Prefeitura de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realizou nesta terça-feira (18) o 1º Encontro de Experiências nos Polos Curativos. O evento contou com a participação de profissionais que atuam na linha de frente dos polos, compartilhando experiências de sucesso em suas unidades.

Os 29 Polos de Curativos, instalados em Hospitais Dia (HDs), Unidades Básicas De Saúde (UBS) e Ambulatórios de Especialidades (AE), entre outros equipamentos, são uma iniciativa pioneira da cidade de São Paulo para o tratamento de lesões complexas de difícil cicatrização, como feridas venosas decorrentes de problemas circulatórios, pés diabéticos e outros problemas que, quando não tratados adequadamente, podem representar risco de amputação do membro. Implementados em outubro de 2021, os polos já realizaram 296 mil atendimentos.

“Com a rede de assistência articulada entre atenção básica e atenção especializada, em conjunto com os nossos produtos de alta tecnologia, conhecimento e expertise dos nossos enfermeiros e especialistas, estamos conseguindo desenvolver uma melhoria no atendimento dos pacientes portadores de lesões de difícil cicatrização”, afirma Rosiley Talala Amorim, especialista em saúde da Secretaria Executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde (Seabevs).

Seis experiências exitosas, uma para cada Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), foram apresentadas no encontro. “Menos de quatro anos após a criação dos polos de curativos, nós conseguimos chegar num patamar de excelência surpreendente, o que mostra o nosso nível de comprometimento com essa questão”, declarou o secretário-adjunto da SMS Maurício Serpa durante o evento. De acordo com Serpa, mais de dois mil profissionais de enfermagem estão capacitados para esse tipo de atendimento na rede municipal.

Uma das experiências foi compartilhada pela enfermeira estomatoterapeuta Suelyn Caponi, do HD Penha, da CRS Sudeste. Em abril de 2024 ela recebeu na unidade uma mulher de 33 anos com uma lesão iniciada dois anos antes. Com os cuidados do polo, aliados a tecnologias e materiais específicos, a ferida, localizada no maléolo medial direito (face interna da região do tornozelo) levou 49 dias para cicatrizar completamente.

A enfermeira diz que o processo envolveu não apenas o fechamento da ferida, mas também a recuperação da rotina e da autoestima da paciente, que já não saía de casa devido ao odor da lesão e também por não poder usar alguns tipos de roupas, como saias e vestidos. Além disso, mais do que as intervenções na lesão, a paciente, que era obesa e tabagista, foi orientada a ter hábitos mais saudáveis, o que também impactou no processo de cicatrização.

Avaliação nutricional faz parte do atendimento

Levando em conta que hábitos de vida e dieta impactam diretamente na capacidade de cicatrização dos pacientes atendidos, em 2023 a Seabevs publicou uma nota técnica para o encaminhamento daqueles que têm dificuldade de cicatrização para avaliação nutricional. Por meio de um protocolo específico, uma vez constatado déficit proteico, estas pessoas recebem suplementação nutricional hiperproteica na rede municipal de saúde