Secretaria Municipal de Cultura
Dicas de Leitura - Orgulho e visibilidade lésbica
No mês de agosto, o Dia Nacional do Orgulho Lésbico e o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, respectivamente 19 e 29, são dedicados à luta contra a opressão e contra a invisibilidade das mulheres lésbicas e bissexuais. Livros como “Launa”, “Amora” e “Carol”, foram nossas sugestões em maio e junho, mas neste mês especialmente, as Dicas de Leitura têm como proposta retirar da invisibilidade das estantes das bibliotecas outros livros sobre o amor entre mulheres.
Azul é a cor mais quente – Julie Maroh
Na forma de HQ, a obra conta a história de Clementine, uma jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota de cabelos azuis. Através de textos do diário de Clementine, o leitor acompanha o primeiro encontro das duas e caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas que essa relação pode trazer. Essa obra foi transformada em filme pelo diretor Abdelatif Kechiche com o título La vie d'Adèle (Azul é a cor mais quente), ganhando uma Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2013.
Duas Iguais – Cintia Moscovich
Sem recorrer a engajamentos, o livro conta a história do amor vivido por Clara e Ana, cujo desenvolvimento acontece de forma natural e espontânea numa comunidade judaica de Porto Alegre. Os desdobramentos, porém, revelarão um choque cultural além do emocional que leva Ana a se auto-exilar em Paris e Clara a penetrar, pouco a pouco, pelos umbrais do mundo adulto, complexo e sutil.
Fun Home: uma Tragicomédia em Família – Alison Bechdel
Considerada como um fenômeno literário, a obra foi eleita o “livro do ano” de 2006 pela revista Time, figurando na lista de livros mais vendidos do The New York Times. Ganhou, entre outros prêmios, o Eisner Awards de Melhor Não-Ficção. Em forma de HQ, o álbum é um livro de memórias, onde a quadrinista revisita sua infância e adolescência – especialmente a descoberta de sua homossexualidade e a difícil relação com seu pai Bruce Bechdel que é homossexual não-assumido.
As heroínas saem do armário – Lúcia Facco
Aborda com lucidez e sólidas bases teóricas, um tema solenemente ignorado por cânones, críticos e acadêmicos em geral: a literatura lésbica. Nele, a autora analisa cinco romances escritos por e dirigidos para lésbicas. O formato de seu trabalho lembra um romance, pois é construído na forma de cartas que a personagem envia a amigas e professores a respeito de sua orientação sexual.
Julieta e Julieta – Fátima Mesquita
Fátima Mesquita reúne quinze contos de mulheres que se apaixonam umas pelas outras: Jogadoras de basquete, donas de lojas, artistas, médicas, vendedoras. Nas histórias, umas se casaram com homens, outras com mulheres, algumas delas se envolvem em casos extraconjugais com outra mulher, outras comemoram dez anos juntas. Elas podem ser uma adolescente que vive sua primeira paixão, ou uma universitária que descobre a vida com uma colega assumida, ou uma dona de casa que se vê apaixonada pela mãe do amigo de sua filha. A autora nos apresenta histórias românticas de amores consumados, felizes e bem vividos.
A menina submersa: memórias - Caitlín R. Kierman
A autora Caitlín R. Kierman nos apresenta India Morgan Phelps, uma mulher que escreve suas memórias para entender melhor os próprios pensamentos e não se deixar consumir pela esquizofrenia. Tudo muda quando ela encontra outra mulher, Eva Canning, nua, à beira da estrada, e lhe dá uma carona. Após Canning ir embora, India inicia uma pesquisa obsessiva a respeito do passado dessa mulher, mas já sem ter noção do que é real ou não. Por essa obra, Kiernan ganhou o importante prêmio Bram Stoker (concedido a autores de literatura de terror e fantasia dark).
Olhares Diversos: narrativas lésbicas – Neusa das Dores Pereira; Edmeire Exaltação
Obra que faz parte do Projeto Olhares Diversos, Arte e Cultura LGBTT do Rio de Janeiro, projeto premiado no I Concurso Nacional de Contos Lésbicos no Brasil, por meio de edital voltado à produção literária, que foi promovido pela ONG Centro de Documentação e Informação Coisa de Mulher. O livro é produto da coletânea de dez histórias focadas nas relações amorosas femininas, cujas narrativas representam uma grande vitrine de experiências sobre a mulher lésbica brasileira, expressas a partir do olhar de pessoas que não teriam voz no seu dia a dia.
As sereias da Rive Gauche - Vange Leonel
Peça da cantora e escritora Vange Leonel, conta a história de dois livros publicados em 1928 - O Poço da Solidão, da inglesa Radclyffe Hall, e Almanaque das Senhoras, da americana Djuna Barnes. Baseada em vasta pesquisa biográfica, Vange Leonel apresenta a importante trajetória de Hall e de Barnes, que tiveram em comum o pioneirismo de abordar o tema do relacionamento amoroso entre mulheres e o hábito de frequentar os salões da fina nata literária (exclusivos para mulheres) de Natalie Barney, escritora que ficou conhecida como "A Safo de Paris".
Todos nós adorávamos caubóis - Carol Bensimon
Narra uma road trip de duas amigas e amantes dos tempos de faculdade que se encontram depois de anos para realizar a sonhada viagem idealizada durante a adolescência. Nas colônias italianas da serra, na paisagem desolada do pampa, em uma cidade-fantasma no coração do Rio Grande do Sul, o convívio das garotas vai se enredando ao passado em comum e aos conflitos particulares vivenciados pelas duas.
Toque de Veludo – Sarah Waters
A autora ambienta sua história numa cidadezinha inglesa, na qual Nancy Astley, aos sábados, se distrai do fatigante trabalho no restaurante da família assistindo a espetáculos no teatro Canterbury Place. Mas a frivolidade alegre com que acompanha as músicas e aplaude os números termina quando Kitty Butler traveste-se de homem e sobe ao palco pela primeira vez. Depois disso, impelida por uma estranha fascinação, Nancy passa a ir ao teatro todas as noites. Logo é notada pela atriz e se torna sua camareira, iniciando com ela uma delicada relação.
Eu sou uma lésbica – Cassandra Rios
Publicado como folhetim na revista Status, em 1980, 'Eu sou uma lésbica' é certamente o seu trabalho mais ousado. Narrado em primeira pessoa por uma lésbica, conta a descoberta e as peripécias da definição de sua identidade durante os anos 60 e 70, com deliciosas referências de época. Considerada a maior expoente da temática lésbica na literatura nacional, Cassandra Rios, pseudônimo de Odete Rios, teve sua vida e carreira retratadas no documentário "Cassandra Rios: A Safo de Perdizes" em 2013. Escritora consagrada, escreveu mais de 40 romances best sellers, diversos dos quais podem ser emprestados do acervo das bibliotecas.
Colaborou para esta edição de Dicas de Leitura: Claudio Roberto da Silva, Bibliotecário da área de Consistência de Dados da Supervisão de Desenvolvimento de Coleções e Tratamento das Informações de CSMB,
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