Subprefeitura Sé
Participantes da 28ª edição da Parada LGBT aprovam estrutura disponibilizada pela Prefeitura
O evento contou com 16 trios elétricos e shows de grandes nomes como Pablo Vittar, Gloria Groove, Filipe Catto e Tiago Abravanel
A abertura da celebração, que teve a concentração iniciada às 10h, próxima à estação Brigadeiro, contou com a presença da secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Fracine.
"Muita coisa mudou com o passar do tempo. Vejamos pelas siglas L,G, B, T, Q, I, A, P e o mais importante: o +, porque não pretendemos parar de reconhecer a imensa diversidade que existe na forma das pessoas amarem, na forma de se reconhecerem e se identificarem", afirmou.
A secretária destacou a importância da Coordenação de Políticas para LGBT+, que tem Léo Áquila à sua frente, a primeira mulher trans na coordenação; e as cinco unidades dos Centros de Cidadania LGBT+ que têm, cada um deles, 200 vagas para o programa TransCidadania. "É importante que todo mundo saiba, para que todos tenham acesso aos seus direitos", afirmou.
Soninha Francine também abordou os quatro centros de acolhida especiais para pessoas trans; a rede SampaTrans, com 45 unidades de saúde e equipes especializadas no atendimento para pessoas LGBT+. E ainda destacou a inauguração, no ano passado, do primeiro Centro de Referência de Atenção a Saúde de Pessoas Transexuais e Travestis (CR POP TT), na região central.
"Nesse serviço há inúmeras especialidades como psicólogo, psiquiatra, nutricionista, clínico geral e tudo o que esse público merece para o seu atendimento integral", concluiu.
O ator transformista Silvete Montilla, de 57 anos, ficou satisfeito com a estrutura organizada pela Prefeitura para o evento. "Encontrei uma diferença muito grande em relação às dos anos anteriores. As ruas estão muito limpas, há muitos seguranças. Estamos bem-amparados. Estou há anos nesse movimento e essa 28ª edição representa muita coisa para todos nós."
Sharon Braga, comerciante de 22 anos, veio de São José dos Campos para o evento e elogiou o cuidado com as vias. "Está tudo limpíssimo, maravilhoso, dá até para ver meu rosto refletido no asfalto", divertiu-se.
Dona de um bar no interior de São Paulo, Sharon prestigia o evento desde 2020 em companhia dos amigos. Este ano fretaram seis ônibus para vir a São Paulo. "Estamos aqui para comemorarmos a maior parada do mundo. Há muita segurança, o que é importante para a comunidade LGBT. Precisamos disso em todos os lugares", concluiu.
Ao contrário de Sharon, o porteiro e manobrista Edson Abade, 38, de Santos, estava conferindo a festa na Avenida Paulista pela primeira vez. "Está tudo tranquilo, tem muitas famílias aproveitando. Soube que, assim que a comemoração acabar, já vai começar a operação limpeza. Achei ótimo".
Abade estava acompanhado pelo professor Luís Kallfmann, 42, também de Santos. Ele não participava da festa desde 2017 e afirmou estar impressionado com toda a estrutura.
O casal Tânia Bertoni, 63, gerente financeira; e Vanderlei Fiotti de Souza, 63, economista, estava participando do evento pela segunda vez. "Já vim somente para fotografar. Desta vez, quero observar e prestigiar. Estamos nos sentindo muito seguros", garantiu Tânia.
Organização
A celebração deste domingo com Tarifa Zero nos ônibus da capital contou com um efetivo de 204 agentes, 47 viaturas e 18 motos da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Uma unidade móvel do Centro de Cidadania LGBTI+ e o ônibus Lilás foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) para atendimento a mulheres vítimas de violência.
A limpeza foi mantida pela Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), por meio da Secretaria Executiva de Limpeza Urbana (SELIMP). Para o evento deste 2 de junho foram destinados 580 colaboradores, 47 veículos, 60 cestos aramados, 130 papeleiras e 30 Pontos de Entrega Voluntária, além de dois contêineres.
Duas equipes da Subprefeitura Sé, compostas por oito pessoas, mantiveram a fiscalização dos ambulantes.
O público pôde retirar insumos de prevenção na tenda da Coordenadoria de IST/Aids, instalada em frente ao Parque Prefeito Mário Covas (Avenida Paulista, 1853). Os itens também foram distribuídos por agentes de saúde durante o percurso.
Espaço especial
As pessoas com deficiência contaram com uma área reservada para acompanhar a Parada com conforto e tranquilidade. No espaço, localizado no número 1842 da Paulista, em frente ao Tribunal Regional Federal da 3ª região, intérpretes de Libras e equipes de apoio fizeram os atendimentos.
Serviços para a população LGBT
Cuidado, atenção, educação e oportunidade de trabalho para todas as pessoas, sem discriminar ninguém. A cidade de São Paulo oferece programas e serviços que só estão disponíveis nesta capital para a população LGBT.
Na área da Saúde há o Centro de Referência em Saúde Integral para a População de Travestis e Transexuais, que é unica no país. A equipe é formada por psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, psiquiatra e ginecologista, além de várias outras especialidades.
Os mutirões de empregabilidade Trans aproximam as empresas desse público e muitas contratações já foram realizadas. E para que essas pessoas realizem seus estudos até o Ensino Médio há o Transcidadania, que proporciona apoio na área da Educação.
No setor da Assistência Social atualmente há quatro Centros de Acolhida, quando anos antes existia somente um na cidade. Além disso, por meio do Cana 156, é possível fazer denúncias denúncias específicas de LGBTfobia.