Secretaria Municipal da Saúde
Saúde indígena possui área dedicada na SMS
O dia 9 de agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas, é dedicado às populações originárias, nativas ou autóctones que habitavam originalmente os diferentes territórios em todos os continentes. Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta uma população de cerca de um milhão de pessoas em 305 etnias no país, cerca de metade delas vivendo em reservas e aldeias.
A cidade de São Paulo possui duas terras indígenas da etnia Guarani em seu território: a terra indígena Jaraguá, com as aldeias Pyau, Itakupe, Yvy Porã, Ita Endy, Ita Vera e Ytu, na zona norte, onde vivem 719 pessoas, e a terra indígena Tenondé Porã, que abrange a região de Parelheiros, no extremo sul da cidade, com oito aldeias (Tenonde Porã, Krukutu, Guyrapaju, Kalipety, Yrexakã, Kuaray Rexakã, Tape Mir? e Tekoa Porã), com uma população de 1.488 pessoas.
Área técnica e UBSs trabalham a partir da realidade local
Oferecer serviços em saúde a essas populações requer um trabalho específico, levando em conta o direito ao respeito e integridade cultural e à participação na tomada de decisões sobre políticas que as afetem, incluindo serviços organizados em nível comunitário.
Desde 2004, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) possui uma forma diferenciada de assistência à população indígena. Foi criado, dentro do organograma da Atenção Básica, a Área Técnica de Saúde da População Indígena, que, em articulação com o Ministério da Saúde (MS) e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), passou a desenvolver ações e programas de forma a integrar os hábitos culturais na discussão e na prática das equipes.
As terras indígenas de São Paulo contam com duas Unidades Básicas de Saúde Indígena, onde atuam Equipes Multidisciplinares de Atenção Básica à Saúde Indígena (EMSI). A UBS Vera Poty (e o anexo Krukutu) fica nas aldeias Tenondé Porã e Krucutu, e a UBS Kwarãy Djekupé, na aldeia Jaraguá. Ambas estão inseridas em todas as iniciativas e ações em saúde comuns à rede municipal, da saúde do idoso à saúde bucal, saúde da mulher, da criança e do adolescente.
O que distingue essas unidades é justamente a presença das equipes multidisciplinares voltadas à saúde indígena, que possuem membros da aldeia entre os trabalhadores, além de outros profissionais, como médicos e enfermeiros, especializados em saúde indígena. Outro aspecto importante é que, seguindo a determinação sobre a participação dos povos originários nas decisões que afetam seu modo de vida e sua saúde, as atividades desenvolvidas nas UBSs indígenas são discutidas com os líderes das aldeias. Esse contato dos profissionais de saúde com as lideranças indígenas proporciona uma maior interação com a população local leva a um maior conhecimento das especificidades da cultura indígena, resultando em melhorias no atendimento à saúde.