Secretaria Municipal da Saúde
Prefeitura entrega 1ª fase do Hospital Municipal da Vila Santa Catarina
Por Keyla Santos
A população já pode contar com os serviços do primeiro hospital municipal de alta complexidade. Nesta sexta-feira (11) o prefeito Fernando Haddad, o secretário municipal de Saúde Alexandre Padilha e o presidente do Hospital Israelita Albert Einstein Cláudio Lottenberg entregaram a primeira fase de um dos hospitais de referência para a cidade. Com atendimento 100% SUS, a unidade beneficiará uma população de aproximadamente 2,6 milhões de pessoas.
O equipamento possui Ambulatório do Programa de Transplantes e atende pacientes oncológicos. Gerenciado em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, o Hospital Municipal da Vila Santa Catarina Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho – antigo Hospital Santa Marina -, atende a uma demanda histórica dos movimentos sociais e de saúde das zonas Sul e Sudeste. A unidade será entregue à população, em sua totalidade, em janeiro de 2016.
Em junho de 2015, entraram em funcionamento 30 leitos de Clínica Médica e oito de UTI Adulto para retaguarda da UPA Vila Santa Catarina. A Maternidade entrou em operação no dia 12 de outubro, com 17 leitos ativos e, até 16 de novembro, a maternidade realizou 47 partos, sendo 32 vaginais (68%) e 15 cesáreas (32%). Foram realizados 187 atendimentos no pronto-socorro obstétrico.
‘Ideia veio da luta dos moradores do Jabaquara, a quem rendo homenagens’
Haddad destacou o papel dos movimentos sociais de saúde da região para que o Hospital da Vila Santa Catarina se tornasse realidade. “Há dois anos, numa visita ao piscinão e à UBS Integral Jardim Miriam II, um morador me disse: ‘Haddad, vocês estão perdendo uma grande oportunidade. Tem um hospital pronto na cidade, fechado há cinco anos, que é uma referência. Era privado, mas é uma referência para todos nós e vai a leilão. Por que você não compra em nome da Prefeitura e reabre como hospital público?’. A ideia [da compra do hospital] veio da luta dos moradores aqui do Jabaquara, a quem eu rendo minhas homenagens”, disse o prefeito. O hospital atende 100% SUS. “Essa é uma diferença qualitativa, porque recupera um equipamento da região da Vila Santa Catarina que estava se degradando”, acrescentou o prefeito.
De acordo com o Padilha, além de ser referência em atendimento de alta complexidade, o hospital ajudará a reduzir as filas da saúde. “Este hospital vai nos ajudar a garantir o atendimento da população que, às vezes, resolve o problema na urgência e emergência, mas que precisa continuar o tratamento no leito. Ele [o hospital] ajuda a nossa cidade de São Paulo a enfrentar o problema que é fazer as filas das cirurgias andarem”, afirmou.
Para o secretário, esse passo é uma grande conquista da população. “É uma novidade para essa região que tem a menor proporção de leitos por habitantes na cidade de São Paulo. A população ganha muito em ter um hospital como esse, com conhecimento e a qualidade dos profissionais do Albert Einstein e 100% SUS. As pessoas ganham porque aqui vai ter tratamento de câncer e transplante, procedimentos que antes não tinham em hospitais municipais. Aqui há também um novo centro de parto normal que vai estimular o parto de qualidade; tem UTI neonatal e pediátrica que não havia nesta região”, destacou Padilha.
Por meio de um convênio inédito na cidade, serão utilizados para o custeio cerca de R$ 160 milhões por ano de recursos do próprio Einstein – via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI) do Ministério da Saúde. Para Lottenberg a parceria não representa nenhum tipo de favor à população, levando-se em conta que a saúde é um direito universal. “Estamos fazendo aquilo que é previsto no marco constitucional e, portanto, entregando aquilo que nós, como brasileiros, assinamos na Constituição de 1988. Particularmente para nós, o Einstein, é orgulho, é um privilégio poder participar desse processo”, disse.
Mais leitos
A estrutura foi instalada em um terreno de oito mil m² e área construída de 25 mil m². No total, a unidade disponibilizará 271 leitos assim distribuídos: 26 para clínica cirúrgica, 25 para clínica médica, 36 para obstetrícia, incluindo três salas de parto natural; 17 leitos para pacientes pediátricos, 10 para psiquiatria, 30 para pacientes oncológicos, 32 para pacientes transplantados, 11 para UTI neonatal, 12 para cuidados intermediários (berçário), 26 para pacientes UTI adultos, 9 para UTI pediátrica. Trinta e sete leitos adicionais serão destinados à observação clínica e recuperação anestésica.
‘Trabalho de uma vida toda em prol da saúde pública’
O Hospital Municipal da Vila Santa Catarina traz em seu nome uma homenagem ao Gilson de Cássia Marques de Carvalho, que atuou na região em busca de uma saúde pública de qualidade para a população. Para Letícia Carvalho Abreu - neta de Carvalho - é uma “honra” saber que a luta de seu avô foi reconhecida, mesmo depois de sua morte.
“A gente fica muito orgulhosa, porque foi o trabalho de uma vida toda em prol da saúde pública”, disse. Letícia frisou ainda o fato de a nomeação do hospital ter sido fruto de uma iniciativa do movimento de saúde, da comunidade. “Foi uma coisa pela qual ele sempre batalhou, para que a comunidade se envolvesse na batalha por uma saúde pública de qualidade. Isso torna ainda mais importante essa nomeação. Não é apenas um nome na placa, é o fruto do que ele lutou e trabalhou. É muito importante saber que ele continua nessa luta, nessa jornada mesmo depois da morte dele”, finalizou.
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