Secretaria Municipal da Saúde
O psicólogo Bruno Barros diz que acreditar no cuidado o motiva ao trabalho no Caps AD
Para Bruno, o que motiva a trabalhar no Caps é acreditar no potencial da metodologia e da equipe
O psicólogo Bruno Barros tem 38 anos de idade e há 12 trabalha na rede municipal de saúde. Durante a graduação, ele teve a oportunidade de trabalhar com recrutamento e seleção. Porém, ao estudar psicologia social e se especializar em saúde mental, ele teve a certeza de que o lugar dele era outro. Foi aí que iniciou a carreira na Saúde, no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) Prates, no Bom Retiro. Antes disso, passou por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e, há um ano, está no Caps AD III Vila Leopoldina. “O fato de ter passado por diferentes unidades de saúde me fez ter um conhecimento macro de como funciona a rede de atenção psicossocial (Raps) e a integração com outros serviços de saúde”, conta.
O Caps é classificado como um serviço de saúde “portas abertas”, ou seja, não tem que passar por nenhum serviço para se acolhido e atendido lá. Na fase inicial, de acolhimento, o paciente é escutado de forma qualificada para que receba o tratamento necessário e a unidade identifica ainda se esse atendimento é emergencial ou não. Em casos de baixa e média gravidade, segundo o psicólogo, os pacientes são encaminhados para os grupos de integração, nos quais passam a conviver com outras pessoas com questões mais ou menos parecidas.

O psicólogo com um dos pacientes atendidos na unidade (Foto: Divulgação/SMS)
Nesses grupos, os pacientes são protagonistas, narram suas dificuldades em relação à adicção, discutem as situações. “Por mais que se trate de um trabalho coletivo, no Caps nós olhamos para as singularidades de cada indivíduo”, enfatiza. Pela experiência anterior em recursos humanos, Bruno conta que, ao perceber que um paciente tem a intenção de retornar ao mercado de trabalho, já direciona uma parte do atendimento para a confecção do currículo e preparação para entrevistas. “É muito comum que o vício em álcool e drogas venha acompanhado de outras comorbidades, de transtornos mentais a cardiopatias, hipertensão, diabetes, entre outras. Mas, em geral, os usuários compartilham problemas sociais, como a falta de moradia, núcleos familiares disfuncionais. O fato de termos equipes multidisciplinares é importante para a abordagem correta e o sucesso de cada tratamento.”
A vontade de continuar
Bruno lembra que, quando trabalhou na região central, levavam os pacientes ao cinema e ao entrarem nesse convívio social, eles se sentiram impactados. “As pessoas no shopping olhavam para nós espantadas e, consequentemente, os pacientes também estranhavam a forma como eram recebidos. Em um segundo passeio, percebi que estavam vestidos de um jeito diferente, buscaram serviços que ofertavam banho, doavam roupas, e começaram a se organizar mais para que pudessem ir ao cinema sem receber mais aqueles olhares. Foi importante para eles, que usavam crack, estavam em situação de rua. Isso fez com que se reorganizassem”, explica. “O que me motiva a trabalhar no Caps é acreditar no que faço, na equipe, nesse dispositivo como forma de cuidado e, sobretudo, que essas pessoas terão a garantia de seus direitos.”
Q+
Nos fins de semana, Bruno gosta de curtir a família, especialmente estar com o filho Ângelo, de quase 2 anos de idade. Ele também é apaixonado por ciclismo e chega a pedalar uma média de 80 km quando está de folga. “Sempre que posso saio pra pedalar e curtir com a minha família.”
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