Secretaria Municipal de Cultura
Dicas de Leitura - Crescendo com o arco-íris
Para encerrarmos a trilogia de livros LGBT, fomos à literatura infantil buscar obras que abordam a importância de se crescer com a diversidade do arco-íris. Aproveitando o ritmo de uma parlenda, Ruth Rocha por exemplo, adota a trecho final da quadrinha “Homem com homem, mulher com mulher, faca sem ponta, galinha sem pé” como título de um de seus livros. Assim como Ruth Rocha, Marcos Ribeiro, Lygia Bojunga, Mirna Pinsky, Telma C. Andrade, Thierry Lenan, Ian Falconer, Maurizio A.C. Guarello, Pedro Bandeira e Isabel N. Martins abordam alguns dos problemas causados pela vigilância de gênero (aquela mesma que divide o mundo infantil entre o azul e o cor-de-rosa). Dicas de Leitura de novembro propõe uma lista de livros capazes de acrescentar outras cores ao universo das crianças.
A bolsa amarela - Lygia Bojunga
O livro narra a história de uma menina que entra em conflito consigo e com sua família ao reprimir três desejos que ela esconde em sua bolsa amarela: o de crescer, o de se tornar escritora e o de ser garoto. Ao mesmo tempo em que se desenrolam episódios reais e fantasiosos, uma aventura espiritual faz com que a vida da menina mude de rumo a se afirme como pessoa.
Ceci tem pipi? - Thierry Lenain, ilustrações de Delphine Durand
Ceci começa a estudar na sala de Max, e causa uma revolução na vida do colega. A menina faz Max repensar a ideia de que no mundo existem apenas dois tipos de pessoas, as “com-pipi” (os fortes) e as “sem-pipi”. Como Ceci é uma sem-pipi, Max não dá bola para ela, mas aos poucos a menina o vai deixando intrigado. Quando entra numa briga, ela sempre vence! Max decide investigar e no final da história, descobre que, na realidade, existem os com-pipi e as com-perereca. As meninas são diferentes, mas não tem nada faltando nelas!
É proibido miar - Pedro Bandeira
Bingo é um cachorrinho que faz amizade com um gato misterioso e decide imitá-lo aprendendo a miar. Quando seu pai vai avaliar o primeiro latido da filharada, Bingo solta um miado e passa a sofrer discriminação. A personagem Bingo carrega boa parte dos estereótipos enfrentados pelas pessoas que fogem dos padrões heteronormativos, pois ele apresenta comportamentos antes vistos como “desvios” e adjetivados como alegrinhos, fresquinhos, carinhosos ou menininhas.
Enquanto meu cabelo crescia - Isabel Minhós Martins
Vera ficou muito triste por ter cortado o cabelo, pois quando sua avó disse “corta certinho”, a cabeleireira Mila entendeu “corta curtinho”. Vera, que acompanhava sua avó ao salão todo sábado, observou que o corte de cabelo podia mudar a pessoa, muitas vezes para melhor. Enquanto esperava seu cabelo crescer, aprendeu a conviver com a novidade e a se aceitar, afinal, as meninas não têm de usar cabelo comprido e os meninos curto.
Faca sem ponta, galinha sem pé - Ruth Rocha
Sempre que Joana queria jogar bola, seu irmão Pedro dizia que ela não podia, pois futebol não era coisa de menina. Os dois viviam brigando por causa disso, até que um dia Joana virou menino e Pedro virou menina! E agora? Quem é que pode jogar bola e fazer certas coisas, a Pêdra ou o Joano?
Menina não entra - Telma Guimarães Castro Andrade
Um grupo de amigos resolve formar um time de futebol, mas fica faltando um jogador. Alguém sugere convidar Fernanda, porém, num primeiro momento não aceitam a ideia por ela ser menina, pois meninas não jogam futebol. Os meninos mudam de opinião assim que vêem Fernanda mostrar suas habilidades, e percebem que estavam completamente equivocados e que o preconceito não ajuda ninguém a ganhar.
Menino brinca de boneca? - Marcos Ribeiro
Menina pode jogar bola? Menino pode usar brinco? Menina subindo em árvore, pode? Garotos brincando de boneca, também pode? Essas são algumas das perguntas questionadas no livro, o papel dos meninos e das meninas no cotidiano e a maneira como a sociedade tem construído o comportamento dos dois, trazendo vantagens e privilégios para um em detrimento do outro.
Olivia não quer ser princesa - Ian Falconer
Olivia embarca em uma busca por identidade. Durante essa busca, a porquinha tem uma crise, pois todas as outras porquinhas só querem saber de ser princesa e se enturmar, enquanto ela quer se destacar e ser especial. Olivia se imagina como uma pessoa diferente da "princesa indefesa e submissa": uma enfermeira para ajudar os doentes, uma super mãe que adota órfãos ou uma repórter que descobre as trapaças dos políticos. O que será que ela vai ser?
Titiritesa - Xerardo Quintiá; ilustrações de Maurizio A.C. Quarello
A rainha Mandolina sonha em ver sua filha Titiritesa bem casada e tenta educá-la como uma cortesã refinada, mas a filha rejeita a vida convencional que lhe foi imposta. Ao saber da chegada de uma instrutora encarregada de sua educação refinada de princesa, Titiritesa foge do palácio para viver aventuras. Pelo caminho conhece um burro, que será seu companheiro de viagem, visita um inventor de palavras, confronta um monstro terrível e conhece Wendolina, a princesa de lábios doces por quem acaba se apaixonando.
Zero Zero Alpiste - Mirna Pinsky
Daniel tem as bochechas gordas e cheias de sardas, por isso recebeu dos colegas o apelido de Zero Zero Alpiste. Um dia seu pai lhe diz que “homem não chora” e desde então o menino não gosta que o vejam chorando. Daniel conhece uma flor que lhe mostra que homem chora sim, e que às vezes se deve e é preciso chorar, que chorar não é feio, nem coisa de mulher.
Colaborou para esta edição de Dicas de Leitura: Claudio Roberto da Silva, Bibliotecário da área de Consistência de Dados da Supervisão de Desenvolvimento de Coleções e Tratamento das Informações de CSMB.
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