Secretaria Municipal da Saúde
Mônica Martos vive os desafios da carreira de assistente social no SUS
Quando a assistente social Mônica Martos deu início ao trabalho na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ermelino Matarazzo III, muitos colegas da área diziam que seria melhor ela recusar, pois as demandas eram muitas. “Aqui, o Serviço Social atende 350 casos por mês. Alguns mais complexos, outros menos, de violência doméstica ao desaparecimento de pessoas. Não tem um roteiro, uma rotina. Cada dia é um caso diferente”, conta.
Mônica aceitou a oferta, por “ser movida a desafios e gostar de sair da zona de conforto.” A profissional chegou à UPA durante a pandemia de Covid-19. “Não vou negar, no primeiro caso de óbito, eu realmente me assustei”, confessa. Contudo, faz parte da profissão, segundo a assistente social, conviver com diversos tipos de adversidades. “Não significa que as naturalizamos, mas que conseguimos entender até onde vai o nosso papel e conseguimos agir. Quando termino o meu plantão, os casos permanecem aqui”, pondera.
Mônica na UPA: dia a dia sem rotina (Foto: Acervo SMS)
A assistente social junto aos pacientes da unidade (Foto: Acervo SMS)
Uma das histórias que marcou a trajetória da profissional foi o de duas irmãs acumuladoras. “Uma delas morreu e a outra tinha transtornos mentais sem diagnóstico fechado”, relata. A paciente, de origem oriental, foi levada para a UPA pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em uma situação degradante. “Para você ter uma ideia, o corpo já estava absorvendo a roupa.”
Como a paciente não tinha parentes próximos, Mônica iniciou uma verdadeira jornada investigativa em busca de algum familiar. “Da Polícia Civil à embaixada do Japão, acionamos todos os serviços necessários, em interlocuções com saúde, judiciário e assistência social. Até que localizamos um irmão e uma sobrinha, que a encaminharam para uma casa de repouso”, relembra. Durante o tempo na UPA, a paciente estabeleceu uma relação de confiança com a assistente social, que a acompanhava nas consultas na Unidade Básica de Saúde (UBS) e no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Sempre que possível, Mônica caminhava com ela no entorno da unidade, como medida para o restabelecimento da saúde da paciente. “É muito gratificante encontrar desfechos positivos. É isso que nos move”, emociona-se.
Q+
“Eu sou artesã. Gosto de fazer crochês e amigurumis, arte japonesa para a produção de brinquedos de crochê e tricô. É uma válvula de escape para o estresse.” Nos fins de semana, Mônica preza estar com a família, comer fora, ir ao cinema e viajar. Ela conta que também adora visitar parentes que moram em Birigui, no interior de São Paulo, de onde volta “renovada”.
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