Secretaria Municipal da Saúde
Programa leva temas de saúde às escolas da capital

Localizado próximo à divisa com o município de Diadema, na zona sul da capital, o Centro Educacional Unificado (CEU) Caminho do Mar reúne mais de três mil estudantes na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Para falar sobre temas de saúde a este grande público formado por crianças e adolescentes, o equipamento, assim como todos os outros que compõem rede municipal de educação, conta com um importante recurso: o Programa Saúde na Escola (PSE), realizado em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
No caso do CEU Caminho do Mar, todas as turmas e faixas etárias contam com visitas regulares das equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF) da AMA/UBS Integrada Vila Clara. Em uma manhã ensolarada do final de maio, a equipe coordenada pela enfermeira da ESF Mariane Bonfante Cesário Lourenço chegou ao local, como acontece todos os meses, desta vez para abordar três temas junto às crianças de 4 a 6 anos: dengue e animais sinantrópicos, alimentação saudável e escovação dos dentes.
Ao longo de duas horas, as seis turmas de educação infantil do turno da manhã se revezaram em uma brinquedoteca, onde a equipe de saúde montou estações dedicadas aos temas. O agente de promoção ambiental (APA) Leonardo Desidério falou sobre animais sinantrópicos, em especial o mosquito da dengue, por meio de réplicas em plástico de animais como escorpião e aranha, além de uma pipeta contendo um exemplar do Aedes Aegypti. O mesmo espírito lúdico norteou a apresentação da nutricionista Daniela Shimada e da técnica em higiene bucal Jucilene do Nascimento.
Temas variam de acordo com a faixa etária
A enfermeira Mariane, que coordena a equipe, conta que, seguindo as diretrizes do PSE, programa criado conjuntamente em 2007 pelos ministérios da Saúde e da Educação, existe uma série de temas pré-definidos a serem abordados, de acordo com a faixa etária, como alimentação saudável e prevenção ao abuso, para crianças menores, e saúde mental e cultura de paz para adolescentes, por exemplo; porém, explica Mariane, também existe espaço para ajustes, de acordo com a realidade de cada local.
“Somos cobrados periodicamente pelas escolas a atualizar os materiais, e inclusive já participamos de reunião com os pais”, comenta a profissional, que também tem um indicativo informal para avaliar o sucesso do programa: “Quando chegamos e as crianças vêm nos cumprimentar com alegria, como aconteceu hoje, percebemos que as atividades que promovemos têm impacto e que provavelmente o conteúdo que compartilhamos chegará até a família.”
Mariane diz que, no caso da AMA/UBS Integrada Vila Clara, as seis equipes de ESF estão envolvidas com o PSE, sendo três dedicadas ao CEU, enquanto as outras desenvolvem o programa em outros estabelecimentos escolares da região, como creches e uma escola da rede estadual de ensino.
A coordenadora da Área Técnica de Saúde da Criança e do Adolescente, Athene Mauro, ressalta que as ações do PSE em cada região são definidas conjuntamente pelas Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs), Supervisões Técnicas de Saúde (STSs) e Unidades Básicas de Saúdes (UBS), seguindo o planejamento estratégico realizado entre as pastas da saúde e educação. “A proposta do PSE é centrada na gestão compartilhada por meio de grupos de trabalho intersetoriais, numa construção em que tanto o planejamento quanto a execução, o monitoramento e a avaliação das ações são realizadas coletivamente em um processo de troca de saberes, de forma a atender às necessidades e demandas locais.”
Para a educadora Adealda Santos Silva, assistente de direção da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Caminho do Mar, que integra a estrutura do CEU de mesmo nome, o PSE reforça o trabalho realizado pelos educadores. “São ações que estão dentro do projeto político-pedagógico da escola, e que requerem reflexão e ação, uma vez que existem muitas demandas vindas da comunidade escolar”, comenta Adealda, que cita como prioridades orientações sobre alimentação saudável e sobre prevenção ao abuso infantil. “Tomamos muito cuidado com a linguagem e a forma como as informações são passadas, que, no caso das crianças menores, é sempre por meio de recursos lúdicos”.
A dona de casa Maria Gabriela Boaventura, 30, conta que o filho mais velho, Arthur, 8, que cursa o 3º ano no CEU Caminho do Mar, chegou em casa animado com a aula de higiene bucal e escovação de dentes que recebeu em uma das visitas da equipe do PSE à escola. “Eu sempre pego no pé para as crianças escovarem os dentes, e com essa aula com os profissionais da UBS ficou mais fácil, pois além de ensinar o passo a passo foi como se eles tivessem reforçado e validado as orientações que já passamos em casa”, comenta a mãe, que utiliza os serviços da AMA/UBS Vila Clara com a família e também elogia a integração Saúde/Escola.
Mais de 900 mil ações realizadas até agosto
Só em 2023, foram realizadas 614.392 práticas dentro do PSE nas escolas da capital, e em 2024, de janeiro a agosto, foram realizadas 953.220 ações, que estão concentradas em 14 temas: combate ao Aedes aegypti, alimentação saudável, antropometria (medição utilizada para avaliar o estado nutricional infantil), cidadania e direitos humanos, cultura de paz, prevenção ao uso de álcool, tabaco e outras drogas, saúde bucal, saúde mental, saúde sexual e reprodutiva, escovação dental, práticas corporais e atividades físicas, saúde ocular e auditiva (que pode incluir exames realizados pelas equipes de saúde), verificação da situação vacinal e saúde ambiental.
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