Secretaria Municipal da Saúde

Quarta-feira, 14 de Novembro de 2018 | Horário: 11:05
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Diabetes atinge 7,5% da população adulta na cidade de São Paulo

Doença eleva os níveis de açúcar no sangue e afeta mais de 13 milhões de pessoas no Brasil; em todo o mundo, aproximadamente 4,5 milhões de pacientes morrem anualmente

Por Maria Lucia do Nascimento

Em 14 de novembro, é comemorado o Dia Mundial do Diabetes, doença caracterizada pela elevação da glicose (açúcar) no sangue, que ocorre devido a defeitos na produção, secreção ou ação da insulina, que é fabricada no pâncreas pelas células beta. No município de São Paulo, 7,5% da população, aproximadamente 900.000 pessoas a partir dos 18 anos, convivem com a doença. Para atender ao número crescente de casos, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) conta com o Programa Multidisciplinar de Atendimento ao Diabetes.

O programa prevê a orientação nutricional para prevenção e controle dos casos existentes, mudança dos hábitos de vida, tratamento da doença e suas complicações. Utiliza protocolos clínicos que possibilitam o acompanhamento pela Atenção Básica ou para outros níveis de complexidade assistencial quando necessários.

“O município também fornece os medicamentos orais nas farmácias da rede e, por meio dos protocolos, libera insumos para o automonitoramento glicêmico, insulina, além dos cuidados com lesões de pele e pé diabético”, explica a geriatra da área técnica da Saúde da Pessoa Idosa, Lilian Faria.

Cenário da doença no Brasil e no mundo

De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), mais de 13 milhões de pessoas convivem com diabetes no Brasil e, anualmente, aproximadamente 4,5 milhões de pacientes morrem em todo o mundo devido às complicações da doença. “Na cidade de São Paulo, os índices aumentam gradativamente. Segundo Inquérito de Saúde (ISA) de 2015, 7,5% da população paulistana já desenvolvem a doença, principalmente mulheres com mais de 60 anos, viúvas e com baixo índice de escolaridade”, informa Lilian.

A principal função da insulina é promover a entrada de glicose nos tecidos, permitindo a atividade celular. “Qualquer alteração na secreção ou na função desse hormônio resulta em acúmulo de glicose no sangue, o que caracteriza a diabete, chamada de hiperglicemia”, afirma a geriatra.

Tipos de diabetes:

A maioria dos casos de diabete está dividida em dois grupos:

Diabete tipo I é responsável por 10% dos casos da doença. “É ocasionada por um processo imunológico, produção de anticorpos pelo próprio organismo que destrói as células produtoras de insulina. Ocorre em crianças e adultos jovens, de início abrupto, com sintomas exuberantes”, esclarece a médica. Os sintomas mais comuns são a sede, diurese e fome excessiva, emagrecimento, cansaço e fraqueza. “Casos não tratados e graves evoluem para desidratação, sonolência, vômito e coma”, adverte.

Diabete tipo 2 acomete a maioria dos casos, cerca de 90%. “A ação da insulina é dificultada pelo que chamamos de resistência à insulina. Os níveis do hormônio aumentam até um ponto em que não é mais possível manter os níveis glicêmicos normais, a partir daí surge a diabete”, ressalta Lilian.

A geriatra acrescenta que, neste caso, a instalação da doença é lenta, podendo demorar anos para se manifestar. “Os sintomas mais frequentes são a sede, aumento da diurese, dores nas pernas, perda de peso, tonturas, câimbras e alterações visuais. Os casos mais graves evoluem com desidratação e coma. A doença também é associada à obesidade, consumo de gorduras, carboidratos e sedentarismo”, afirma.

Diabetes gestacional

Diagnosticada durante ou ainda no primeiro trimestre da gravidez, a diabetes gestacional pode ser transitória ou não, devendo ser melhor investigada após o parto. “Outros tipos de diabetes podem ocorrer por defeitos genéticos das funções das células do pâncreas, doenças pancreáticas, doenças endócrinas e por uso de medicamentos”, destaca a especialista.

Diagnóstico

O diagnóstico das diabetes é simples e pode ser feito através de exame de sangue para dosagem de glicemia. Caso aponte níveis glicêmicos irregulares, o exame deverá ser confirmado com procedimentos mais específicos, orientados por profissional da saúde. “O diagnóstico é importante para a prevenção das complicações agudas e crônicas, evitar a perda da autonomia e independência por doenças cardiovasculares e neurológicas (infartos, acidentes cerebrovasculares, retinopatia diabética, nefropatia diabética, polineuropatias e pé diabético)”, alerta a médica.

Tratamento

Várias classes de medicamentos e diversos tipos de insulina estão disponíveis para o tratamento das diabetes. O acompanhamento também envolve equipes multiprofissionais que, em acompanhamento aos seus pacientes, saberão a melhor indicação para o controle em conformidade com as provas da saúde baseadas em evidências. “Além do medicamentoso, o tratamento deve ser baseado na mudança dos hábitos de vida, educação nutricional e atividade física”, conclui Lilian.

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