SP Urbanismo
Dia Mundial do Urbanismo: São Paulo debate mudanças climáticas, desenvolvimento social e desenvolvimento econômico
Na última sexta-feira, 8 de novembro, data em que se celebra o Dia Mundial do Urbanismo, a SP Urbanismo organizou um encontro com debates propositivos sobre os desafios e soluções mais urgentes do urbanismo contemporâneo. Mudanças climáticas, sustentabilidade ambiental, mobilidade, habitação e desenvolvimento econômico foram alguns dos temas que nortearam as discussões. Pelo terceiro ano seguido a empresa municipal promoveu o evento.
O “Dia Mundial do Urbanismo 2024” foi realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie e reuniu representantes de diversos setores - como poder público, academia e organizações da sociedade civil – para compartilhar experiências, destacar desafios e propor soluções para três eixos temáticos: Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Econômico.
A abertura do evento foi realizada por profissionais que atuam com planejamento urbano, entre eles, Pedro Fernandes, presidente da SP Urbanismo. Pedro celebrou a oportunidade de discutir o urbanismo de forma conjunta e destacou os objetivos do evento.
“A ideia é saber como projetos urbanos podem ser uma resposta integradora, articuladora e transversal das grandes crises do nosso tempo, como ambiental e social, e os desafios do desenvolvimento econômico. O nosso grande desafio é elaborar projetos que têm respostas múltiplas para todas essas questões”, afirmou Pedro.
Membros da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) também participaram da abertura, seja de forma presencial - como o secretário-adjunto José Armênio de Brito Cruz e o chefe de gabinete Paulo Leite Junior - ou virtual, caso da secretária Elisabete França. Em vídeo gravado na cidade do Cairo (Egito), onde representou a Prefeitura de São Paulo no World Urban Forum, a titular da Pasta da SMUL destacou as ações apresentadas pela gestão, como urbanização de favelas, produção habitacional e implantação dos parques. Os outros representantes da Secretaria também celebraram o papel protagonista de São Paulo e a função transformadora do urbanismo para a população.
“A transformação da percepção da realidade e a atenção às pessoas que mais precisam são a razão do urbanismo. O Plano de Intervenção Urbana (PIU), previsto no Plano Diretor, é exemplo para o desenvolvimento da cidade”, destacou José Armênio.
“Aqui em São Paulo é possível enxergar muitas transformações, estamos à frente de muitas cidades”, complementou o chefe de gabinete Paulo Leite.
A participação do poder público na mesa de abertura foi finalizada por Sidney Nery, secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Habitação. “Os objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU devem convergir para beneficiar as pessoas e o planeta”, comentou.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie recepcionou o evento e teve o seu coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, Luiz Alberto Backheuser, como representante na abertura. Backheuser evidenciou o papel do urbanismo na academia para a mudança de percepções sobre as cidades;.
“O urbanismo promove uma mudança de realidade muito grande entre os nossos alunos e temos levado essas discussões para escolas de ensino médio. Enquanto outras disciplinas estão preocupadas com questões mais técnicas, o urbanismo avança nas dimensões política, social e cultural”, destacou Backheuser.
Por sua vez, o Diretor Executivo Adjunto do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), Leonardo Musumeci, destacou o engajamento da sua instituição em temas relevantes para a cidade e a relevância de mais uma edição do evento.
“Discutir o papel do urbanismo nos coloca à frente de novos desafios, como emergências e mudanças climáticas”, afirmou Musumeci.
Mudanças Climáticas e Meio Ambiente
O debate sobre esse eixo temático aconteceu no período da manhã e foi composto por três painéis: Adaptação das Cidades às Mudanças Climáticas (palestrante Renato Nalini, Secretário Executivo de Mudanças Climáticas), Soluções adotadas nas cidades com exploração de infraestrutura verde, parques urbanos e lineares (palestrante Tamires Carla de Oliveira, Chefe de Gabinete da Secretaria do Verde e Meio Ambiente) e Uso da Inteligência Artificial no Urbanismo (palestrante Leandro Zerbinatti, Doutor em Engenharia Eletrônica pela Escola Politécnica da USP).
Renato Nalini destacou como São Paulo foi construída de forma irracional. Ele enfatizou a necessidade de adaptar a cidade para enfrentar as mudanças climáticas e melhorar a vida da população mais vulnerável, que está na linha de frente dos fenômenos extremos. Segundo Nalini, essa é uma responsabilidade de todos nós e envolve repensar o uso dos automóveis, o descarte de resíduos sólidos, a impermeabilização do solo, a necessidade de arborização e a adoção de soluções inspiradas na natureza.
Tamires Carla de Oliveira abordou os desafios climáticos enfrentados pela cidade, como o aumento das temperaturas, eventos extremos e os riscos à saúde. Ela também apresentou as iniciativas da gestão para enfrentar essas mudanças, destacando a criação de parques, a proteção de mananciais, a preservação ambiental, além de planos estratégicos e o engajamento da comunidade por meio da educação ambiental.
Leonardo Musumeci compartilhou suas experiências e explicou como a tecnologia pode ser utilizada para resolver problemas urbanos, promovendo um planejamento mais inteligente. Destacou a importância dos dados para monitorar o tráfego de veículos, o uso de energia, as condições climáticas e ambientais, além dos serviços públicos e de infraestrutura. Musumeci ressaltou que a inteligência artificial permite o desenvolvimento de cidades mais inteligentes, sustentáveis e resilientes.
Ao final, Maria Teresa Fedeli, Secretária Executiva do Programa Mananciais, e Ilan Cuperstein, Diretor Regional do C40, juntaram-se aos painelistas para comentar o eixo temático. A mediação do debate foi realizada por Rafael Barreto Castelo da Cruz, Diretor de Desenvolvimento Urbano da SP Urbanismo.
Desenvolvimento Social
No início da tarde esteve em pauta como o planejamento urbano pode influenciar o desenvolvimento social. O papel do planejamento urbano na criação de cidades mais inclusivas e justas: como garantir acesso à moradia digna para todas as classes sociais (palestrante Maria Teresa Fedeli, Secretária Executiva do Programa Mananciais) e Como a cidade está se preparando para a transição demográfica paulista (palestrante Walter Feldman, Presidente da Longevidade Expo+Fórum) foram os dois painéis que compuseram o eixo.
Maria Teresa Fedeli apresentou as iniciativas do Programa Mananciais, destacando seu caráter transformador. Ela abordou o histórico do programa, seus principais objetivos, sua relevância para a urbanização, além de seu impacto social e ambiental. Fedeli enfatizou como o programa é essencial para a inclusão das comunidades, promovendo a urbanização de favelas e melhorando a qualidade de vida de seus moradores.
Walter Feldman discutiu a importância de o urbanismo levar em conta o envelhecimento da população. Ele destacou que o fenômeno já vigente em São Paulo impacta diretamente a infraestrutura urbana, a mobilidade, os serviços de saúde e moradia, além de ter consequências econômicas. Investir em um urbanismo inclusivo não apenas melhora a qualidade de vida dos idosos, mas também transforma as cidades em ambientes mais prósperos e seguros para todos. A secretária Soninha Francine Gaspar (Secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania – SMDHC) comentou. A mediação foi feita por André Ramos, arquiteto e urbanista da Gerência de Obras da SP Urbanismo.
Desenvolvimento Econômico
O terceiro e último eixo temático teve a função de discutir como o planejamento urbano influencia no desenvolvimento econômico sustentável, na criação de empregos, na atração de investimentos e oportunidades equitativas para todos os cidadãos. Os painéis foram: Como o planejamento urbano influencia no desenvolvimento econômico sustentável (palestrante Ciro Biderman, diretor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Cidades) e Oportunidades para o crescimento dos empreendimentos nas periferias (palestrante Armando Junior, secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico e Trabalho – SMDET).
Em participação on-line, Ciro Biderman ressaltou que o planejamento urbano não pode ser dissociado do desenvolvimento econômico. Ele destacou que reduzir impostos para atrair investimentos já não é uma estratégia eficaz. Para um planejamento urbano eficiente, a habitação deve estar alinhada ao desenvolvimento econômico. Segundo Biderman, o fator mais essencial para o desenvolvimento são as pessoas, e isso só será alcançado se o local for atrativo.
Armando Junior, por sua vez, discutiu as vocações econômicas dos diferentes distritos de São Paulo e apresentou os programas da Prefeitura para investimento em cada região, com o objetivo de gerar trabalho e renda, especialmente para a população mais vulnerável que vive nas periferias. Ele enfatizou que a meta é transformar São Paulo em uma cidade mais igualitária, com mais oportunidades e melhores condições de vida para todos.
Foram convidados para comentar esse eixo Musa Miranda (Advogada e Diretora de Inovação e Empreendedorismo da ADESAMPA), Felipe Scigliano Pereira (Diretor de Infraestrutura e Operações da SP Urbanismo) e Vitor França (Gerente de Estudos Econômicos da SP Urbanismo). O mediador foi Waldir Agnello, Diretor de Gestão Coorporativa da SP Urbanismo .
Quer assistir o evento?
O Dia Mundial do Urbanismo 2024 está disponível na íntegra no Youtube. Clique aqui para assistir
Confira a página do Dia Mundial do Urbanismo
Confira Reels com os melhores momentos:
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