Secretaria Municipal da Saúde

Polio/ Paralisia Flácida Aguda

Informações para o cidadão e profissionais de saúde

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral aguda imunoprevenível, altamente contagiosa, que afeta os motoneurônios do sistema nervoso central.

Acesse aqui os conteúdos:

  

  

Saiba mais sobre a doença:

A doença causada pelo poliovírus selvagem, atualmente está restrita a poucos países. Mas, além do vírus selvagem, há casos da doença em outros países em que o agente etiológico é o poliovírus derivado da vacina circulante (PVDVc).

Países livres da poliomielite podem ser considerados de risco para o retorno do agravo, especialmente se tiverem baixa cobertura vacinal contra polio, pois serão locais onde há um acúmulo de pessoas não vacinadas, e se forem países que mantêm viagens internacionais ou relações comerciais com os países que têm circulação do poliovírus.

Veja aqui a Lista de países com a presença do agente etiológico

O Brasil eliminou a poliomielite do seu território em 1990, devido a estratégia adotada em 1980 de realizar as campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite. Em 1994, todos os países da América (incluindo o Brasil) receberam da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o Certificado Internacional de Erradicação do virus Selvagem da Poliomielite. A partir de então, o país assumiu o compromisso de manter altas e homogêneas coberturas vacinais para garantir a eliminação regional da Poliomielite.

Agente etiológico

É um RNA vírus, do subgrupo Enteroviridae, família Picornaviridae. Há 3 sorotipos do poliovírus: 1,2 e 3. 

Quadro clínico
As manifestações clínicas são variáveis, com quadros subclínicos até paralisia e morte. Noventa e cinco por cento das infecções por poliovírus são assintomáticas.

A forma abortiva ocorre em 4 a 8% dos casos. Caracteriza-se por um quadro de febre, cefaleia, dor de garganta, anorexia, vômitos e dor abdominal. É clinicamente indistinguível de outras infecções virais.

A forma meníngea ocorre em 1% a 2% dos casos e apresenta sinais de irritação meníngea juntamente com os mesmos sintomas da forma abortiva.

Os quadros paralíticos ocorrem em menos de 1 % de todas as infecções. A doença paralítica é classificada em: espinhal, bulbar ou bulbo-espinhal dependendo do local dos motoneurônios afetados. A paralisia é classicamente assimétrica, com sensibilidade preservada e a arreflexia no membro atingido.

Período de incubação
Geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 4 a 30 dias.

Período de Transmissibilidade

Não se conhece com precisão, mas pode se iniciar antes do surgimento das manifestações clínicas. O vírus é encontrado nas secreções da orofaringe após 36 a 72 horas a partir da instalação da infecção. Em indivíduos infectados, a eliminação do vírus pela orofaringe persiste por um período de aproximadamente 1 semana, e, nas fezes, por volta de 3 a 6 semanas, enquanto nos indivíduos reinfectados a eliminação do vírus ocorre em menor quantidade por períodos mais reduzidos. Pacientes imunossuprimidos podem raramente apresentar excreção crônica de poliovírus selvagem ou de poliovírus derivado da vacina.

Diagnóstico
Identificação do agente viral (isolamento viral) a partir de uma amostra de fezes coletada na fase aguda da doença, ou seja, até o 14º dia do início da deficiência motora. 

Tratamento
Não existe tratamento específico para a poliomielite. Utiliza-se tratamento de suporte e sintomáticos.

Prevenção
As medidas de infraestrutura de saneamento e tratamento da água são importantes para redução de risco de transmissão da doença em países endêmicos.

A imunização é a única medida efetiva para prevenir a poliomielite. Há dois tipos de vacinas disponíveis: a vacina oral de vírus vivo atenuado da poliomielite (VOP) e a vacina de vírus inativada da poliomielite (VIP).

A vacinação básica contra poliomielite é aplicada rotineiramente nas crianças menores de cinco anos de idade. As crianças menores de um ano recebem três doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses de idade. Aos 15 meses elas recebem o primeiro reforço e, com 4 anos, recebem o segundo reforço. Os reforços são realizados com VOP.

Confira o calendário vacinal de crianças aqui.

Vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA)

Os principais objetivos dessa vigilância é o de manter o Brasil livre da circulação do poliovírus, monitorar a ocorrência de casos de PFA em menores de 15 anos de idade e avaliar o desempenho operacional do Sistema de Vigilância Epidemiológica das PFA nas três esferas de governo.

Dessa forma, vale reforçar que todo caso de deficiência motora flácida de início súbito, em menores de 15 anos, ou suspeita de poliomielite* em indivíduo de qualquer idade, deverá notificado PFA e investigado imediatamente. Além disso, deverá ser coletada uma amostra de fezes até o 14º dia do início do déficit motor para isolamento viral.

*suspeita-se de poliomielite em casos de PFA procedentes de países com circulação de poliovírus nos últimos 30 dias que antecedem o início do déficit motor, ou contato no mesmo período com pessoas que viajaram para esses países.

 

Deverá ser notificado:

• Todo caso de deficiência motora flácida, de início súbito em pessoas menores de 15 anos, independente da hipótese diagnóstica de poliomielite;

• Caso de deficiência motora flácida, de início súbito, em indivíduo de qualquer idade, com história de viagem a países com circulação do poliovírus nos últimos 30 dias, que antecederam o início do déficit motor, ou contato no mesmo período com pessoas que viajaram para esses países que apresentem suspeita diagnóstica de poliomielite ¹.

• Caso de deficiência motora flácida, de início súbito, que apresente sintomas compatíveis com poliomielite, em indivíduo de qualquer idade, mesmo sem história de viagem ou contato.
OBS: A notificação é imediata aos serviços de saúde, ou seja, nas primeiras 24 horas.

¹ A lista atualizada de países com circulação do poliovírus encontra-se disponível aqui.
 

 FLUXO PARA ONDE ENVIAR A NOTIFICAÇÃO

1° Passo - PREENCHER A FICHA DE INVESTIGAÇÃO - SINAN

2° Passo - UTILIZAR A FERRAMENTA "TERRITÓRIO UVIS" PARA LOCALIZAR A UNIDADE DE VIGILÂNCIA (UVIS) DO LOCAL DE ATENDIMENTO DO PACIENTE.

3º Passo - ENVIAR A FICHA DE INVESTIGAÇÃO – SINAN PARA A UVIS DE REFERÊNCIA

Através de seu e-mail, enviar a ficha de investigação - SINAN preenchida e salva no seu computador, para o e-mail da UVIS de referência do Serviço (consultório/clinica/hospital);
No assunto do e-mail preencher: "Notificação de " seguido do nome do Serviço (consultório/clinica/hospital).

4º Passo- RECEBER O NÚMERO DA NOTIFICAÇÃO (SINAN)

O número da notificação (SINAN) será fornecido pela UVIS de referência do Serviço;
Caso a ficha apresente algum dado inconsistente ou em branco, a UVIS de referência entrará em contato com o Serviço solicitando a complementação desses dados.

 

 

01/03/2023: Plano Municipal de Mitigação de Risco de Reintrodução do Poliovírus Selvagem e Surgimento do Poliovírus Derivado Vacinal

01/03/2023: Plano Municipal de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e um Surto de Poliomielite

28/02/2023: Nota Técnica 02 COVISA/DVE/2023 - Vigilância das Paralisias Flácidas Agudas/ Poliomielite