mais recentes protocolos clínicos e, claro, também diagnosticarem com precocidade a tuberculose, para iniciar o tratamento o mais rápido possível”, conclui Camargo.
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