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Sábado, 6 de Fevereiro de 2021 | Horário: 10:00
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É possível pegar Covid-19 ao ar livre?

Possibilidade é mais remota, mas chances de contaminação em ambientes abertos existem quando as pessoas deixam de usar os métodos de proteção

Toda vez que se anuncia uma medida de combate ao coronavírus, as polêmicas se acirram e as teorias se multiplicam, principalmente as pautadas pelas fake news.

No campo das pesquisas, cientistas afirmam que as chances de se contrair Covid-19 ao ar livre são muito poucas, justificando que fora de ambientes fechados é possível a dispersão e diluição do vírus Sars-Cov-2.

Segundo estudos, o vírus morre quando exposto à luz do sol ou raios ultravioleta. Sua camada protetora, feita de gordura, derrete. Da mesma forma que a água e o sabão nos livram de uma invasão.

O vento ajudaria a evaporar os perdigotos, que são as gotículas de saliva, visíveis e invisíveis, lançadas ao ar quando espirramos, tossimos ou falamos. Quando alguém infectado fala, tosse ou espirra, essas as gotículas transportam o vírus e, se atingem outras pessoas, acabam infectando-as. O ato de cantar e gritar dispersa ainda mais perdigotos, que podem alcançar nossos olhos, nariz e boca. A pessoa infectada também libera partículas menores chamadas aerossóis. Sabe aquele um metro e meio de distância mínima recomendada? É prevenção cientificamente comprovada.

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Os cientistas concordam que os riscos de contágio são baixos em grandes espaços abertos desde que se mantenha a distância entre as pessoas. Caminhar de máscara não tem problema.

Contudo, também se acredita que as infecções pelo coronavírus possam ocorrer em ambientes externos em situações de exposição prolongada, sem respeitar o devido distanciamento. Ficar conversando por 15 minutos consecutivos cara a cara seria suficiente para a dispersão do vírus. Ou seja, mesmo ao ar livre, mas sem máscara e com proximidade, o vírus circula e pode contaminar.

O mesmo vale para objetos, como um banco de parque ou ponto de ônibus, bebedouros ou aparelhos de ginástica. Se uma pessoa infectada tosse ou espirra próximo a essa superfície ou até mesmo usa a mão como anteparo e toca esse objeto depois, o vírus consegue sobreviver no local por horas.

Nos Estados Unidos, pesquisadores já encontraram o vírus em alças de latas de lixo e botoeiras de semáforos. E também apontam que o coronavírus gosta do frio invernal, sobrevivendo em baixas temperaturas. Os surtos em frigoríficos podem ter essa justificativa, bem como as festas em ambientes fechados com ar-condicionado. Um verdadeiro perigo.

Todas as evidências indicam que a grande maioria das infecções por Covid-19 ocorre em ambientes fechados, pela interação humana, principalmente quando as pessoas ficam juntas por um longo período e sem os devidos cuidados.

“O vírus não morre quando exposto à luz solar, sobrevivendo por horas no ambiente. O distanciamento de cerca de dois metros diminui as chances de alguém contrair o coronavírus em espaços abertos, mesmo sem máscara. Porém, a máscara auxilia na diminuição da transmissão entre as pessoas. As chances aumentam em contato maior que 15 minutos em ambientes fechados, como bares e restaurantes, com distâncias inferiores a um metro e sem uso de máscaras, e são menores em espaços abertos e ventilados, como em caminhadas em parques. Mesmo assim, há possibilidade de contágio”, explica o infectologista Marcos Antonio Cyrillo, coordenador da Seção Técnica de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).

Por isso, os jovens são advertidos para não aglomerarem e levarem o vírus para as suas casas. Gotículas infectadas podem cair nas pessoas, contaminar objetos, as partículas podem acumular no ar e serem inaladas por qualquer pessoa de nosso convívio, com perigo potencializado aos pertencentes ao grupo de risco (idosos, pessoas com comorbidades ou até pessoas mais saudáveis). Lembre-se: o coronavírus não escolhe suas vítimas e não faz distinção de locais para poder contaminar.

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