Prefeitura de São Paulo

No dia do acupunturista, 23 de março, a Secretaria Municipal da Saúde destaca a importância desse procedimento e terapia milenar para abordagem da dor, além de proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes. 

A acupuntura é tratamento da medicina tradicional chinesa, cada vez mais utilizada pelos médicos e profissionais da saúde e uma das modalidades da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPICS).

A acupuntura foi incluída há 24 anos no Sistema Único de Saúde do município de São Paulo, através de inúmeras capacitações, cursos de acupuntura e práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa (Tai Chi Pai Lin, Lian Gong). Em 2013 foi realizado o primeiro concurso público para médicos acupunturistas na Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.

A modalidade é oferecida nos seis Centros de Referências em Práticas Integrativas (CRPICS), nos seis Centros de Referência em Dor Crônica (CRDor), em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além dos hospitais municipais de Vila Nova Cachoeirinha e do Servidor Público Municipal (HSPM). O HSPM oferta cursos de especialização em acupuntura para médicos desde a década de 90 e foi um polo irradiador desta modalidade para rede municipal.

Adalberto Kiochi Aguemi, coordenador das Práticas Integrativas e Complementares (Pics) na Secretaria Municipal da Saúde reforça os benefícios e evidências científicas da acupuntura como o efeito significativo na redução da dor seja dor crônica lombar, osteoartrite do joelho, enxaqueca, dor cervical, nos ombros, fibromialgia, ansiedade, depressão, estresse, insônia, náuseas e vômitos da quimioterapia, dismenorréia, dentre outros. 

Em 2024 foram registrados nos equipamentos da rede municipal 90.935 sessões de acupuntura, 356.222 sessões de auriculoterapia e 31.630 grupos de práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa.

Hoje a auriculoterapia está presente em mais de 90% das UBSs e as práticas corporais chinesas estão em 55% das UBSs.

O acupunturista 
Foi como estudante do curso de medicina na Universidade São Paulo (USP) que Rodrigo Scabello teve acesso aos conhecimentos sobre a medicina chinesa. Na ocasião, no final da década de 90, participou da Liga de Acupuntura, onde também obteve os primeiros conhecimentos também sobre os benefícios das plantas medicinais.

O aprendizado na época de estudante foi um estímulo para que o médico buscasse a profissionalização em acupuntura.  “Além do conhecimento adquirido na universidade, minha decisão em trabalhar com acupuntura foi impulsionada pelos efeitos que observei na vida de um parente que estava sofrendo com uma neuropatia periférica e que obteve excelentes resultados com intenso tratamento em acupuntura.”

Após realizar a prova de título no Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura e trabalhar na saúde suplementar, o médico decidiu prestar concurso para trabalhar na rede pública. “Trabalho no SUS há 10 anos. No início da minha trajetória pública atendia na cidade Tiradentes duas vezes por semana, junto a um público que tinha grande necessidade de atendimento e cuidado, em especial pessoas com dor crônica e doenças pulmonares”, relata o acupunturista.

A experiência adquirida possibilitou que em 2017 ele passasse a gerenciar a unidade de medicinas tradicionais, atual CRPICS Sé, onde trabalha até hoje, não apenas na frente assistencial, mas também de formação de profissionais para as PICS (Práticas Integrativas e Complementares em Saúde). Ali, oito médicos atuam no atendimento com acupuntura atualmente, além de outras terapias e práticas, como homeopatia, Tai Chi Pai Lin e Lian Gong.
Rodrigo Scabello é professor de medicina chinesa e foi preceptor dos residentes PICS da SMS por seis anos. A residência é coordenada pela Escola Municipal de Saúde.

“Anualmente o CRPICS Sé realiza 18 mil atendimentos; o perfil mais frequente são mulheres com mais de 60 anos”, explica Rodrigo Scabello, acrescentando que os casos de lombalgia e cervicalgia são os mais comuns. O tratamento em acupuntura é oferecido por meio de uma consulta médica de avaliação e de 10 sessões de agulhamento, que podem ser renovadas, a partir de encaminhamento da UBS de referência.