Secretaria Municipal da Saúde

Terça-feira, 25 de Março de 2025 | Horário: 11:00
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Saúde da água é debatida em evento   

Seminário sobre o Dia Mundial da Água reforçou como as alterações climáticas afetam o ciclo hidrológico, comprometendo a qualidade para consumo humano, além de abordar soluções
No fundo um painel na cor azul destaca o título do evento: Seminário Dia Mundial da Água - Mudanças Climáticas e os Impactos na Qualidade da Água para Consumo Humano. Na mesa de abertura, da esquerda para a direita, o diretor de Meio Ambiente do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, representante da Agência Nacional da Água (ANA), da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), do Ministério da SaúdeI(MS) e da Diretora da Divisão de Saúde Ambiental (DVISAM) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS)

O Seminário Dia Mundial da Água - mudanças climáticas e os impactos na qualidade da água para consumo humano - foi palco de um debate sobre a saúde da água, além de alertar sobre as doenças de veiculação hídrica. O evento, que aconteceu na última sexta-feira (21) no auditório do campus Vergueiro da Universidade Nove de Julho (Uninove), reuniu representantes dos setores públicos das esferas municipal, estadual e federal.  

Promovido pelo Vigiagua, programa pactuado pelo Ministério da Saúde (MS) e coordenado na Secretaria Municipal da Saúde (SMS) pela Divisão da Vigilância em Saúde Ambiental (DVISAM) da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), o evento, que reuniu 161 pessoas, elucidou de forma ampla os aspectos que provocam as alterações climáticas, além de ressaltar a importância da qualidade da água potável para consumo humano como um pilar da saúde pública.

A foto mostra um fundo azul destacando o tema do evento Seminário da Água. Na mesa segurando um microfone está a organizadora do evento, a Diretora da Divisão Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde, Magali Batistaali
A diretora da DVISAM, Magali Batista (Acervo/SMS)

O Dia Mundial da Água é celebrado no dia 22 de março e a DVISAM abordou no seminário emergências relacionadas às mudanças climáticas, degradação ambiental e perda de biodiversidade. “Trata-se de um dia de conscientização”, lembrou Magali Batista, diretora da DVISAM, na abertura do evento. Para ela,  é necessário estimular o diálogo com todas as esferas do poder público, pois a água potável é capaz de prevenir doenças. “Contribuir para avaliar a qualidade deste recurso natural essencial à vida de todos os seres vivos é também prioridade da saúde municipal”, enfatizou a diretora.

Palestras

Representando Ricardo Ergueles, coordenador da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), Luís Henrique Moura destacou que ao longo de 2024 o Vigiagua realizou a análise de 3.800 amostras de água potável de vários pontos da capital, para assegurar a sua qualidade.    

Sérgio Valentim, diretor de Meio Ambiente do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, ponderou em sua fala que a variável clima ganhou protagonismo nas discussões sobre os recursos hídricos nos últimos 10 anos. “Antes, a escassez de água para consumo humano era o foco da discussão.” 

Em sua palestra “Águas e mudanças climáticas - os desafios do Brasil e do Mundo”, Daniel Valência Cardenas, consultor técnico do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para consumo humano (Vigiagua), destacou o papel do programa do SUS, que atua na vigilância para evitar anomalias na água, mantendo-a segura para a saúde pública.

Na palestra “Impacto da mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil, Cássio Guilherme Rampelli, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), destacou a relação entre qualidade e quantidade da água, ressaltando que qualidade dos rios está se deteriorando devido a ondas de calor mais intensas e frequentes, uma vez que as temperaturas elevadas e as secas reduzem o oxigênio dissolvido, aumentando algas, salinidade e poluentes.  De outro lado, cheias e chuvas intensas mobilizam plásticos, sólidos suspensos, metais pesados e poluentes de resíduos urbanos e agrícolas.

Em sua fala sobre a posição da metrópole paulistana no contexto das alterações climáticas, Marco Antônio Palermo, da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) destacou que falta qualidade nos recursos hídricos abundantes e que devido a isso “importamos águas de outras bacias.” Ressaltou ainda que no novo plano de saneamento básico consta o resgate do sistema hidroviário como medida para evitar poluentes no ar.

Já, Reynaldo Young Ribeiro, diretor técnico da Associação dos Engenheiros da Sabesp, disse que as questões climáticas representam uma ameaça para o setor de saneamento no Brasil, intensificando desafios já existentes.

Águas Urbanas e as Mudanças Climáticas” foi tema da palestra da Miriam Falótico, da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA), que ressaltou a importância da educação ambiental, além de apontar o aumento de eficiência do sistema de drenagem como uma medida essencial para evitar alagamentos na cidade.

Programa monitora qualidade da água na capital

Na cidade de São Paulo, a DVISAM atua no gerenciamento de riscos, epidemiologia ambiental e outros sistemas de informação em vigilância em saúde ambiental. Entre os programas da divisão está o Programa Vigiagua, que tem como objetivo exercer a vigilância da qualidade da água para consumo humano no município de São Paulo, bem como detectar situações de risco à saúde relacionadas ao seu consumo.

As ações do programa são executadas por meio das 28 Unidades de Vigilância em Saúde (Uvis), distribuídas pelas seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs). Entre elas estão inspeções nos sistemas de abastecimento de água, nas soluções alternativas de abastecimento de água e distribuidoras/transportadoras de água potável.

Além disso, o Vigiagua acompanha e avalia as análises de controle da qualidade da água para consumo humano realizadas pela concessionária responsável pelo sistema de abastecimento de água da capital, por meio do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua) do Ministério da Saúde. 

Mensalmente, são coletadas e analisadas mais de 500 amostras das águas ofertadas pela concessionária. As análises são realizadas no Laboratório de Controle de Qualidade da Água e Alimento da Prefeitura de São Paulo.

 

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