Secretaria Municipal da Saúde
Outubro Rosa: aposentada relata o tratamento do câncer de mama pelo SUS
A campanha Outubro Rosa é realizada com o objetivo de conscientizar a população sobre prevenção e diagnóstico do câncer de mama, o tumor que mais mata mulheres no país, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O instituto estima em 66.280 o número de novos casos de câncer de mama somente este ano.
Além da genética, esta neoplasia possui muitos outros fatores de risco, como a idade da menarca, da primeira gravidez e da menopausa, por exemplo, a obesidade e hábitos de vida pouco saudáveis (sedentarismo, alimentação de má qualidade). Desta forma, é importante que a mulher faça seus exames de rotina periodicamente para que, se houver suspeita, o diagnóstico seja realizado precocemente e o tratamento iniciado o quanto antes.
Na rede municipal de saúde, a prevenção da doença se inicia nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), onde a mulher encontra acolhimento e, se necessário, encaminhamento para outros equipamentos de saúde.
Veja a seguir o depoimento da aposentada Regina Lúcia Pires de Souza, que teve o diagnóstico do câncer de mama na UBS do seu bairro e realizou todo o tratamento pelo SUS, incluindo uma mastectomia parcial. Tendo sido trabalhadora da saúde e como integrante do Conselho Gestor de sua UBS, Regina afirma valorizar ainda mais o atendimento recebido ao longo de todo o processo.
Meu câncer de mama foi diagnosticado em 2018, quando fiz um ultrassom de rotina. Meu atendimento é realizado pela Unidade Básica de Saúde Jardim Olinda, no Campo limpo, onde moro há quase 50 anos. Era um nódulo de 3,5 cm, então fui encaminhada rapidamente para o Hospital São Camilo Oncologia, para realizar o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Como minha mãe também teve câncer de mama e além disso sou obesa, hipertensa, diabética e fiz uma histerectomia aos 30 anos, fiquei assustada com o diagnóstico, claro. E percebi que as pessoas, quando ficavam sabendo, também me olhavam de forma estranha, como se eu fosse morrer dali a pouco. Por isso contei só para as pessoas mais próximas, mas logo fiquei careca por causa da quimioterapia, e aí não tinha como esconder.
Foram seis sessões de quimioterapia e 30 de radioterapia. Fiquei bastante abalada, física e psicologicamente, mas tive muito apoio da equipe de psicólogos do hospital e da minha filha – vivemos na mesma casa, eu no andar de baixo e ela com a família no andar de cima.
A mastectomia parcial foi feita em 2019, e desde então sigo com a quimioterapia hormonal e retorno a cada seis meses para realizar os exames de acompanhamento no hospital. Tenho muito medo a cada vez, mas até agora, quando o médico abre o exame, o sentimento tem sido de alívio, felizmente. Sempre alerto para a minha filha ficar atenta, já que temos a doença na família.
Tive todo o meu tratamento pelo sistema público e fui muito bem atendida em todo esse processo, sou muito grata pelo SUS. Aliás, me considero parte ativa na garantia da assistência pública em saúde, pois trabalhei por 16 anos como atendente de enfermagem e também integro o Conselho Gestor da UBS Jardim Olinda, onde tenho voz, como representante da comunidade, para apresentar nossas demandas e necessidades.
Regina Lúcia Pires de Souza, 63 anos, aposentada
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