Secretaria Municipal da Saúde

Soro Antirrábico Humano

SAMPA RAIVA APLICATIVO

Soro Antirrábico Humano

  • A aplicação de SAR ou IGHAR está indicada para todos os acidentes graves, em pacientes que não possuem tratamento anterior ou esquema de pré-exposição. Deve ser aplicado no 1º atendimento, em conjunto com a 1 ª dose de vacina. Quando isto não for possível, aplicar no máximo até o 7º dia após a 1ª dose de vacina. Após este prazo, não deve ser administrado porque o paciente já apresenta resposta à vacina e pode haver interferência entre a imunização ativa e passiva.
  • É uma solução concentrada e purificada de anticorpos, preparada em eqüídeos imunizados contra o vírus da raiva. A apresentação é em forma líquida, geralmente em ampolas com 5mL (1.000UI). Deve ser conservada entre 2 e 8°C, sendo ideal a temperatura de 5°C. Não pode ser congelado, pois o congelamento provoca a perda de potência, forma agregados e aumenta o risco de reações.
  •  O volume total do soro antirrábico, ou o máximo possível deve ser infiltrada no local do ferimento e o volume restante pode ser aplicado por via IM, se houver, podendo ser usada a região glútea. A infiltração no local do ferimento é importante para a neutralização e diminuição da replicação viral.
  • Em casos de ferimentos extensos ou múltiplos, diluir o soro antirrábico com soro fisiológico, na proporção mínima necessária, para permitir a infiltração de toda área lesionada.
  •  A dose para o soro é de 40 UI/kg de peso, dose única, independente do peso. Não há dose máxima. Por exemplo, no exemplo, no caso de um paciente de 100 kg, será utilizada 4000 UI de SAR.
  • Antes da administração do soro heterólogo deve-se realizar interrogatório sobre os antecedentes do paciente, avaliando: ocorrência e gravidade de quadros anteriores de hipersensibilidade; uso prévio de imunoglobulinas de origem equídea e existência de contato profissional (veterinários) ou por lazer intenso com cavalos. Em caso de resposta afirmativa a um dos itens citados, classificar o paciente como de risco e considerar a possibilidade de substituição do soro heterólogo pelo soro homólogo (imunoglobulina humana hiperimune antirrábica), se disponível. Caso não haja disponibilidade do soro homólogo, aconselha-se a utilização de pré-medicação antes da aplicação do soro heterólogo, conforme orientações da “Normas Técnicas de Profilaxia da Raiva Humana – Ministério da Saúde – 2011”  https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/normas_tecnicas_profilaxia_raiva.pdf
  • Apesar de seguro, o SAR deve ser aplicado em locais com infraestrutura para atendimento de choque anafilático. Após a aplicação do soro, deixar o paciente em observação por pelo menos 2 horas (período da ocorrência de reações anafiláticas graves).
  •  As reações mais comuns são benignas, fáceis de tratar e apresentam boa evolução. A possibilidade de ocorrência dessas reações NÃO contraindica a sua prescrição. Mais informações estão disponíveis em o “Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação (2014)” - Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação (saude.gov.br).
  • O SAR não deve ser utilizado em caso de pessoas que já tenham feito seu uso anteriormente ou receberam esquema antirrábico anteriormente.
  • Orientações para Infiltração do Soro Antirrábico Humano: O tamanho da agulha é a 30X7 cm, salvo em dedos dos pés e das mãos, aonde podemos utilizar a agulha 13X4,5cm. A aplicação do soro é intradérmica e deve ser realizada na borda e dentro da lesão, de maneira à cobrir toda lesão. Com relação ao distanciamento, não existe regra muito clara; pode ser 2 mm em lesões pequenas e de até 1 cm em lesões maiores (o importante é que toda lesão seja contemplada). No caso de lesões múltiplas, deve-se diluir com soro fisiológico para que todas possam ser infiltradas (a quantidade de soro depende da quantidade de lesões) e o volume maior é destinado à lesão maior.