Secretaria Municipal da Saúde
Janeiro Branco tem ações em unidades de saúde da capital
A campanha Janeiro Branco é voltada à conscientização e sensibilização sobre a importância saúde mental. Em alusão ao
tema, as unidades de saúde de todas as regiões da capital desenvolvem ao longo deste mês uma série de atividades voltadas para a população em geral, como rodas de conversas, trabalho corporal, exposições, espaço terapêutico e iniciativas de autocuidado.
Além dos cuidados com a saúde mental, o movimento busca sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de não estigmatizar a pessoa que sofre com algum transtorno psíquico, pois o preconceito, muitas vezes, impede a procura por ajuda.
“Tudo que você consegue fazer para mostrar para as pessoas de que forma podem chegar ao serviço de saúde sem serem estigmatizadas é positivo, principalmente em se tratando de saúde mental, temos que pensar no bem-estar e em algo mais pleno. Hoje, qualquer ponto da rede de saúde, prioritariamente as Unidades Básicas de Saúde [UBSs] do território ou os Centros de Atenção Psicossociais [Caps], que são porta aberta para os casos graves, fazem esse acolhimento”, diz o assessor técnico da Divisão de Saúde Mental, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Wagner Laguna.
As abordagens tratam de assuntos relevantes para a saúde mental, como estresse, ansiedade, depressão, autocuidado, entre tantos outros, e proporcionam um espaço acolhedor de escuta qualificada e fala para alívio de angústias e incômodos do dia a dia de cada um, envolvendo também grupos específicos, como o da dor crônica, da memória, de idosos e infantojuvenil.
Além das UBSs, outras unidades de saúde também têm programação neste mês, como as Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas, os Serviços Integrados de Acolhida Terapêutica (Siats), os Centros de Convivência e Cooperativa (Ceccos), os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), os Centros Especializados em Reabilitação (CERs), as Unidades de Referência à Saúde do Idoso (Ursis) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O Hospital Dia Cidade Ademar, na zona sul, trabalhará com os usuários do serviço o tema “cuidando de quem cuida”.
Nos Caps da capital, por exemplo, haverá, entre outras mobilizações, a realização de grupos terapêuticos e de redução de danos, que aborda a promoção da saúde nos contextos de vulnerabilidade que envolvem uso de substâncias ilícitas. Já o grupo de masculinidade discute aspectos do sofrimento psíquico relacionados aos padrões de vida e comportamentos associados ao gênero masculino, enquanto a oficina de mulheres trabalha fatores que afetam esse público.
O resultado dos cuidados com a saúde mental pode ser percebido no depoimento de quem optou por procurar ajuda. A senhora Rosa de Fátima Marques, de 65 anos, frequenta o Caps Adulto II Perus desde 2018. No centro, além do tratamento para o seu caso, de esquizofrenia de cunho residual, ela trata a diabetes, controla a pressão, toma medicação e faz atividades físicas e de recreação . O projeto terapêutico dela inclui ainda café da manhã e almoço no local, momento em que ela interage com os profissionais de saúde e com outras pessoas. “Eu não largo deles (os profissionais) de jeito nenhum porque são todos ótimos comigo, eu passo o dia aqui e me sinto em casa. Participo de peças de teatro, música, bingo e jogos. O Caps mudou a minha vida”, diz.
"Aqui no Caps a gente fomenta essas discussões de uma forma muito heterogênea, plural. Aproveitamos os processos de trabalho já existentes, as oficinas, os grupos, mas não só com enfoque no mês de janeiro. Buscamos reativar essa discussão ao longo do ano com festa, assembleia com usuários e familiares", explica o gerente do Caps Perus, Tiago Bulhões.
Rede de saúde mental
A SMS está ampliando a oferta de equipamentos da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) na cidade de São Paulo. Atualmente, o município conta com 102 Centros de Atenção Psicossocial (Caps); destes 33 são para atendimento infantojuvenil (IJ), 34 para adultos com sofrimento mental e 35 para pessoas que vivenciam dificuldades decorrentes do uso de álcool e outras drogas (AD).
Os Caps são formados por equipes multidisciplinares, compostas por médicos, psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos, assistentes sociais, educadores físicos, terapeutas ocupacionais, técnicos de enfermagem, oficineiros, agentes redutores de danos, entre outros profissionais, que trabalham de maneira integrada aos outros equipamentos da rede de proteção, com o intuito de promover o cuidado integral.
Existem também 23 Ceccos distribuídos por toda a cidade geralmente alocados em parques e centros esportivos públicos que visam trabalhar a convivência e reinserção social com foco na população em situação de vulnerabilidade.
A população pode encontrar a unidade mais próxima por meio da plataforma Busca Saúde.