Secretaria Municipal da Saúde

Quinta-feira, 11 de Março de 2021 | Horário: 12:30
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Bariátrica, a cirurgia que devolveu saúde e qualidade de vida para Janecleide

Ela é uma das pacientes beneficiadas pelo Programa de Combate à Obesidade da capital paulista

Ela é animada, divertida, de bem com a vida, mas a dona de casa Janecleide dos Santos, 48 anos, já brigou muito com a balança. E como muitas outras mulheres, Jane é guerreira e determinada.

Com o ponteiro da balança na casa dos três dígitos, viu a pressão arterial aumentar e os joelhos começarem a doer. Mas no dia 26 de novembro de 2020, ela deu uma guinada em busca da qualidade de vida perdida: foi submetida a uma cirurgia bariátrica.

O procedimento foi realizado dentro do Programa de Combate à Obesidade da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS), que desde a segunda quinzena de outubro de 2020 passou a operar pacientes da rede de Atenção Básica em dois hospitais municipais: o Hospital Gilson de Cássia Marques de Carvalho, conhecido também por Vila Santa Catarina, e o Hospital Vereador José Storopolli, o Vila Maria.

Mensalmente, podem ser atendidos 60 casos de pacientes com IMC (índice de massa corpórea) superior a 40, submetidos à avaliação pré-operatória, cirurgia e acompanhamento pós-operatório.

Foto de Janecleide depois da cirurgia. Ela está na frente de uma parede rosa usando uma blusa verde, olhando para a frente e com a mão na cintura. A boca esboça um leve sorriso

Jane depois da cirurgia bariátrica realizada em novembro de 2020: no total, já são 18 quilos a menos (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Foi acompanhando o retorno de Jane ao Hospital Vila Santa Catarina, 43 dias após a cirurgia, que conhecemos a sua trajetória na busca pela recuperação da forma esbelta que tinha no início dos anos 1990, quando engravidou pela terceira vez.

“Eu nunca fui gordinha. Pesava 50 quilos”, revela Jane. “Tive a primeira filha em 1987 e voltei ao meu corpo, em 89 engravidei de novo e emagreci depois. Foi na gravidez da minha caçula, hoje com 27 anos, que eu comecei a engordar e a não conseguir voltar ao peso, apesar de sempre tentar emagrecer”, relembra.

Há nove anos, Jane viu que tinha engordado demais, chegando aos 103 quilos. Tomou muito remédio, fez dietas da moda, mas assume que não fazia atividade física.

“Para minha sorte, apareceu no posto de saúde do meu bairro (a UBS Recanto Verde Sol, em São Mateus, zona leste da capital), um grupo com psicóloga, nutricionista, fisioterapeuta e educador físico. Em dois anos e pouco, emagreci dez quilos, mas tempos depois engordei de novo”, lembra.

Foto de Janecleide durante uma consulta. Ela está sentada numa cadeira enquanto mede a pressão com um aparelho em seu braço. Ao seu lado, uma profissional da saúde está sentada de frente para um computador e digitando

Após a cirurgia, Jane faz acompanhamento periódico no Hospital Municipal Vila Santa Catarina (Foto: Ale Moreira)

 

A balança marcava 102 quilos quando novamente Jane foi procurar ajuda na rede municipal. Ela retomou a dieta e os exercícios e, por ter comorbidades e alto índice de massa corpórea, foi encaminhada para a cirurgia.

Na preparação para o procedimento, ela emagreceu quatro quilos. Foi quando chegou aos 98 quilos e IMC 46 que a dona de casa de apenas 1,46m de altura foi para a mesa de cirurgia. O método utilizado foi o By pass por videolaparoscopia. Ela ficou três dias e meio internada e ao final da primeira semana comemorava sete quilos a menos.

Ao subir na balança digital no retorno ao hospital, um sorriso largo de satisfação: 87,650 kg. O IMC baixou para 41 e a pressão arterial marcava 12 por 8. “Está ótimo! Estou muito feliz!”, comemora a dona de casa.

O médico cirurgião Oscar Birkhan revela que a paciente teve uma boa perda de peso. A meta de uma bariátrica é diminuir pelo menos 50% do excesso de peso da data da operação. Jane operou com 44 quilos a mais, a meta, então, é perder no mínimo 22 quilos deste total. Mas 43 dias após o procedimento, no dia 8 de janeiro, a paciente tinha conseguido eliminar 11 quilos. Na ocasião, ela ainda seguia com a dieta pastosa, com uma série de restrições. Mas era um começo animador.

Foto de Janecleide antes da cirurgia. Ela posa na frente de uma planta e está usando uma blusa florida que deixa seus ombros de fora e esboça um leve sorriso

Antes da cirurgia, a dona de casa chegou a pesar 103 quilos, mas dietas da moda e remédios não surtiram efeito (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Em 4 de fevereiro, era dia de passar em consulta com a nutricionista. Antes de saber o que poderia acrescentar ou evoluir na dieta, Jane foi para a pesagem obrigatória. A balança novamente dava boas notícias. O peso baixara para 84,200 kg e o IMC de 39,5 já não está na faixa mais severa do grau de obesidade. Os alimentos sólidos foram liberados, com a atenção redobrada à mastigação.

A paciente revela que depois de iniciar essa nova fase, sentiu alguns enjoos. “Passei dias bem enjoada. Mas agora estou me sentido bem e me adaptando, principalmente ao arroz. Como uma colherinha e, aos poucos, vou tentando outros alimentos para conseguir comer de tudo um pouquinho. Mas estou muito feliz”, conta Jane, que no total, considerando os 102 quilos que a levaram a buscar ajuda, já eliminou 18 quilos.

E tem um detalhe, ela só se pesa quando passa em consulta e aguarda as orientações para a nova pesagem em virtude da pandemia. Sem ansiedade.

Educação alimentar
A obesidade é considerada uma pandemia, devido ao aumento importante de sua prevalência ao longo dos últimos anos, tanto no Brasil quanto em outros países. Em São Paulo, segundo dados da SMS, em 2019 a realidade era de 10 mil indivíduos com obesidade mórbida em 15 mil atendimentos SUS.

No combate à obesidade, a Área Técnica de Saúde Nutricional da rede municipal de Saúde trabalha em programas e ações para promover a melhoria das condições nutricionais da população, com o objetivo de reduzir os impactos da má nutrição na saúde e na qualidade de vida das pessoas.

 

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