Prefeitura de São Paulo

Texto / foto por Luana Amorim

Com a chegada do outono e suas variações bruscas de temperatura, com manhãs mais quentes e tarde mais frias, o tempo seco, a baixa umidade do ar e a poluição são fatores de alto impacto na saúde de todas as pessoas, principalmente dos idosos. Nessa época do ano, a saúde das pessoas dessa faixa etária se apresenta ainda mais frágil, pois o tempo seco propicia uma maior probabilidade de desenvolverem gripes, infecções, problemas respiratórios e alergias.

Segundo Carlos Augusto Magalhães Scaranello, médico generalista da Unidade de Saúde Básica (UBS) Vila Santa Maria da Coordenadoria Regional de Saúde Norte (CRSN) isso se deve à alteração do sistema imunológico, característica natural do envelhecimento, que torna o idoso mais vulnerável a doenças respiratórias, aos processos alérgicos e a proliferação de bactérias. “O idoso está mais suscetível devido a alterações em seu sistema imunológico, que deixam o corpo menos resistente, mas isso também se deve a doenças agregadas, como a diabetes e doenças sistêmicas, que causam essa interferência”, explica ele.

As bruscas mudanças no clima e a aglomeração de pessoas também representam uma ameaça à proliferação de doenças. Os idosos sentem mais frio e tendem a se trancar nos ambientes, mantendo porta e janelas fechadas. “Assim, a propagação de ácaros e fungos dentro da habitação é muito maior, por isso orientamos para que sempre se deixe uma corrente de ar dentro da casa para evitar contrair doenças”, recomenda Scaranello.

No outono, a gripe é a principal doença que atinge essa população, tornando-a público-alvo e prioritário da campanha de vacinação contra a influenza, que ocorre justamente nessa estação do ano. Embora a imunização seja muito importante, é sempre recomendável buscar orientação do médico que acompanha o idoso.

“É mito que a vacina da gripe cause a doença; o que acontece é que existem inúmeros tipos de gripe e nem todos são cobertos pela vacina, mas os prevalentes a darem complicações compõem a dose”, esclarece Scaranello.

Alimentação saudável e ingestão de água

Entre as condutas para garantir uma maior qualidade de vida ao idoso está a adoção de uma alimentação mais leve e saudável. “Uma das nossas estratégias é a orientação por meio do grupo de alimentação saudável. A cada encontro abordamos um tema diferente”, conta Thalita Sanchez de Pachoa, terapeuta ocupacional do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) da UBS Vila Santa Maria.

“Orientamos e buscamos o melhor caminho para uma mudança de hábitos alimentares. É um trabalho de conscientização, conseguimos muitos avanços mostrando para eles os resultados dessas práticas e eles ficam muito felizes ao atingir essas conquistas”, complementa Adriana da Silva Alves, nutricionista do NASF da UBS Vila Santa Maria.

Outro fator de grande ocorrência é a desidratação em função da diminuição da sensação de sede que faz com que os idosos sintam maior cansaço, sendo muito importante reforçar a ingestão de água tanto no verão, quanto nas outras estações do ano. “Tento tomar bastante água, até porque trabalho no pesado e me sinto bastante cansado, mas não abandono minha cervejinha”, conta Edgard de Cassia Carvalho de Toledo, paciente da UBS Vila Santa Maria.

Porém essa hidratação deve ser feita com base em um consumo diário de água, não devendo ser totalmente substituída por outros líquidos como esclarece Scaranello: “Muitos simplesmente se esquecem de tomar água e por morarmos num país tropical também há uma grande influência do clima o que ocasiona uma elevada perda de líquidos e sais minerais, especialmente entre a população idosa. Por conta disso sempre orientamos a ingestão frequente de água”, finaliza o médico generalista.