Secretaria Municipal da Saúde

Terça-feira, 1 de Outubro de 2024 | Horário: 14:00
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Unidade de Referência à Saúde do Idoso é espaço de cuidado com a saúde física e mental

As Ursis são equipamentos da rede municipal que oferecem atendimento especializado à população idosa em situação de fragilidade

A Unidade de Referência à Saúde do Idoso (Ursi) é um equipamento de saúde composto por equipe multiprofissional e interdisciplinar, especializada em geriatria e gerontologia, responsável pelo atendimento do idoso frágil em todas as suas dimensões. As Ursis acompanham os casos encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além de acolher os cuidadores e cuidar da formação e educação em saúde da pessoa idosa para toda a rede municipal. Atualmente, cerca de 12 mil idosos estão em atendimento nas 13 Ursis da capital.

O Dia Internacional do Idoso, 1º de outubro, foi estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e da necessidade de cuidar dessa população. Com base nos dados do Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de São Paulo possui mais de dois milhões de pessoas com 60 anos ou mais.

É preocupação da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), lançar um olhar cuidadoso de todos os equipamentos, em consonância com as diretrizes da OMS sobre envelhecimento saudável. Esta preocupação resultou em programas como o Nossos Idosos, que está em todas as 475 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município.

São as UBSs, como porta de entrada da rede pública de Saúde da capital, que realizam a Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa na Atenção Básica. Por meio desta ferramenta, o idoso é classificado como saudável, pré-frágil ou frágil. A partir desta avaliação, ele será direcionado aos cuidados necessários para a promoção de saúde, prevenção de agravos, reabilitação ou manutenção das suas condições atuais. As Ursis, como parte da rede de cuidados à população idosa, acolhem aqueles identificados como frágeis.

Atividades coletivas cativam usuários

Na Ursi Santana/Jaçanã, zona norte da capital, são desenvolvidas 14 atividades coletivas. A gerente da unidade, Thabata Cruz de Barros, lembra que “além de ser um equipamento que visa a recuperação da capacidade funcional e restabelecimento da Saúde, a Ursi tornou-se também um espaço de convivência e fortalecimento de vínculos”.

Entre as atividades desenvolvidas destaca-se o coral “Vozes da Sabedoria", formado por um grupo de idosos e profissionais de saúde que se reúnem com um objetivo comum: compartilhar o amor pela música e encontrar uma nova forma de promover saúde.

A imagem mostra os participantes do grupo de coral em pé em formato circular. Eles estão segurando pastas. Entre os integrantes, estão alguns profissionais da unidade, que conduzem a atividade. Ao lado direito, há dois homens sentados, um deles tocando violão, complementando a atividade musical.
O grupo “Vozes da Sabedoria" se reúne todas as sextas-feiras na unidade. (Foto: Divulgação/SMS)

O primeiro passo para a criação do coral veio a partir da sugestão do antigo psicólogo da unidade, Izaque Almerindo. De acordo com os colegas, ele acreditava que a música poderia ser uma poderosa ferramenta para combater a solidão e melhorar a qualidade de vida dos pacientes do serviço.

Inicialmente, o grupo começou suas atividades de forma tímida, com apenas três idosos e dois profissionais de saúde, mas rapidamente se tornou um ponto de encontro e possibilitou o compartilhamento de vivências. Os ensaios semanais se tornaram o momento mais esperado da semana para todos os membros do coral. A música não apenas trouxe alegria, mas também ajudou a fortalecer laços de amizade.

Hoje, o grupo conta com 15 idosos e quatro profissionais de saúde, com a expectativa de alcançar um número ainda maior de participantes. Nos ensaios, eles começam um exercício de aquecimento vocal conduzido pela fonoaudióloga da equipe, Simara Munhoz. Na sequência, o grupo define quais músicas serão cantadas. Durante o canto, os integrantes do coral apresentam o sentimento expressado pela obra, juntamente com bailados específicos, em uma sintonia entre música, expressão e emoção.

Karine Perez, farmacêutica da unidade, reitera que a maior contribuição dos grupos para a saúde das pessoas idosas é a possibilidade de socialização: “Nós temos muitos que chegaram aqui no pós-pandemia, que não saíam de casa e tiveram muita dificuldade de voltar a socializar, a frequentar um espaço com mais pessoas. Hoje eles falam que se tivesse grupo todos os dias, viriam”.

Para vários dos integrantes, encontrar-se para cantar representa mais do que apenas uma atividade; é um novo começo, uma abertura a amizades, uma celebração à vida e aos cuidados com a saúde. É o caso de Maria Teresa Setin, de 75 anos, que já perdeu as contas da quantidade de atividades das quais participa na unidade: “Quando eu cheguei aqui, estava no fundo do poço; hoje eu já não sou mais a mesma pessoa, renasci das cinzas”, diz a aposentada. “A minha gratidão por esse lugar vai ser eterna”.

Já o aposentado Otávio de Almeida, de 88 anos, conta que passa em consultas, faz fisioterapia e também participa do grupo de coral: “Eu me sinto melhor aqui do que em casa”.

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