Secretaria Municipal da Saúde
Alzheimer afeta a população idosa e demanda cuidados para qualidade de vida
Estudar, ler, divertir-se pode ajudar a prevenir ou retardar o aparecimento da Doença de Alzheimer (DA), que afeta sobretudo a população idosa. De 2016 a julho de 2019, foram diagnosticados 605 pacientes com o mal e internados em hospitais das redes municipal e estadual de Saúde, na cidade de São Paulo. O desenvolvimento neurodegenerativo é caracterizado pela perda progressiva das funções cognitivas, alterações de comportamento e de personalidade que interferem na capacidade de trabalho e nas relações sociais.
A gerontologista e coordenadora da área técnica da Saúde do Idoso da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Paulo, Rosa Maria Bruno Marcucci esclarece que o Alzheimer é o tipo de demência mais frequente e acomete mais pessoas a partir dos 65 anos. “Não existe causa específica, porém, a maioria das pesquisas aponta para questões genéticas.”
A perda de memória se dá, no início, em relação aos acontecimentos recentes, segundo a especialista. É o primeiro sintoma perceptível e também o mais característico para identificar os sinais em alguém com a Doença de Alzheimer. Com o passar do tempo aparecem a repetição da mesma pergunta várias vezes, a dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos. “A pessoa vai perdendo a capacidade de elaborar estratégias para resolver problemas e aí vem a dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos”, explica.
Encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais também vai ficando mais difícil para quem está nesse processo neurodegenerativo. Assim como acontecem demonstrações de irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos e tendência ao isolamento são um alerta. “A maior parte desses sintomas, porém, pode também ser associada a estados depressivos ou outros tipos de demência. Logo, o diagnóstico diferencial do Alzheimer se faz, principalmente, através de Ressonância Magnética e alguns exames laboratoriais”, esclarece a especialista.
Prevenção e fatores de risco
A Doença de Alzheimer não tem forma preventiva específica, entretanto, algumas pesquisas demonstram que determinados tipos de cuidados podem retardar seu início, como manter a mente ativa por meio do hábito de leitura frequente, o uso do pensamento com exercícios de aritmética, jogos de memória ou palavras cruzadas, por exemplo.
Praticar exercícios físicos regulares, manter uma alimentação saudável e a socialização por meio de atividades em grupo também ajudam.
“Como a primeira causa do Alzheimer é a genética, a existência de familiar de linha direta com a doença é o principal fator de risco”, adverte Rosa. “Hábitos de vida inadequados, pouca atividade cognitiva, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, sedentarismo e isolamento social são fatores que predispõem o desenvolvimento da doença.”
Tratamento na rede municipal
Os casos de demência, inclusive a Doença de Alzheimer, são considerados fatores de fragilidade funcional e, a partir de encaminhamento pela Unidade Básica de Saúde (UBS), o paciente receberá a indicação para acompanhamento em especialidades.
A rede tem a Unidade de Referência em Saúde do Idoso (URSI), onde são atendidos por equipe multiprofissional formada por médico, enfermeiro, assistente social, nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, cirurgião dentista, fisioterapeuta, educador físico e farmacêutico, além de profissionais de nível médio, para diagnóstico, tratamento e acompanhamento compartilhado com a UBS.
Para saber qual a unidade mais próxima à sua residência, acesse o Busca Saúde.
As equipes do Programa Acompanhante de Idosos (PAI) e do Programa Melhor em Casa também atendem pessoas idosas com Alzheimer em situação de vulnerabilidade social e pacientes acamados, que necessitam de atendimento domiciliar.
“O paciente com Alzheimer necessita de cuidados progressivos que o auxiliem nas atividades de vida diária. Além disso, o convívio social, ambiente tranquilo e seguro, alimentação saudável, atividade física e terapias cognitivas contribuem para controlar os sintomas e a retardar a sua progressão, evitando o agravamento das complicações cerebrais, e melhorando a qualidade de vida”, ressalta Rosa.
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