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BIOGRAFIA DO PATRONO BELMONTE

BelmonteBenedito Carneiro Bastos Barreto nasceu em 15 de maio de 1896 em São Paulo. Tornou-se conhecido utilizando o pseudônimo Belmonte. Foi pesquisador, desenhista, pintor, caricaturista e jornalista. Começou fazendo desenhos para a revista Alvorada e posteriormente desenhou para a revista Miscellanea. Tentou conciliar a carreira de caricaturista com os estudos de medicina, porém acabou optando pelo jornalismo. Tempos depois foi contratado como caricaturista pelo jornal Folha da Noite. Como desenhista ilustrou diversos livros de Monteiro Lobato e Viriato Corrêa.

Nas décadas de 1930 e 1940, se perguntássemos a qualquer paulistano qual era a figura mais popular na cidade, com boa dose de certeza, diriam que era o Juca Pato. A popularidade podia ser comprovada nas ruas: havia nome de bar e restaurante, marca de cigarro, graxa de sapato, vinho, água sanitária, pacote de café, aperitivo de bar e até letra de samba com o nome Juca Pato.
 
Contudo, Juca Pato, um sujeitinho careca, de óculos, gravatinha e polainas, a mais completa tradução do paulistano médio da época, que sofria a impotência ante os desmandos e injustiças dos poderosos do momento, nunca tivera uma existência de carne e osso...
 
Foi com a criação do personagem Juca Pato e do lema "podia ser pior", onde procurava traduzir as críticas e aspirações da classe média paulistana, que Belmonte obteve reconhecimento. Se dedicou à caricatura política; seus desenhos não apelavam para a grosseria; ao contrário, revelavam um alto grau de intelectualidade.
 
O famoso personagem de Belmonte deu nome também ao prêmio da União Brasileira dos Escritores, o prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano.
 
A caricatura de Belmonte estava em dia com os problemas do mundo, trazendo informação de forma ágil, e rendeu inclusive críticas do ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebels, em um de seus pronunciamentos pela Rádio de Berlim. Pelo seu conhecimento dos problemas políticos, sociais e econômicos, divulgou trabalhos em diversos jornais internacionais. Recusou convite para ir para Nova York, como desenhista da Metro G. Meyer, mas permaneceu como Diretor do Departamento de Publicidade das Empresas Cinematográficas Reunidas, em São Paulo.
 
Uma faceta desconhecida de Belmonte é a sua produção de quadrinhos para A Gazetinha. Também para esse jornal voltados para crianças fez As Cartas enigmáticas e As Lendas Brasileiras. Durante toda sua vida produziu artigos, crônicas, notas, tópicos e desenhos.
Belmonte faleceu em 19 de abril de 1947, em São Paulo.

Algumas obras: Idéias de João Ninguém, Brasil de outrora, Caricatura dos tempos.


BELMONTE NA WEB

Banco de Dados Folha - Notícia da morte de Belmonte, no jornal Folha a Manhã, traz ainda uma pequena biografia.


O traço de Belmonte desvelando São Paulo e o Brasil (1922-1924) - Zélia Lopes da Silva. Trabalho publicado na Revista de História, Cultura e Arte, do Instituto de História, vinculada ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia.


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